Potencial e limites da ação missionária metodista para o
quinquênio 2012-2016
Plano Nacional Missionário da Igreja Metodista e a Conjuntura
Brasileira do Campo: potencial e limites da ação missionária metodista para o
quinquênio 2012-2016
Márcio Monteiro Rocha[1]
Resumo
Este artigo procura analisar o Plano Nacional Missionário da
Igreja Metodista aprovado no 19º Concílio Geral para o quinquênio 2012-2016, a
partir de seus alicerces, ênfases e prioridades à luz da conjuntura brasileira
do campo com o objetivo de contribuir para a eficiência das ações missionárias
da Igreja Metodista em terras brasileiras.
Palavras-chave: plano nacional missionário – igreja
metodista – plano brasil sem miséria – governo federal
Introdução
O presente artigo tem como principal objetivo analisar o
Plano Nacional Missionário da Igreja Metodista (PNM 2012-2016) aprovado no 19º
Concílio Geral da Igreja Metodista[2] para o quinquênio 2012-2016[3] a partir
dos seus alicerces, ênfases e prioridades missionárias na perspectiva de suas
próprias diretrizes à luz da conjuntura brasileira do campo com recurso aos
conteúdos do Plano Brasil Sem Miséria do Governo Federal a fim de encontrar
elementos que contribuam para a eficiência prática das ações missionárias da
Igreja Metodista em terras brasileiras.
O artigo trará ao conhecimento do leitor o contexto
histórico e social que culminou com a produção do Plano Nacional Missionário da
Igreja Metodista (PNM 2012-2016), abordando seu potencial, limites e
contribuições para o desenvolvimento da ação missionária da Igreja Metodista em
terras brasileiras com ênfase especial à conjuntura socioeconômica das áreas
rurais do país, buscando desta forma contribuir para o avanço missionário sobre
a realidade do campo.
Para o desenvolvimento deste artigo será utilizados o Plano
Nacional Missionário da Igreja Metodista (PNM 2012-2016)[4] aprovado em 2011
por seu Colégio Episcopal, considerando uma breve retrospectiva aos principais
documentos que o antecederam, além de breve recurso às contribuições trazidas
pelo Plano Brasil Sem Miséria, criado e desenvolvido pelo Governo Federal.
Dos Planos Quadrienais ao Plano para a Vida e a Missão da
Igreja Metodista
A partir da década de sessenta, a conjuntura política,
econômica e social do Brasil levou a Igreja Metodista a sofrer com os efeitos
repressivos da ditadura vindos tanto do lado de dentro como do lado de fora da
instituição, resultando em discordâncias de natureza doutrinária e hierárquica
em 1967 e no fechamento da Faculdade de Teologia em 1968.[5]
É importante lembrar que a teologia latino-americana ou da
libertação[6] surge também a partir dos anos sessenta, criticando o Regime
Militar e discutindo soluções para a opressão social que emergia, proclamando
libertação para a Igreja e sociedade, influenciando significativamente na
produção dos documentos da Igreja Metodista da época até culminar com a elaboração
do Plano para a Vida e a Missão da Igreja em 1982.[7]
No início dos anos setenta o metodismo reorganizava-se,
lançando as bases para retomar a vida e a missão da Igreja com o Plano
Quadrienal de 1974 que vigorou entre os anos de 1975 e 1978, tendo como tema
“Missão e Ministério” no 11º Concílio Geral da Igreja Metodista, no Rio de
Janeiro - RJ[8], reconhecendo que “todos os seus membros [...] são chamados por
Deus [...] para cumprirem a Missão [...], servindo em todas as áreas da
existência”[9]
O próximo passo foi o lançamento do Plano Quadrienal de 1978
que vigorou entre os anos de 1979 e 1982 com o tema “Unidos pelo Espírito
Metodistas Evangelizam” aprovado no 12º Concílio Geral da Igreja Metodista, em
Piracicaba - SP, apontando para a necessidade de ação da Igreja na sociedade em
termos de justiça e paz, segundo o Reino de Deus[10].
Em 1980 a Igreja Metodista celebrava o 50º aniversário de
sua autonomia no Brasil. A conclusão da Consulta Nacional sobre Vida e Missão
de 1981 marcou esse momento histórico e revelou a necessidade de
desenvolvimento de um plano com a função de ordenar e orientar a ação
missionária da Igreja Metodista em terras brasileiras.[11]
Essa orientação deveria acompanhar as diretrizes do Credo
Social Metodista[12], de forma que as interações entre a Igreja e a sociedade
tivessem um caráter mais solidário, humano e integral[13] frente ao contínuo
processo de empobrecimento e sofrimento da população brasileira.[14]
Com a aproximação do processo de redemocratização foram
aprovados, em 1982, no 13º Concílio Geral da Igreja Metodista, em Belo
Horizonte – MG, o Plano para a Vida e a Missão da Igreja, as Diretrizes para a
Educação e o Plano Diretor Missionário, refletindo o processo de retomada da
vida e missão da Igreja Metodista no Brasil.[15]
O Plano para a Vida e a Missão da Igreja Metodista surgiu
pela necessidade de superação da profunda crise de identidade na qual a Igreja
Metodista esteve submetida durante o período de Regime Militar no Brasil entre
os anos de 1964 e 1985.[16]
Desde sua criação, o Plano para a Vida e a Missão (PVMI) é o
principal documento que discute a prática missionária da Igreja Metodista no
Brasil, é parte integrante dos Cânones da Igreja Metodista (Capítulo V) e serve
de base teórica para o desenvolvimento de todos os Planos Nacionais, Regionais
e Distritais seguintes, inclusive do PNM 2012-2016.
O 14º Concílio Geral da Igreja Metodista foi realizado em
1987, o 15º Concílio em 1991, em Juiz de Fora – MG e o 16º Concílio foi
realizado em julho de 1997, em Piracicaba – SP.
Muitos documentos e cartas pastorais foram produzidos neste
espaço de tempo, incluindo os que traziam as diretrizes pastorais para a ação
missionária junto aos indígenas, agricultores, movimentos populares da terra,
entre outros, porém, como já ocorria desde as primeiras discussões teológicas
latino-americanas, a opção pelos empobrecidos não era de fácil assimilação para
os setores médios da comunidade metodista brasileira[17] e muitos destes
documentos permanecem esquecidos pela Igreja até os dias de hoje.[18]
Os Planos Nacionais a as Bases da Ação Missionária Metodista
De acordo com Ribeiro[19], as articulações do neoliberalismo
econômico[20] e a cultura que impinge na sociedade, influíram negativamente no
processo de conscientização da cristandade, particularmente a metodista, quanto
aos reais objetivos da missão cristã, contribuindo para isso a conjuntura
eclesiástica metodista que, entre outras Igrejas cristãs, caracterizou-se pelo
individualismo e consumismo, fortemente evidenciados entre o final da década de
oitenta e início da década de noventa, conferindo à sociedade brasileira os
contornos que hoje a caracterizam.[21]
Esta conjuntura produziu mudanças significativas na
sociedade e, consequentemente, no cenário religioso e no meio do Povo Chamado
Metodista baseadas no desejo pelo que é material com consequente desvalorização
da ação social e da solidariedade cristã.[22] Mais uma vez na história o
empobrecido era esquecido e as antigas formas de discriminação e preconceito
eram reforçadas e friamente atualizadas.
Em meio a este cenário, o lema wesleyano de “não criar uma
nova seita, mas reformar a nação, especialmente a Igreja, e espalhar a
santidade bíblica por toda a terra” reanima o vigor metodista que, buscando
reagir à inércia religiosa, lança o tema “Comunidade Missionária a Serviço do
Povo”[23] que norteou as ações missionárias no Plano Nacional 2002-2006
(Objetivos e Metas).
O Plano Nacional 2002-2006 (PN 2002-2006) foi aprovado no
17º Concílio Geral da Igreja Metodista, realizado entre os dias 7 a 14 de julho
de 2001, em Maringá, PR e apresentou seis bases de ação missionária que
fundamentavam “dois grandes objetivos” a serem alcançados durante o quinquênio
2002-2006.
1. Missão e
Evangelização;
2. Missão,
Identidade e Confessionalidade;
3. Missão, Igreja
e Ministério Pastoral;
4. Missão e Igreja
Local;
5. Missão e
Renovação da Experiência Religiosa;
6. Missão e
Comunicação.
Os “dois grandes objetivos” a serem alcançados a partir das
seis bases missionárias foram determinados como: (1) Fortalecimento e promoção
da doutrina, identidade e ação missionária e (2) Fortalecimento e promoção da
Igreja local nos dons e ministérios, piedade e misericórdia, acolhimento e
serviço ao povo. Apesar da imensurabilidade, a criação de apenas dois objetivos
para o quinquênio dariam ao Colégio Episcopal, responsável por eles, as
condições necessárias para gerenciá-los. [24]
Obviamente que os “dois grandes objetivos” traçados para o
PN 2002-2006, construídos para serem perseguidos pelo Povo Chamado Metodista
durante o quinquênio respectivo, carecia de plausibilidade, já que não é
possível aferir progresso ou não progresso de objetivos imensuráveis tais como
“fortalecimento”, “doutrina”, “ação”, “piedade” ou “misericórdia”.
A Região Missionária da Amazônia (REMA), até então
considerada como “Campos Missionários da Amazônia” e a Região Missionária do
Nordeste (REMNE) são lembradas no PN 2002-2006 meramente como “horizontes
missionários desafiadores”[25], apontando para o fato de que, após mais de
setenta anos de “autonomia”, o metodismo brasileiro ainda não havia se
estabelecido na maior parte do território nacional.
Apesar disso, o relatório do Colégio Episcopal ao 18º
Concílio Geral da Igreja Metodista[26], demonstra o aumento de 28 pontos
missionários e 51 igrejas com diminuição de 54 congregações, isto é, diminuição
de 54 e aumento de 79, o que representa um avanço missionário significativo de,
pelo menos, 25 empreendimentos (Tabela 1).
Tabela 1: Avanço missionário da Igreja Metodista no período de 2001 a 2005.
_________________________________________________________
Ano
| ||
Avanço Missionário 2001 - 2005
|
2001
|
2005
|
Pontos missionários
|
470
|
498
|
Congregações
|
413
|
359
|
Quantidade de Igrejas
|
677
|
728
|
_________________________________________________________
Fonte: Relatório do Colégio Episcopal ao 18º Concílio Geral da Igreja Metodista
Para o planejamento do quinquênio seguinte, decidiu-se
manter as bases missionárias do PN 2002-2006 porque contava com uma “boa
fundamentação doutrinária”. Assim, na contramão do que se pode entender por
avanço missionário, novos compromissos não foram assumidos, mas optou-se apenas
pela manutenção dos já existentes.[27]
Deste modo, aprovou-se em 2006, no 18º Concílio Geral da
Igreja Metodista, realizado entre os dias 10 a 16 de julho, em Aracruz, ES (1ª
fase) e em São Bernardo do Campo, SP (2ª fase) o Plano Nacional Missionário
2007-2011, incorporando as bases missionárias, objetivos e metas do PN
2002-2006 com poucas atualizações.[28]
Assim também, o tema “Comunidade Missionária a Serviço do
Povo” e o lema de “não criar uma nova seita, mas reformar a nação,
especialmente a Igreja, e espalhar a santidade bíblica por toda a terra” foram
mantidos por mais cinco anos no PNM 2007-2011.
A palavra “Missionário” foi agregada ao título do documento,
conferindo-lhe maior destaque e objetividade. O PNM 2007-2011 reproduziu as
bases da ação missionária do PN 2002-2006 (2 a 5), e criou quatro novas bases a
partir dos dois grandes objetivos do PN 2002-2006, desta vez de forma mais
plausível e mensurável, revelando um interesse crescente pelo controle
qualitativo e quantitativo das ações missionárias.
A necessidade de fortalecimento e promoção dos elementos que
compõe o primeiro grande objetivo: (1) “ação missionária”, (2) “doutrina” e (3)
“dons e ministérios” e da que compõe o segundo grande objetivo: (4) “piedade,
misericórdia, acolhimento e serviço ao povo”, são reconfiguradas no PNM
2007-2011 como novas bases missionárias, respectivamente, como: (1) “Igreja e
Missão”, (9) “Missão e Educação”, (8) “Missão e Educação Musical” e (10)
“Missão e Ação Social”.[29]
1. Igreja e Missão
2. Missão e
Evangelização;
3. Missão,
Identidade e Confessionalidade;
4. Missão, Igreja
e Ministério Pastoral;
5. Missão e Igreja
Local;
6. Missão e
Renovação da Experiência Religiosa;
7. Missão e
Comunicação;
8. Missão e
Educação Musical;
9. Missão e
Educação;
10. Missão e Ação
Social.
A primeira base “Igreja e Missão” é uma inclusão que assume
a primeira posição por representar o jeito e a razão de ser da Igreja Metodista
e nortear as demais bases missionárias, fato não muito bem esclarecido no texto
de introdução às bases de ação missionária do PNM 2007-2011[30]. Porém, no
PNM2002-2006 “Igreja e Missão” é apenas o título da introdução ao documento que
procura apoiar-se na análise de conjuntura apresentada na consulta missionária
daquele período.[31]
No PNM 2007-2011 a base “Igreja e Missão” é apresentada como
um desafio aos efeitos decorrentes dos processos desumanos de globalização que
expõe parte da sociedade brasileira e latino-americana ao empobrecimento e à
consequente exclusão social[32], revelando uma evolução significativa no
processo de envolvimento social da Igreja Metodista em relação ao PN 2002-2006.
Apesar da evolução qualitativa, que pode ser observada no
texto que descreve a primeira base missionária do PNM 2007-2011, reconhecendo
os excluídos sociais como “não-cidadãos”, “mais que miseráveis” contados em
“dezenas de milhões” no Brasil que “sequer contam no processo de organização
social” e que “o clamor desse sofrimento” é ouvido em toda a parte[33], o
relatório do Colégio Episcopal[34] demonstra um retrocesso quantitativo no
avanço missionário da Igreja Metodista entre os anos de 2006 e 2010 (Tabela 2).
Houve aumento de 49 igrejas e diminuição de 29 congregações
e 89 pontos missionários, isto é, diminuição de 118 e aumento de 49, o que pode
representar uma redução significativa no avanço missionário da Igreja Metodista
neste período, representado pela diminuição de, pelo menos, 69 empreendimentos.
Tabela 2: Avanço missionário da Igreja Metodista no período de 2006 a 2010.
_________________________________________________________
Ano
| ||
Avanço Missionário 2006 - 2010
|
2006
|
2010
|
Pontos missionários
|
489
|
400
|
Congregações
|
402
|
373
|
Quantidade de Igrejas
|
989
|
1.038
|
_________________________________________________________
Fonte: Relatório do Colégio Episcopal ao 19º Concílio Geral da Igreja Metodista
Apesar de ouvido, “o clamor desse sofrimento” não pôde ser
prontamente atendido, já que o avanço missionário metodista na área social foi
abruptamente reduzido por uma proibição episcopal vinda da primeira região
eclesiástica, impedindo a criação de novas instituições metodistas de ação
social.
Isto aconteceu porque, de acordo com a Superintendência da
Primeira Região Eclesiástica (RJ), verificou-se neste período uma grande
quantidade de instituições metodistas de ação social operando irregularmente,
ameaçando a integridade, reputação e eficiência missionária da Igreja
Metodista.
Assim, em 5 de janeiro de 2010 editou-se um “Ato de
Governo”, proibindo a abertura de novas instituições sociais a partir da 1ª
Região Eclesiástica, sinalizando a urgente necessidade de regularização das
instituições de ação social existentes em todos os níveis de atuação da Igreja
Metodista.[35]
A redução do avanço missionário na área de ação social
caracterizado neste período em função de tal Ato de Governo contribuiu para que
o clamor dos excluídos e marginalizados sociais ficasse cada vez mais sem
resposta, pois não se tinha a instrumentalidade institucional necessária para
promover o respectivo retorno.
Ao cruzar os dados dos relatórios do Colégio Episcopal,
respectivamente, ao 18º e ao 19º Concílios Gerais, sobre avanço missionário
verifica-se que na primeira década do século XXI, a Igreja Metodista sofreu
diminuição de 70 pontos missionários e 40 congregações. No entanto, houve
aumento de 361 igrejas, isto é, diminuição de 110 e aumento de 361, o que
significa um avanço missionário da Igreja Metodista em 250 novos
empreendimentos na primeira década do século XXI, uma média de duas igrejas a
cada mês em termos quantitativos.
Tabela 3: Avanço missionário da Igreja Metodista no período de 2001 a 2010.
_________________________________________________________
Ano
| ||
Avanço Missionário 2001 - 2010
|
2001
|
2010
|
Pontos missionários
|
470
|
400
|
Congregações
|
413
|
373
|
Quantidade de Igrejas
|
677
|
1.038
|
_________________________________________________________
Fonte (ano 2001): Relatório do Colégio Episcopal ao 18º Concílio Geral da Igreja Metodista
Plano Nacional Missionário 2012-2016
Em meio a esta conjuntura, o 19º Concílio Geral Igreja
Metodista, realizado entre os dias 09 e 17 de julho de 2011 em Brasília – DF,
aprovou o Plano Nacional Missionário 2012-2016 com o tema “Discípulas e
Discípulos nos Caminhos da Missão”, considerado pela liderança metodista
presente no evento como “um marco para o metodismo brasileiro”.[36]
Em 10 de julho de 2011, no segundo dia do Concílio Geral em
Brasília, o texto do PNM 2012-2016 foi apresentado ao Colégio Episcopal,
destacando, entre seus dezesseis alicerces missionários, os seis que receberam
atenção especial para este quinquênio:
1. Estimular
o zelo evangelizador na vida de cada metodista, de cada Igreja local;
2. Revitalizar
o carisma dos ministérios clérigo e leigo nos vários aspectos da missão;
3. Promover
o discipulado na perspectiva da salvação, santificação e serviço;
4. Fortalecer
a Identidade, Conexidade e Unidade da Igreja;
5. Implementar
ações que envolvam a Igreja no cuidado e preservação do Meio Ambiente;
6. Promover
maior comprometimento e resposta da Igreja ao Clamor do Desafio Urbano.
O grupo de trabalho representado pelo relator Rodolpho
Ruiz[37] realizou modificações estruturais na redação do PNM 2012-2016, mas as
disposições gerais colocadas pelo Colégio Episcopal permaneceram sem qualquer
alteração[38], demonstrando que conservação e progressão não precisam ser
necessariamente opostas, mas podem dialogar e se tornar complementares.
As delegações da Região Missionária da Amazônia (REMA) e
Região Missionária do Nordeste (REMNE) entenderam também que era necessário dar
maior atenção aos aspectos que envolvem os direitos e a proteção da mulher e da
família, sugerindo maior ênfase missionária sobre estes temas e uma metodologia
diferente para o texto[39].
De acordo com Fernando César Monteiro[40], uma carta
pastoral acerca da vocação pastoral e sobre o incentivo ao ministério leigo
para a pregação da Palavra foi necessária para a redação final, mas de acordo
com a opinião geral, a análise sobre o texto do PNM 2012-2016 teve uma boa aceitação
por parte das delegações reunidas no 19º Concílio Geral da Igreja
Metodista.[41]
Com cento e trinta e nove votos a favor, um contra e nenhuma
abstenção, em 15 de julho de 2011, o PNM 2012-2016, consagrou-se como uma das
maiores prioridades do 19º Concílio Geral da Igreja Metodista [42].
Segundo o Bispo Adriel de Souza Maia[43], a Igreja Metodista
possui uma proposta evangelizadora que contempla a vida em sua totalidade e o
PNM 2012-2016 contribui para orientar o avanço das ações missionárias metodistas
nesta direção durante este quinquênio.[44]
O PNM 2012-2016 é uma referência teológica e uma estratégia
missionária fundamentada no Plano para a Vida e a Missão da Igreja que evoca o
teor do Credo Social Metodista e da Palavra de Deus em termos de valorização do
ser humano, justiça e paz, fundamentos canônicos e doutrinários que
caracterizam, confirmam e fortalecem a identidade Metodista e sua ação
missionária no Brasil.
Além de buscar a vida cristã comunitária e pessoal,
afirmando a realidade e os valores dos sacramentos, o PNM 2012-2016 aponta para
a necessidade de cuidado com os pobres, necessitados e marginalizados sociais,
testemunhando compromisso com a justiça e a paz da humanidade e do meio
ambiente em que está inserida. [45]
O PNM 2012-2016 afirma que a Missão de Deus acontece quando
a Igreja se envolve com a comunidade e se torna instrumento de proclamação do
Reino de Deus à luz da Palavra em confronto com as injustiças do mundo
presente, assumindo os sofrimentos e expectativas do povo brasileiro.[46]
No PNM 2012-2016 os metodistas são chamados a denunciar
todas as formas de injustiça, interagindo nas causas sociais, políticas,
econômicas que causam miséria, opressão
e exclusão dos seres humanos, anunciando o Evangelho de Jesus Cristo como forma
de libertação da pobreza, da exploração do trabalho e de toda a forma de
injustiça[47], resistindo todos os dias até alcançar a autonomia e a liberdade
que todo ser humano tem direito de desfrutar.
Para tanto, é necessário unir forças com outras pessoas,
grupos de pessoas e instituições que também trabalham para a promoção da vida,
reconhecidos pelos seus “atos de piedade” (devoção e compaixão), e pelas “obras
de misericórdia” (trabalho, edificação) na perspectiva do Reino de Deus[48].
Alicerces, Ênfases e Prioridades do Plano Nacional
Missionário 2012-2016
O PNM 2012-2016 incorpora totalmente o PNM 2006-2011 com
duas atualizações (1 e 6) e inclui oito novas bases da ação missionária
metodista (2, 3, 4, 10, 12, 13, 15 e 16) num total de dezesseis bases que
passaram a figurar como “alicerces missionários”.[49]
Entre os dezesseis alicerces missionários, nove são
sinalizados com “prioridade” e seis com “ênfase”, sendo que três deles entram
como “prioridade” e como “ênfase”, assumindo a seguinte configuração:
1. Evangelização e Expansão Missionária. [prioridade] +
[ênfase]
2. Missão, Igreja e Discipulado. [ênfase]
3. Missão, Igreja e Meio ambiente. [ênfase]
4. Missão, Igreja e o Clamor do Desafio Urbano. [ênfase]
5. Missão, Identidade e Confessionalidade. [prioridade] +
[ênfase]
6. Missão e Igreja Local (ministério pastoral, diaconal e
leigo). [prioridade] + [ênfase]
7. Missão e Renovação da Experiência Religiosa. [prioridade]
8. Missão e Comunicação. [prioridade]
9. Missão e Educação Musical e Artística. [prioridade]
10. Missão, Culto e Liturgia.
11. Missão e Educação (cristã, teológica e secular).
[prioridade]
12. Missão e Santidade.
13. Missão e Dimensão Pública (cidadania, política nacional
e antidrogas).
14. Missão e Ação Social. [prioridade]
15. Missão e Escatologia.
16. Missão, Igreja e o Clamor dos Povos do Campo
(agricultura familiar, quilombolas, indígenas, ribeirinhos e movimentos
populares da terra). [50]
Como demonstrado anteriormente, no PNM 2007-2011, a primeira
base missionária é “Igreja e Missão”, mas o PNM 2012-2016 a substitui pelo
alicerce “Evangelização e Expansão Missionária”, que agrega a segunda base do
PNM 2007-2011 “Missão e Evangelização”, atribuindo prioridade máxima sobre o
tema “Igreja e Missão” que determina a razão de ser e agir da Igreja
Metodista.[51]
No PNM 2007-2011, a quarta base missionária é “Missão,
Igreja e Ministério Pastoral”. O PNM 2012-2016 incorpora esta base no seu sexto
alicerce “Missão e Igreja Local” que é discutido em três dimensões: Ministério
Pastoral, Ministério Diaconal e Ministério Leigo, contribuindo também para a
discussão da segunda ênfase “Revitalizar o carisma dos ministérios clérigo e
leigo nos vários aspectos da missão”
As dez bases missionárias do PNM 2007-2011 são incorporadas
no PNM 2012-2016 na condição de “prioridade”, sendo que “Igreja Local”,
“Ministério Pastoral” e “Identidade e Confessionalidade” são agregadas na
condição de “prioridade” e de “ênfase”, demonstrando uma preocupação da Igreja
Metodista consigo mesma, isto é, com os elementos que compõe, respectivamente,
sua principal instituição, seu principal ministério e sua própria identificação
com o meio social.
Entre os oito novos alicerces apresentados no PNM 2012-2016,
três são sinalizados com “ênfase”: Discipulado, Meio Ambiente e Desafio Urbano,
revelando um comprometimento mais amplo e engajado da Igreja Metodista com as
demandas e temas em pauta na sociedade e na Igreja. Por outro lado, multiplicam-se
as bases de ação e amplia-se o universo missionário da Igreja Metodista e,
consequentemente, a sua responsabilidade social.
No entanto, os outros cinco novos alicerces do PNM 2012-2016
“Culto e Liturgia”, “Santidade”, “Dimensão Pública”, “Escatologia” e “Clamor
dos Povos do Campo” não são sinalizados com “ênfase” ou com “prioridade” para
este quinquênio, abrindo oportunidade para que as ações missionárias sejam
desenvolvidas segundo a realidade de cada Igreja local, o que pode onerar a
comunidade ou prejudicar a noção de conexidade, já que PNM 2012-2016 não
oferece estudos, discussões ou estratégias de ação missionária sobre esses
alicerces.
Ao se colocar “ênfase” ou estabelecer “prioridade” sobre um
determinado alicerce, lança-se sobre ele o enfoque ou a urgência que produzirá
as ações missionárias correspondentes, o que pressupõe a existência de
alicerces de menor destaque e de menor urgência, causando uma falsa impressão
de escala de importância entre eles.
Quando o PNM 2012-2016 apresenta um alicerce missionário sem
o enfoque promovido pela “ênfase” ou sem a urgência determinada pela
“prioridade”, tem-se um alicerce missionário sem qualquer abordagem, comentário
ou esclarecimento que promova estudos, discussões ou desenvolvimento de estratégias
de ação missionária sobre ele.
Entre os cinco novos alicerces missionários não discutidos
no PNM 2012-2016, três possuem natureza religiosa “Culto e Liturgia”,
“Santidade” e “Escatologia” e seu desenvolvimento ocorre a partir da esfera
eclesiástica, onde metodistas poderão cultivar seu potencial desenvolvedor e
criativo, promovendo diversas ações nestas áreas.
Os outros dois alicerces compreendem temas laicos discutidos
principalmente em segmentos do Estado e entre agentes e organizações da
sociedade civil: “Dimensão Pública” (cidadania, política nacional e
antidrogas), e “Clamor dos Povos do Campo” (agricultura familiar, quilombolas,
indígenas, ribeirinhos e movimentos populares da terra).
O alicerce “Dimensão Pública” ocupa-se principalmente com assuntos
que envolvem a temática da cidadania, política nacional, antidrogas,
desarmamentista entre outras, constituindo-se de discussões que buscam, a
priori, soluções de natureza legislativa desenvolvidas na esfera pública, onde
metodistas poderão exercer influência através da criação, desenvolvimento e
defesa de políticas públicas justas[52] direcionadas à redução da
vulnerabilidade e desvantagem social.
O último alicerce missionário “Clamor dos Povos do Campo”
relaciona-se mais diretamente ao gênero humano dependente da agricultura
familiar e das lutas por terra como quilombolas, indígenas, ribeirinhos entre
outras militâncias populares, que clamam sem resposta às suas reivindicações,
vítimas da exploração e negação ao pleno exercício dos direitos garantidos pela
Constituição Brasileira[53].
O alicerce missionário “Missão e Comunicação”, reconhecido
como “imprescindível à Igreja, em sua ação missionária”[54] e “Missão e
Educação Musical e Artística”, considerado um “instrumento de expressão e ação
para capacitar o povo de Deus”[55], receberam maior prioridade no PNM 2012-2016
que o alicerce “Missão, Igreja e o Clamor dos Povos do Campo”, conferindo maior
urgência ao desenvolvimento da técnica e do método, do que resposta ao Clamor
dos Povos do Campo.
Depois da ampla discussão sobre a sexta ênfase “Clamor do
Desafio Urbano”, encontramos uma frase escrita como se pouco ou nada se
soubesse acerca do Clamor dos Povos do Campo: “Alertar sobre a urgente
necessidade de análise dos aspectos que envolvem os Povos do Campo” [56]. Nada
mais é dito sobre isso no PNM 2012-2016.
A justificativa para a “ênfase” sobre o Clamor do Desafio
Urbano, considerado como uma questão “de extrema importância” no PNM 2012-2016
é a informação estatística que mostra 90% (IBGE: 84,4%) da população brasileira
habitando em áreas urbanas do país, gerando problemas na saúde, educação,
habitação, transporte com elevação dos índices de violência e
criminalidade.[57] Porventura, estes problemas não são parte integrante e a
razão do Clamor dos Povos do Campo? Como se justifica a falta de ênfase sobre
esse alicerce missionário?
Conjuntura Brasileira do Campo
Os supostos 10% (IBGE 15,6%) da população brasileira que,
segundo o PNM 2012-2016, habita áreas rurais do país[58], não entra na
discussão do PNM 2012-2016, no entanto sofrem com os constantes conflitos por
terras, grilagens, expulsão dos pequenos agricultores, assassinatos, exploração
dos trabalhadores, mão de obra infantil[59], fome, sede, seca, desnutrição e
morte sem poder contar com serviços (Figura 1) dignos de saúde, educação,
habitação, transporte ou de qualquer presença significativa do Estado ou da
Igreja[60],
Figura 1 – Mapa da Pobreza: Carência de Serviços Públicos
Fonte: Plano Brasil Sem Miséria – Governo Federal
O “Plano Brasil Sem Miséria”, do Governo Federal, destaca o
contingente domiciliado que se encontra atualmente na linha da extrema pobreza
em 16,3 milhões de brasileiros(as). Entre essas pessoas, existem 12,3 milhões
que estão domiciliadas somente no Norte e Nordeste do país, sendo que 53.4%
delas encontram-se na área rural.
Como se pode constatar na Tabela 4, quase a metade da população
brasileira que está na linha da extrema pobreza pertence à área rural. Contudo,
como foi demonstrado, o PNM 2012-2016 não atribui ênfase, prioridade ou mesmo
discussão sobre Clamor dos Povos do Campo.
Tabela 4: Mapa da Pobreza: Público rural e urbano na linha da extrema pobreza.
________________________________________________________________
________________________________________________________________
Fonte: Censo IBGE 2010 (*) Domicílios particulares permanentes e ocupados
Quando se fala em situação de desvantagem ou vulnerabilidade
social e processos de empobrecimento (Figura 2), não se considera grande parte
da população indígena, ribeirinha e de pessoas em situação de rua porque não
são pessoas domiciliadas e, portanto, não fazem parte do cadastro único, que é
base de dados para a construção do mapa da pobreza[61].
Figura 2 – Mapa da Pobreza: Insuficiência de Renda
Fonte: Plano Brasil Sem Miséria – Governo Federal
As pessoas que não aparecem no mapa da pobreza simplesmente
não existem para o Estado. As Igrejas e outras instituições que se baseiam
unicamente em estatísticas como as do IBGE, também não as enxergam. Dessa
forma, não se está deixando de enfatizar ou priorizar “cerca de” 10% (IBGE
15,6%) da população brasileira que, segundo o PNM 2012-2016, está nas rurais do
país[62], mas um contingente inestimável que vive na miséria à margem da
sociedade sem qualquer possibilidade de participação social, ajuda ou apoio de
quem quer que seja[63].
É preciso atentar para pesquisas como a de Neri[64], que
constata o crescimento econômico do setor rural nos últimos anos. Seu
apontamento é de natureza per-capta e se dá em termos percentuais por amostra
de domicílios. Além disso, tal constatação ocorre em função da injeção de
incentivos governamentais do tipo bolsa-família, portanto, refere-se aos
domiciliados que, nesse expediente, não estão produzindo renda, mas recebendo
renda.
O próprio Neri vê enormes dificuldades em apenas
proporcionar mercado aos empobrecidos[65], obviamente porque não resolve a
questão da extrema pobreza, quanto mais os não domiciliados que, em função da
exclusão crônica em que se encontram, estão impossibilitados de ter acesso a
esse tipo de benefício, lembrando as palavras do PNM 2012-2016:
“Ainda que haja
esforços por parte do governo, a degeneração das instituições políticas fez com
que a saúde ficasse doente, a educação sem escola, o trabalho sem emprego, a
habitação sem moradia e o povo sem esperança.”[66]
Simultaneamente, a falta de ênfase ou prioridade sobre o
Clamor dos Povos do Campo contribui para que empreendimentos missionários
metodistas como o Barco-Hospital Missionário não disponha de recursos materiais
suficientes para avançar além de algumas cidades satélites de Manaus-AM,
levando milhares de comunidades ribeirinhas e indígenas a esperar ainda mais
pela transformação gerada pelo Evangelho.[67]
A falta de ênfase ou prioridade sobre o Clamor dos Povos do
Campo contribui para que projetos metodistas como a Missão Maruwai, no extremo
norte de Roraima, não disponha de todas as condições necessárias para atender
aos clamores dos indígenas macuxis no tocante à educação, saúde, transporte e
evangelização das aldeias indígenas ao seu derredor.[68]
A falta de ênfase ou prioridade sobre o Clamor dos Povos do
Campo contribui para que as comunidades indígenas tucanas e tucanizadas como os
dessanas, ticunas e tuiucas dos derredores de Manaus e Alto Rio Negro clamem
pelo ingresso ao sistema de ensino, cursos profissionalizantes que contribuam
para sua empregabilidade, condições mínimas de saúde, habitação e agricultura
familiar em reservas ambientais.[69]
Longe de esgotar o assunto, mas finalizando estes breves
exemplos, a falta de ênfase ou prioridade sobre o Clamor dos Povos do Campo
contribui para que frentes missionárias metodistas como a Missão Tapeporã não
alcance a amplitude necessária para influir no fim do processo de extermínio e
autoextermínio de Guaranis-Kaiowá no Mato Grosso do Sul.[70]
A presença de atividades missionárias metodistas sobre todos
os seus dezesseis alicerces demonstra a evolução missionária e o compromisso
social e político do PNM 2012-2016, porém a falta de ênfase ou prioridade sobre
o Clamor dos Povos do Campo é um fator amplamente negativo em termos de
planejamento missionário e promoção da paz e justiça social.
O PNM 2012-2016 orientará as ações missionárias de clérigos,
leigos e comunidades metodistas durante os próximos quatro anos, período
durante o qual o avanço missionário sobre o Clamor dos Povos do Campo deve
ocorrer na mesma medida que o é em relação ao Clamor do Desafio Urbano, a fim
de que a Igreja Metodista não incorra no erro de reafirmar a injustiça.
A prática missionária acontece quando uma pessoa, grupo de
pessoas, Igrejas ou instituições operam de acordo com a Palavra de Deus,
honrando o Seu nome, através da busca diligente da promoção da vida,
humanização do trabalho, direito a terra, habitação, alimentação, saúde,
educação, participação política, expressão cultural e artística, preservação do
meio ambiente, proteção da família, vida comunitária, lazer e justiça aos
excluídos, tendo considerado a necessidade de comunhão com Deus e com o próximo
na perspectiva do Evangelho de Jesus Cristo.[71]
Conclusão
O artigo mostrou que todas as bases de ação missionária
elencadas no PN 2002-2006 são incorporadas pelo PNM 2007-2011 e pelo PNM
2012-2016 com várias atualizações, expansões e inclusões, reafirmando a
fidelidade da Igreja Metodista aos compromissos assumidos e ampliando suas
bases de ação missionária e, consequentemente, sua responsabilidade social.
Demonstrou-se que este expediente abriu espaço para a
discussão sobre se as ações missionárias metodistas produziram ou não o efeito
necessário e se reduziram ou não a demanda correspondente na primeira década do
século XXI.
Enfatizou-se que o compromisso político-social da Igreja
Metodista presente no PNM 2012-2016 é algo notável na história de sua evolução
missionária no Brasil. Contudo, não deixou de apontar o fato de que tal
compromisso não garante o cumprimento do chamado e vocação da Igreja Metodista.
Destacou-se a urgente necessidade de envolvimento e
comprometimento de todo o Povo Chamado Metodista, especialmente no que se
refere ao socorro de seres humanos negligenciados pelo Estado e pela Igreja,
lembrando que falta de ênfase ou prioridade sobre realidades como o Clamor dos
Povos do Campo corresponde à negação de incentivos humanos e materiais,
impactando diretamente sobre a responsabilidade cristã de cada metodista.
Conclui-se, afirmando que o zelo evangelizador, ministério
pastoral e leigo, discipulado, meio ambiente e urbanidade, missão, identidade,
confessionalidade, confissão de fé, Igreja Local, experiência religiosa,
comunicação, educação, música, artes e ação social, só terão sentido pleno
quando estiverem organizados integralmente para garantir resposta ao Clamor dos
Povos do Campo, assim como ao Clamor do Desafio Urbano, isto é, da Humanidade
como um Todo, pois mais importante do que ser conhecido na história como um
Povo Chamado Metodista é ser eternamente lembrado como um Povo que Cumpriu sua
Missão.
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________________________________________
[1] Bacharel em Teologia pela Faculdade de Teologia da
Igreja Metodista (FaTeo) – Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Turma
de 2012. E-mail: marcio.mrocha@hotmail.com
[2] O Colégio Episcopal da Igreja Metodista atualmente é
formado por sete bispos e uma bispa presidentes das oito Regiões Eclesiásticas
do Brasil.
[3] Documento aprovado pelo 19º Concílio Geral e entregue
pelo Colégio Episcopal e pela Cogeam à Igreja Metodista e que tem por
finalidade nortear as ações missionárias da igreja durante o período de 2012 a
2016.
[4] O Plano Nacional é um documento que dá as diretrizes
para o trabalho da Igreja Metodista durante um período de cinco anos. É
resultado das avaliações, estudos e debates realizados durante os Concílios
Gerais da Igreja Metodista. O PNM 2012-2016 foi aprovado pelo 19º Concílio
Geral em julho de 2011 em Brasília - DF. (www.metodista.org.br).
[5] RIBEIRO, Cláudio de O. O Plano para a Vida e a Missão
Morreu? Reflexões sobre a ação evangelizadora e os desafios missionários da
Igreja Metodista em terras brasileiras. Revista Caminhando, São Paulo, vol. 12,
n. 20, jul-dez 2007. p. 72.
[6] Movimento de teologia política, que inclui
interpretações sobre os ensinamentos de Jesus Cristo em termos de libertação
das injustiças econômicas, políticas ou sociais cometidas, principalmente,
contra os mais pobres.
[7] RIBEIRO, op. cit., p. 69-84.
[8] Ibidem, p. 73.
[9] SEDE NACIONAL DA IGREJA METODISTA. Relatório do Colégio
Episcopal ao 18º Concílio Geral. 1ª Edição, Junho 2006, p. 27.
[10] Idem
[11] RIBEIRO, op. cit., p. 73.
[12] O primeiro nome do Credo Social Metodista era “A Igreja
e os Problemas Sociais”. Foi publicado em 1908, por decisão do Concílio Geral
da Igreja Metodista Episcopal, nos Estados Unidos, portanto, quarenta anos
antes da Declaração Universal dos Direitos Humanos (www.metodista.br).
[13] RIBEIRO, op. cit., p. 78.
[14] Núcleo de Educação em direitos Humanos. Credo Social.
Faculdade de Humanidades e Direito. (Universidade Metodista de São Paulo).
Disponível em: . Acesso em: 17/11/2012.
[15] RIBEIRO, op. cit., p. 78.
[16] COLÉGIO EPISCOPAL DA IGREJA METODISTA. Sede Nacional.
Plano Nacional Missionário 2012-2016. São Paulo, 2011. p. 64, 68.
[17] Ibidem, p. 74 e 81.
[18] Atualmente, alguns grupos metodistas empreendem
esforços e articulam diálogos junto ao Colégio Episcopal da Igreja Metodista,
objetivando recuperar e repopularizar documentos ligados a ação missionária
indigenista, a questões da terra, do ecumenismo e da realidade carcerária
(Grupo Metodista Confessante)
[19] Pastor Metodista, teólogo, graduado em Teologia pelo
Seminário Metodista César Dacorso Filho (1985). Mestre (1994) e Doutor (2000)
em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
(www.metodista.br).
[20] O neoliberalismo econômico é uma doutrina econômica que
defende a filosofia do “livre mercado”, em que se anuncia um comércio com plena
autonomia de mercado já alega poder oferecer garantias seguras para o
desenvolvimento da economia e da sociedade em qualquer país onde for adotado
com uma participação mínima do Estado.
[21] RIBEIRO, op. cit., p. 82.
[22] Idem.
[23] COLÉGIO EPISCOPAL DA IGREJA METODISTA. Sede Nacional.
Plano Nacional: Objetivos e Metas. (Biblioteca Vida e Missão, nº 12). São
Paulo, 2002. 2ª ed., p. 5.
[24] Ibidem, p. 4.
[25] Ibidem, p. 6.
[26] SEDE NACIONAL DA IGREJA METODISTA. Relatório do Colégio
Episcopal ao 18º Concílio Geral. 1ª Edição, Junho 2006, p. 39
[27] Id. Sede Nacional. Plano Nacional Missionário
2007-2012. (Biblioteca Vida e Missão, nº 13). São Paulo, 2007. p. 05.
[28] Idem.
[29] Ibidem, p. 19.
[30] Idem.
[31] Ibidem, p. 9.
[32] Id. Plano Nacional Missionário 2007-2012. (Biblioteca
Vida e Missão, nº 13). São Paulo, 2007. p. 19
[33] Idem.
[34] SEDE NACIONAL DA IGREJA METODISTA. Relatório do Colégio
Episcopal ao 19º Concílio Geral. 1ª Edição, Julho 2011, p. 22
[35] Igreja Metodista 1ªRE. Decisões Institucionais. Bispo
Lockmann proíbe criação de novas instituições metodistas de ação social na I
Região Eclesiástica. Disponível em:
http://www.metodistavilaisabel.org.br/paginicial/noticia.asp?Numero=1228 Acesso
em: 27/11/2012.
[36] RAMIRO, Marcelo. 19º Concílio Geral: um marco para a
Igreja Metodista no Brasil. Expositor Cristão, São Paulo, agosto 2011. ano 125,
nº 08, Concílio Geral, p. 4.
[37] Delegado leigo da Terceira Região Eclesiástica da
Igreja Metodista.
[38] SEDE NACIONAL DA IGREJA METODISTA. Texto do Plano
Nacional Missionário é aprovado no Concílio Geral. op. cit.
[39] Id. Plano Nacional Missionário é elogiado pelas
delegações. Rede Metodista de Comunicação. Disponível em:
<http://www.metodista.org.br/conteudo.xhtml?c=11004> Acesso em:
16/11/2012.
[40] Delegado da Sexta Região Eclesiástica da Igreja
Metodista.
[41] Id. Plano Nacional Missionário é elogiado pelas
delegações.
[42] SEDE NACIONAL DA IGREJA METODISTA. Texto do Plano
Nacional Missionário é aprovado no Concílio Geral. Rede Metodista de
Comunicação. Disponível em:
<http://www.metodista.org.br/conteudo.xhtml?c=11017> Acesso em:
16/11/2012.
[43] Bispo da Terceira Região Eclesiástica da Igreja
Metodista.
[44] RAMIRO, Marcelo. 19º Concílio Geral: um marco para a
Igreja Metodista no Brasil. Expositor Cristão, São Paulo, agosto 2011, ano 125,
nº 08, Concílio Geral, p. 4
[45] Ibidem, p. 13, 17, 18, 20, 27, 32, 34, 50, 51, 69, 70,
71.
[46] Ibidem, p. 51, 77, 84.
[47] Ibidem, p. 29, 71.
[48] Ibidem, p. 19, 32, 35, 43, 61, 69, 70, 77.
[49] Id. Plano Nacional Missionário 2012-2016. São Paulo,
2011. p. 5, 6 e 12.
[50] Idem.
[51] Ibidem, p. 15.
[52] Id. Cânones da Igreja Metodista 2012-2016. Piracicaba:
Equilíbrio, 2012. p. 55.
[53] Ibidem, p. 54.
[54] Id. Plano Nacional Missionário 2012-2016. São Paulo,
2011. p. 46.
[55] Ibidem. p. 51
[56] Ibidem. p. 31.
[57] Ibidem. p. 29.
[58] Idem.
[59] FRANCISCO, Wagner de C. Os problemas sociais no campo
brasileiro. Disponível em:
<http://www.brasilescola.com/brasil/os-problemas-sociais-no-campo-brasileiro.htm>
Acesso em: 20/11/2012.
[60] TAFFAREL, Celi Zulke. Esporte e Movimentos de Luta
Social no Campo. (Professora Dra. Titular LEPEL/FACED/UFBA). Disponível em:
<http://www.rascunhodigital.faced.ufba.br/ver.php?idtexto=921>
Acesso em: 20/11/2012.
[61] MORI, Tábata. “Brasil sem miséria. Qual o papel da
Igreja?” Rede Evangélica Nacional de Ação Social (Goiás). Disponível em:
http://renas.org.br/2011/09/26/brasil-sem-miseria-qual-o-papel-da-Igreja/
Acesso em: 12.08.2012
[62] Idem.
[63] BIANCHINI, Valter. O Programa Brasil Sem Miséria e a
Agricultura Familiar. DESER - Departamento de Estudos Socioeconômicos Rurais.
Conjuntura Agrícola, Brasil sem Miséria. p. 9.
[64] NERI, Marcelo Cortes. bacharel, mestre (PUC-Rio) e
doutor em economia (Princeton University- USA), atual chefe do Centro de
Políticas Sociais do Instituto Brasileiro de Economia da FGV e atual presidente
do IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (pt.wikipedia.org).
[65] WEISSHEIMER, Marco Aurélio. Renda cresce mais nas áreas
pobres rurais. Carta Maior. Disponível
em:
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=21299>
Acesso em: 23/11/2012.
[66] Id. Plano Nacional Missionário 2012-2016. São Paulo,
2011. p. 09
[67] PROJETO MISSIONÁRIO MISSÃO AMAZÔNIA. MIBdesign.
Coordenação: Augusto Cárdias, Manaus: Igreja Metodista, 14/07/12. 5:27min,
vídeo sonoro, Disponível em: http://youtu.be/6qMzFAiZ_YI Acesso em: 20/11/2012.
[68] PROJETO LUZ E VIDA MISSÃO AMAZÔNIA. [produção pessoal].
Márcio Monteiro Rocha, São Bernardo do Campo, 07/05/12, 5:00min, vídeo sonoro,
Disponível em:
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Acesso em: 20/11/2012
[69] BERNO, Alfredo W. de A., SANTOS, Glademir Sales dos.
(Orgs). Estigmatização e território: mapeamento situacional dos indígenas em
Manaus. Amazonas: UFAM, 2009.
[70] INSTITUTO HUMANITAS UNISINOS. Kaiowá Guarani - Decretos
de extermínio. Disponível em:
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Acesso em: 20/11/2012
[71] Ibidem. p. 25, 27, 29, 76, 80.
Publicado originalmente em: http://projetoluzevidamissaoamazonia.blogspot.com.br/2012/11/a-conjuntura-brasileirado-campo-e-o.html?spref=fb
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