4. Num tempo marcado pela realidade social e religiosa carente de transformações Wesley tentou explicar o por que, no seu entendimento, Deus havia levantado os pregadores metodistas. A frase deve ser recuperada na sua inteireza: “Não para formar uma nova seita; para reformar a nação, em especial a Igreja, e espalhar a santidade bíblica sobre a terra”
Nós, Metodistas Confessantes, cremos que é essencial não deixarmos que nas comunidades, seja suprimida a mesa da Santa Ceia, aberta a tod@s crist@s a começar pelas crianças. Essa é a face mais pública da nossa abertura como Igreja e de nossa recusa a sermos seita. Na mesma direção, não podemos perder de vista a razão missionária de nossas instituições educacionais. Há autoridades que desejam tornar a Igreja Metodista numa “mega-igreja”; mas pouco se ouve falar missão como serviço aos pobres que seria a face mais visível do esforço para impedir que nossa igreja seja uma “seita grande”.
Como Confessantes, jamais devemos deixar que reduzam o significado da rede de universidades, centros universitários, faculdades e colégios; pois está aí a qualidade e potencialidade para se exercer influência social e testemunhar o Evangelho e as crenças metodistas. As instituições de ensino (apesar dos problemas administrativos e financeiros atuais) são as mais consolidadas, qualificadas e influentes entre todas as igrejas evangélicas do país e devem ser vistas como “instrumentos/vasos” missionários e não como “negócio”.
A educação para nós, metodistas, é meio de graça; porque a educação propicia a libertação das pessoas em várias perspectivas, inclusive e especialmente, da miséria. As Instituições Metodistas também ajudam nossa Igreja a não se comportar como seita. Elas são espaços de arejamento intelectual e de capacitação permanente de lideranças para a Igreja e para a sociedade. Porém há alguns anos, dirigentes da Igreja têm estabelecido uma relação venal entre a Igreja Metodista e as instituições de ensino. Em vez de mantenedora, a Igreja Nacional e algumas regiões, são por elas mantidas. Em vez de ofertar no altar, colhem mensalidade de estudantes. Em vez de as instituições de ensino serem agências missionárias, são, muitas vezes, espaços de promiscuidade e favoritismos; e isso explica parte das crises atuais.
Paul Tillich, um dos teólogos que deixou marcas profundas no século XX, definia o falso profeta como aquele que, vendo um muro com rachaduras decide pintá-lo e dá-se por satisfeito. A Bíblia adverte-nos sobre os perigos do sepulcros caiados. Entre nós, confessantes, o princípio bíblico e doutrinário do Sacerdócio Universal de tod@s @s crentes é o antídoto contra o que desvia nossa Igreja Metodista dos meios visíveis da graça e também contra o culto à personalidade promovido por alguns líderes de nossa Igreja, que se comportam como “gurus” espirituais e reduzem a participação leiga à obediência cega. Só encontramos um nome para isso: Abuso espiritual. A distinção no comportamento dos que ocupam cargos de caráter religioso deve ser rigorosamente mais elevada que os de caráter secular; quando não o é, fica implícito o “abuso de um poder sagrado”.
De igual modo e de grande importância, destacamos e defendemos a presença pública e missionária da IM através de suas entidades e instituições sociais que exercem uma articulação entre atos de piedade e obras de misericórdia, que se integram em redes de movimentos sociais em favor de pobres e oprimidos, e de grupos marginalizados e discriminados.
Nesse ano em que o Credo Social chega ao centenário, doutrina social da IM, temos o desafio identificatório metodista para que toda a igreja seja de fato comunidade missionária em serviço com o povo brasileiro e, sentido, todas as instituições eclesiásticas de diversas ordens devem se tornar, mais que aparato e símbolos de poder, devem se tornar fortemente e publicamente servas.
O “poder”, tanto institucional como espiritual só faz sentido se vislumbrar o “serviço” fecundo, respondendo de forma integral as carências presentes em nossa sociedade brasileira; inclusive as carências educacionais.
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