Os temas
“cultura” e “cidadania” na Conferência do Nordeste de 1962, na Igreja
Metodista, segundo os seus Credos
Sociais, e a revista da juventude Cruz de Malta.
Helmut
Renders
Introdução
O tema deste
painel é “Uma análise da Conferência do Nordeste”. Concentrar-me-ei em dois temas importantes da conferência, a cultura e
a cidadania. Proponho esta dupla abordagem por quatro razões: Primeiro, considero
como os atores da Conferência do Nordeste estes dois temas chaves da presença
protestante no Brasil e aptos para testar a qualidade dessa presença; segundo,
proponho contribuir para a tese dupla da ausência cultural e da presença cidadã
do protestantismo no Brasil; terceiro, acredito que se precisa ainda explorar
mais esta relação entre cultura e cidadania em si; quarto, o tema faz-se também
necessário pela relativa ausência de metodistas entre os palestrantes
principais na Conferência do Nordeste.
Afinal, os temas tratados tinham somente
perifericamente a ver com a tradição metodista no Brasil, a forma de sua práxis
no cotidiano ou até mais do que transparece na conferência? E, se for o caso,
tratava-se de uma sintonização ao longo do tempo ou de um interesse recente?
Como caminho
de investigação, proponho, primeiro, estudar como a Conferência do Nordeste avaliava
a relação entre Protestantismo, cultura brasileira e cidadania. Depois, mostro como os
conceitos da cultura e da cidadania foram aos poucos integrados nos Credos
Sociais da Igreja Metodista do Brasil de 1930 e 1960 e como eles estavam
presentes na revista Cruz de Malta, uma publicação cuja redação era da
juventude metodista. Dessa forma, quero esclarecer até que ponto as propostas
ou exigências formuladas em uma conferência panprotestante tinham proximidade
ou não com a caminhada e a vida na época de uma das suas igrejas colaboradoras.
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