sexta-feira, 27 de julho de 2012

TUCKER E O CONCÍLIO MUNDIAL DE IGREJAS


TUCKER E O CONCÍLIO MUNDIAL DE IGREJAS

E. C. 1 e 8 de Junho de 1943 (p. 2 – 3)




O conselho Mundial de Igrejas 

(em formação)



(Texto apresentado no 5º Encontro Nacional de Metodistas Confessantes)

Pedimos vênia ao Sr. Redator do Expositor Cristão para oferecer aos seus leitores mais algumas noticias dos movimentos ecumênicos. O ultimo número da revista “Christedom”, informa que 77 igrejas (diversas entidades eclesiásticas) de 28 diversos países já aderiram ao Conselho Mundial de Igrejas( em formação) , sendo as três ultimas: A convenção Nacional Batista dos Estados Unidos (a sessão dos cidadões de cor), a Igreja Metodista do Brasil ,  a primeira Igreja na América do Sul a tornar-se membro) e a Igreja anglicana de Nova Zelândia.


As comissões executivas das duas seções, a Americana e a Européia, continuam a funcionar regularmente, não obstante as grandes dificuldades em se viajar, resultantes da guerra mundial. Na reunião outonal da seção Americana realizada em outubro p. p. foram prestadas importantes informações sobre vários assuntos; pelo Secretary Tracy Strong da Associação Cristã de Moços, sobre o trabalho entre os prisioneiros de guerra; pelo Dr. Forrest Knapp, da Associação Mundial Escolas Dominicais sobre suas impressões da vida das Igrejas nos países Sul Americanos; pelo Dr. Walter Vankirk, secretario do Concílio  Federal das Igrejas de Cristo na América sobre o movimento ecumênico na Inglaterra, que acabou de visitar; pelo Dr. William Adams Brown sobre a relação futura de Seção Americana do Conselho Mundial com o movimento cooperativo organizado na América, e vários outros.


A seção européia realizou a sua seção no mês de setembro. A revista “Christedom” noticia que a seguinte forma de orações intercessorial  foi usada:


“Até que todos cheguemos a unidade da fé e do pleno conhecimento do filho de Deus, o estado do homem da estatura da plenitude de Cristo.


Oremos


Pela Igreja de Cristo em todo o mundo, pelos ministros e membros, para que todos sejam cheios de seu espirito;


Ó Cristo ouve-nos:


Para que a Igreja não busque sua própria segurança mas a salvação do mundo, procurando em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça:


Ó Cristo, ouve-nos:


Para que a Igreja leve a verdade e o poder do evangelho aos corações aflitos;


Ó Cristo, ouve-nos:


Para que a Igreja mostre ao mundo a solicitude do mestre pelos fracos e oprimidos e seu zelo pela verdade e justiça;


Ó Cristo, ouve-nos:


Para que a Igreja seja o seu exemplo na persistência em fazer a vontade de Deus e permanecer fiel a pesar de todas as vicissitudes;


Ó Cristo, ouve-nos;


Oremos pelo crescimento e aperfeiçoamento da unidade da Igreja de Cristo; por todos os que planejam e administram o governo da Igreja; por todos os que preparam o ministério da Igreja; por todos os que cuidam das almas dos homens e constróem o corpo de Cristo; por todos os que professam a religião cristã; para que cresçamos conjuntamente na grada de Nosso Senhor Jesus Cristo, e mostremos seu espirito em nosso amor uns pelos outros.


Ouve-nos, nós te suplicamos.


Oremos – para que sejamos informados sobre faltas e erros em nos mesmos, que entravam o crescimento da unidade, e assim, nos libertemos deles;


Ouve-nos, nos te suplicamos.


Para que oremos e trabalhemos sem cessar pela unidade perfeita da Igreja de Cristo;


Ouve-nos, nós te suplicamos:


“ó Deus todo poderosos, que enviaste teu filho, Jesus Cristo ao mundo, para que por sua cruz e paixão as nações fossem remidas para a tua gloria, envia, te suplicamos, tua Igreja no poder de sua incarnação a proclamar a mensagem de ignorância, toda presunção e falta de caridade, de modo que por teu amor derramado em nossos corações e pela verdade que procede de ti, possamos recear a toda humanidade o salvador do mundo, teu filho Jesus Cristo, nosso senhor. Amem”.

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O arcebispo de Canterbury foi eleito presidente do conselho e pregou o sermão inaugural baseado no texto: - “Fala aos filhos de Israel que caminhem”. Entre outras ponderações importantes, disse: - “Não há dissolução de nossos princípios distintivos pelo fato de nos reunirmos neste conselho. Porém há uma escolha entre duas direções, dois pontes de ênfase. Nos dias em que o cristianismo em seus princípios fundamentais permaneciam inatacável parecia natural iniciar-se ênfase nos pontos em que se distingue uma comunidade de outra. Mas na atualidade quando largamente se desafiam os princípios básicos do cristianismo e em muitos lugares são repudiados – a necessidade fundamental é de um testemunho unido e claro do próprio cristianismo. A diferença entre os cristãos e não-cristãos, entre aqueles que crêem e os que não crêem que em Jesus Cristo, Deus visitou e reuniu seu povo”.


A Seção Européia do Conselho Mundial de Igrejas (em formação) na sua ultima reunião em Genebra endereçou aos cristãos em todo o mundo a seguinte carta de camaradagem cristã.

Prezados irmãos em Cristo: -


Nossos pensamentos e orações estão em torno de todas as igrejas que passam por terríveis provações. Ouvimo-las dizer o que S. Paulo escreveu de sua prisão, aos Filipenses: “ A maioria dos irmãos no senhor, animados pelas minhas prisões, estão muito mais encorajados em falar, sem temor, a palavra de Deus”. (Fil. 1:14).


Contudo, esta bênçãos não se dispensa unicamente as Igrejas sob a cruz, mas, a toda a comunhão dos crentes em Cristo. Através do testemunho das Igrejas que estão em provações, há um desafio a todas as Igrejas no sentido renovarem sua fé e vida. Dizemos as Igrejas sofredoras o que São Paulo escreveu aos Tessalonicenses:


“ Vós vos fizestes imitadores nossos e do senhor, tendo recebido a palavra do meio de muita tribulação com gozo do espirito santo, de sorte que vos tornastes modelo para todos os crente” (1. Thesc. 1:6-7)


Impressionamo-nos pela evidencia dos relatórios de muitas igrejas, as quais precisamente, por causa desse novo encontro com a realidade da cruz, a comunhão entre as igrejas tem se aprofundado. Essa é a razão por que temos tido liberdade para começar os preparativos para os dias em que a Igreja possa, novamente, com toda a liberdade manifestar o seu caráter ecumênico e iniciar a reconstrução do mundo, e da reconciliação das nações.


“O próprio Deus de toda a graça, que vos chamou em Cristo para a sua eterna gloria, depois que tiverdes padecido um pouco, vos há de aperfeiçoar, estabelecer, fortificar e consolidar. A ele seja dado o domínio pelos séculos dos séculos. Amem”. (1. Pedro 5-10-11)


Se os redatores dos outros jornais evangélicos no Brasil acharem de interesse para seus leitores – esta comunicação e quiserem fazer-nos o favor de transcreve-lá, toda ou em parte, ficar-lhe-emos muito agradecidos.


Acho que, pelo menos, trechos desta, podem ser lidos e comentados com grande proveito perante as congregações em cultos públicos.

H. C. Tucker

Sec. Geral de Ação Social.

12 Avenida Erasmo Braga

Rio de Janeiro.

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