Eleita em 2006 para integrar o Comitê Permanente de Consenso e Colaboração do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), Magali do Nacimento Cunha, envia relatório das atividades desenvolvidas ao Colégio Episcopal da Igreja Metodista.
Ao Colégio Episcopal da Igreja Metodista
Relato sobre a minha participação em atividades
do Conselho Mundial de Igrejas em 2014
Magali do Nascimento
Cunha
1. Encerramento de participação no Comitê
Permanente de Consenso e Colaboração (Diálogo Protestantes-Ortodoxos) [PCCC]
A última reunião do PCCC eleito em 2006 entre os membros do
Comitê Central, o primeiro a atuar depois de sua criação, aconteceu de 29 de
julho a 1 de julho de 2014, nas dependências da Sede do CMI, em Genebra/Suíça.
Visava à avaliação do trabalho do PCCC no período 2006-2013, à avaliação do
período do CMI pós-Assembleia de Busan (2013) e ao oferecimento de
contribuições para a reunião do novo Comitê Central que aconteceria em seguida,
de 2 a 8 de julho de 2014.
Fui convidada pelo staff responsável pelo programa da
reunião do PCCC a contribuir com o estabelecimento de um processo de avaliação
do período 2006-2013 com a participação de todos os 14 membros. Ofereci a
seguinte metodologia: A) preenchimento de questionário com itens relacionados
a: (1) mandato do comitê; (2) Composição do comitê e atuação dos moderadores;
(3) encontros realizados; (4) contribuição do comitê à vida do CMI; (5) apoio
do staff. B) apresentação da tabulação dos questionários respondidos e reação
dos participantes em sessão da reunião, com abertura para observações sobre
aspectos positivos e negativos e as possibilidades futuras para o novo PCCC a
ser eleito na próxima reunião do Comitê Central. Essa sessão foi liderada por
mim e por um bispo da Igreja Ortodoxa em atuação conjunta.
Ao final da reunião foi preparado um relatório com destaque
para o processo avaliativo e indicações quanto ao novo Projeto Programático do
CMI para o período 2014-2016, a partir das ênfases estabelecidas na Assembleia
de Busan. Os membros do PCCC que não seriam mais membros do Comitê Central
foram convidados a participar da reunião do Comitê Central que seria iniciada
em seguida. Decidi participar nas sessões até a que fosse apresentado o
relatório do PCCC, o que aconteceu no dia 4 de julho, quando retornei a São
Paulo.
Minha participação no PCCC foi positiva, na minha avaliação,
levadas em conta as limitações em torno do meu desconhecimento da realidade das
Igrejas Ortodoxas, tão restritas no Brasil. Eu até tinha questionado minha
indicação para este comitê com o secretário-geral à época Rev. Samuel Kobia,
justamente por esta condição de desconhecimento. Sua resposta foi significativa
e deu o tom da minha participação. Ele disse: “Certamente os irmãos ortodoxos
conhecem muito pouco do Metodismo no Brasil e na América Latina e vão aprender
com a sua participação”. Assim conduzi minha presença nas sete reuniões
realizadas (Síria,
Rússia, Alemanha [duas], Suiça/CMI [duas]). Não tive condições de
participar de uma delas (Chipre) por conflito com agenda de trabalho. Agradeço
a Deus pelo aprendizado com a realidade dos irmãos e irmãs Ortodoxas/os nos
diferentes contextos visitados e com as tensões teológicas e de visão de mundo
que permeiam a relação dele/as com os/as Protestantes. Aprendi também com os
irmãos e irmãs reformados/as e luteranos/as
participantes. Busquei, durante todo o tempo, oferecer contribuições com base
na formação metodista que tem me acompanhado pela vida.
2. Indicações para participações a partir de
2015
2.1 Comissão Fé e Ordem
Recebi uma carta do secretário-geral do CMI Rev. Olav Fykse
Tveit (anexa) comunicando que fui eleita pelo Comitê Central reunido em julho
de 2014 como membro da Comissão Fé e Ordem do CMI. Entendo, que para ser eleita
em Comissão do CMI, meu nome deve ter sido referendado pela Igreja Metodista no
Brasil, portanto, agradeço ao Colégio Episcopal a confiança em mim depositada.
Assumi o compromisso com alegria, porém com temor e tremor, dada a importância
desta comissão não só para o CMI mas para a história do movimento ecumênico
mundial. Recebi depois contato específico com orientações, materiais e
convocando para uma reunião que acontecerá de 22 a 27 de junho de 2015, na
Romênia.
2.2 Indicação do Secretário-Geral do CMI para
integrar o Grupo de Referência da Peregrinação
de Justiça e Paz, iniciativa aprovada para o período em curso no CMI pela
Assembleia de Busan.
Recebi o convite para integrar esse Grupo de Referência
(grupo consultor), acompanhado de convite para ser moderadora dele juntamente
com o Prof. Fernando Ens, Igreja Menonita da Alemanha. Aceitei o convite por
ser atividade significativa, dada a importância da iniciativa para a vida do
CMI e suas igrejas-membros no período 2014-2020. A 10ª Assembleia do Conselho
Mundial de Igrejas, realizada na Coreia do Sul no final do ano passado, lançou
um convite às igrejas-membros e a todas as pessoas de boa vontade de todo o
mundo: engajarem-se numa Peregrinação de Justiça e Paz.
A iniciativa do Conselho Mundial de Igrejas para a
Peregrinação de Justiça e Paz tem uma mensagem importante: a compreensão de que
a Igreja de Cristo está em peregrinação neste mundo, a caminho de um novo céu e
uma nova terra. As igrejas vivem e trabalham por isso. A preposição “de” faz
toda a diferença: não uma peregrinação pela justiça e pela paz, mas “de”
justiça e paz. Significa que as igrejas precisam seguir no caminho por um novo
céu e uma nova terra testemunhando e
trabalhando a justiça com paz (ver documento anexo). A iniciativa foi assumida
pelo próprio Conselho Mundial de Igrejas em sua reunião de planejamento de
ações para os próximos sete anos, realizada na reunião do Comitê Central em
julho (ver também documento anexo com o plano estratégico).
Já participei de duas videoconferências, juntamente com o
co-moderador e o staff responsável, para a preparação da primeira reunião do
Grupo de Referência, que acontecerá de 22 a 27 de Fevereiro de 2015, no
Instituto Bossey (Genebra/Suíça).
3. Encaminhamentos resultantes dessas novas
participações
3.1 Comissão Fé e Ordem
Já aprendi com os primeiros contatos encaminhados que uma
das tarefas de membro da Comissão é estabelecer comunicação entre ela e sua
igreja, outras igrejas-membros e organismos ecumênicos do país. Nesse sentido,
já fui chamada a essa responsabilidade no que diz respeito ao estudo e aos
processos de resposta ao documento da Comissão Fé e Ordem, publicado em 2013, “The
Church: Towards a Common Vision”/“A Igreja: Em busca de uma Visão Comum”
(versão em espanhol em anexo).
Portanto, irmãos e irmã, bispos e bispa da Igreja Metodista
no Brasil, é meu dever como sua representante
na Comissão Fé e Ordem recordá-los/la e reafirmar-lhes da importância do
estudo e da divulgação desse documento, especialmente entre as lideranças ministeriais
e a Faculdade de Teologia. Na reunião,
na qual devo participar em junho 2015, serei chamada a relatar como está o
processo na Igreja Metodista no Brasil em relação a este documento. Ficarei no aguardo de orientações nesse
sentido.
3.2
Grupo
de Referência da Peregrinação de Justiça
e Paz
Na reunião, na qual participarei em Fevereiro de 2015,
haverá momento de partilha sobre o significado da Peregrinação de Justiça e Paz
para a minha vida espiritual, do ponto de vista pessoal, e também para a minha
igreja e para o país. Haverá momento de partilhar as ações que a minha igreja e
outras igrejas-membros e organismos ecumênicos estão assumindo como engajamento
na campanha.
Dessa forma, será de grande
significado eu receber elementos da liderança de nossa igreja sobre este
assunto para poder partilhar no encontro de fevereiro.
Materiais sobre a iniciativa podem
ser acessados em: http://www.oikoumene.org/es/nuestra-labor/pilgrimage-of-justice-and-peace?set_language=es
São Bernardo do Campo, 1
de dezembro de 2014
Magali do Nascimento Cunha
Publicado originalmente em: http://metodista.org.br/membro-do-comite-permanente-de-consenso-e-colaboracao-do-cmi-envia-relatorio-ao-colegio-episcopal
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