O livro que seria publicado pelo Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba, que o censurou e o vetou, será lançado no próximo dia 6 no Sesc de Piracicaba. A campanha encetada para levantar recursos, mediante venda antecipada gerou grande repercussão ao trabalho.
Quase 300 pessoas se envolveram, mais da metade de fora de Piracicaba. A repercussão tem sido muito grande na cidade de Piracicaba, até pela data dos 50 anos do golpe militar.
O rev. Ely Eser Barreto César escreveu um capítulo no qual relatou, criticamente, os anos de chumbo, de 1964 a 1985, a partir da origem emblemática dos primeiros cursos de nível superior, iniciados precisamente em abril de 1964, e que deram origem à UNIMEP.
A UNIMEP surge na oposição ao regime ditatorial, a princípio por ação de docentes e alunos, processo acompanhado meio à distância pelas autoridades da instituição, até à inevitável virada liderada pelo Prof. Elias Boaventura em 1978, que reconcilia a instituição com suas origens. A autonomia e oposição explícita da instituição ao regime ditatorial foi épica e exemplar, a ponto de merecer, já no ano de 1985, o ano formal do fim do regime, dois editoriais do jornal O Estado de São Paulo em dois domingos sucessivos, lamentando a associação do então Colégio Episcopal à CNBB (um dos editoriais se denominou: "A CNBB E A CNBdoB") em função do apoio deste à comunidade unimepiana que resistia a um golpe, de natureza ideológica, que destituíra o Prof. Elias da Reitoria.
O Estado de São Paulo identificava os dois corpos episcopais com os parâmetros da Teologia da Libertação, em época de primórdios do Plano Para a Vida e Missão. Esta história não é apenas épica, como sobretudo profética, pois antecipa, concretamente, o reatamento diplomático com Cuba, o apoio à causa palestina, o acolher em seus muros um Congresso da Juventude Palestina, à acolhida dos refugiados perseguidos politicamente na América Latina.
Dado o contexto geral da ação e reação da Igreja, é tratado no capítulo de autoria do rev.Ely Eser a conivência explícita e documentada do Bispo Isaías Fernandes Sucasas e seu irmão, o Rev, José Sucasas Júnior, então pastor da Igreja Metodista Central de São Paulo (atual Catedral Metodista de São Paulo), com as autoridades da repressão. Foram ambos que denunciaram os jovens metodistas que foram presos, torturados e alguns mortos pelo regime que suspendeu todos os direitos cívicos dos cidadão brasileiros.
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