* Rev. Efraim Sanches Pereira
"Do tronco de Jessé sairá um rebento, ...julgará comjustiça os pobres,e decidirá com equidade a favor dos mansos da terra;"(Is 11.1,4)
Sabemos que Justiça é um ideal. Jamais, neste mundo em quevivemos, teremos a bênção de ver prevalecer aquilo que écorreto, digno, justo e perfeito. Esta retidão não é domíniodos mortais, mas dos deuses! Por causa disso, devemos abdicar de buscar a Justiça? Naturalmenteque não!
O ser humano possui dentro de sí o desejo e o apelo desempre procurar viver e agir de forma a manifestar as características que o Livro da Lei, a Bíblia, chama de "Imagem de Deus"implantada em nossas mentes e corações. Assim, nem que seja para se sentir um pouco divino, todo homem/mulher busca ser justo.
A Justiça é uma esperança! É assim que devemos ler este texto da Bíblia, onde o profeta vive um contexto de crueldades, parcialidades, desmandos, corporativismos, deslealdades, subornos dos magistrados, burla da Lei, usurpações de heranças, desigualdade social e econômica, escravidão, violência. Tudo isso é parte integrante da realidade do homem Isaías, que se revolta e num rasgode esperança, apresenta sua visão de como deveria ser um Juíz eou um Rei.
A Justiça também é compromisso. O que admira na palavra doprofeta não é a descrição do que deve ser um homem público,mas sua crença firme de que haverá um dia em que finalmente, oideal de justiça prevalecerá. Ele mantém, mesmo diante de umarealidade adversa, uma confiança de que em breve o Deus Eterno sefará notar na figura de um Enviado, que com seu comportamento perfeito, realizará os anseios e desejos dos injustiçados.
A Igreja está na condição de Agência do Reino de Deus. Ela éo Messias antes que Ele volte. Sua presença na educação, nogoverno, nas várias instâncias da vida cidadã deve sercomprometida com a realização da esperança. O Messias não está patrocinado pelo capital, mas pelo sonho de Deus e seu projeto para homem. As "autoridades" religiosas nada mais são do ques ervos e instrumentos da concretização da vontade de Deus.
Nos aproximamos do Natal, uma das épocas em que a desigualdade e a injustiça mais se fazem notar. É o momento de reafirmarmos, juntamente com Isaías, o compromisso com um futuro diferente desse nosso presente, em que inocentes são presos; autoridades não tem pejo de vir a público dizer que não punirão o faltoso, por puro corporativismo; pais de família são despedidos, em detrimento do capital; crianças são postas no mundo sem qualquer responsabilidade; poucos teimam em ter muito, quando muitos não tem nada; alguns retém mais terra do que podem cuidar; trabalhadores dignos, tratados indignamente, ficam sem salário; criminosos ilustres ficam sem punição. E se continuar, faltará espaço!
Diante do exposto, na figura do Messias, (que não tem nenhumcompromisso com essa estrutura religiosa que existe em nosso mundo e que teima ilegitimamente em ser Sua representante), assumamos com o profeta:"Naquele dia recorrerão as nações à raiz de Jessé que está posta por estandarte dos povos; a glória lhe será amorada". (Is 11.10). Renovemos nossa confiança; não abandonemos nossa utopia, pois outros viveram antes de nós, que alimentaram sua luta nesta mesma esperança, certos de que as gerações futuras não abandonariam o ideal. É difícil, mas deve sempre existir alguém que mantenha a Luz acessa, para esta denuncie e espante as trevas. Se a lâmpadaapagar-se, como encontrar o caminho?
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*Rev. Efraim Sanches Pereira- 5ªRE
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