Eric Hobsbawm e os Metodistas Ingleses
Morreu no dia 1º/10/2012, aos 95 anos de idade, o historiador Eric Hobsbawm. Em breve artigo, o pesquisador Lyndon de Araújo Santos, doutor em História e pastor da Igreja Congregacional, mencionou como Hobsbawm reconheceu a importância dos metodistas, como vanguarda e núcleo indutor dos movimentos de trabalhadores na Inglaterra do final do século XVIII, os quais resultaram em conquistas fundamentais para a humanidade, conquistas essas que até hoje formam parte do legado da democracia e dos direitos humanos. Transcrevo o que registrou o pr. Lyndon Santos, (irmão do professor Lincoln Santos, do Instituto Metodista Bennett):
A atual geração de historiadores brasileiros foi profundamente marcada pelos escritos de Hobsbawm. Lembro que li em 1989, no primeiro ano da licenciatura em História, um dos capítulos do livro “Rebeldes primitivos” onde discorreu sobre os movimentos de protestos sociais ligados às igrejas metodistas e aos avivamentos wesleyanos de fins do século 18. Segundo sua visão, o movimento operário organizado no século seguinte surgiu desde as mobilizações políticas e sociais daqueles cristãos. No entanto, este processo sofreu uma secularização “necessária” para a formação da consciência de classe oprimida.
Esta história serve de advertência profética aos que estão impondo um regime de alienação para a Igreja Metodista no Brasil, bem como de negação da santidade bíblica, nos moldes como a viveram os primeiros metodistas. Essa era a igreja dos tempos de John Wesley, uma igreja promotora dos movimentos sociais.
Timidamente, tentamos imitá-la, quando missionários norte-americanos, simpatizantes da teologia do Evangelho Social criaram o Instituto Central do Povo, no Rio de Janeiro. Posteriormente, saímos na vanguarda dos evangélicos brasileiros, com a nossa versão do Credo Social. Nos anos de 1980, com muita dificuldade, face aos bolsões de reacionários, foi produzido e aprovado o Plano de Vida e Missão da Igreja.
Depois desses marcos gloriosos da nossa marca metodista, que nos ligavam à identidade wesleyana, vieram sucessivos retrocessos, até chegar à negação do que éramos, devido à neopentecostalização da Igreja, atualmente em curso.
Ignorar nossa história não será uma aventura impune. Os resultados virão: a promoção de falsas espiritualidades, a instalação de simulacros em lugar do evangelho, a derrocada, o fracasso, o fim. Desejo, sinceramente, que todos reflitamos, enquanto é tempo, e nos arrependamos, com obras dignas de arrependimento.
Quem foi Eric Hobsbawm: Considerado um dos historiadores atuais mais importantes, Hobsbawm, além de velho militante de esquerda, utilizou-se do método marxista para a análise da História, sempre a partir do princípio da luta de classes. Foi membro da Academia Britânica e da Academia Americana de Artes e Ciências. Foi professor de História no Birkbeck College (Universidade de Londres) e foi professor da New School for Social Research de Nova Iorque. http://pt.wikipedia.org/wiki/Eric_Hobsbawm
Quem foi Eric Hobsbawm: Considerado um dos historiadores atuais mais importantes, Hobsbawm, além de velho militante de esquerda, utilizou-se do método marxista para a análise da História, sempre a partir do princípio da luta de classes. Foi membro da Academia Britânica e da Academia Americana de Artes e Ciências. Foi professor de História no Birkbeck College (Universidade de Londres) e foi professor da New School for Social Research de Nova Iorque. http://pt.wikipedia.org/wiki/Eric_Hobsbawm
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