sexta-feira, 2 de maio de 2008

Jesus não estabelecia pontos de atendimento. Sua igreja era ambulante...

Por Derrel Santee
Jesus saiu dali e, no caminho, viu um cobrador de impostos,
chamado Mateus, sentado no lugar onde os impostos eram pagos. Mateus 9.9 (leia 9.9-13,18-26) – BLH

Jesus não ficava sentado, esperando os outros chegarem a ele. Não montava salões para onde encaminhava os necessitados a buscar socorro. Não marcava reuniões de cura e de bênçãos. Pelo contrário, ele era quem caminhava em direção aos necessitados e os encontrava onde eles estavam. As curas e as bênçãos aconteciam em qualquer lugar a qualquer hora!... Eram espontâneas, sem necessidade de “criar ambientes apropriados”. Os que o procuravam até tinham dificuldade em encontrá-lo! Jesus não estabelecia ponto de atendimento. Sua “igreja” era ambulante.

Também enxergava o que era despercebido por todos. Quantas pessoas passaram por Mateus sem realmente vê-lo? Para o povo, Mateus era uma pessoa a ser evitada. Representava o mal. Era o “bicho papão” do governo. Cobrava impostos. Para Jesus, Mateus era uma alma carente de amizades e de desafio maior na vida. Jesus simplesmente demonstrou amizade e propôs uma caminhada juntos por caminhos novos. Mateus topou e tomou novo rumo na vida.

Jesus não foi bem compreendido pelos fariseus que queriam conservar a pureza da religião. Para eles, pessoas santas não se misturavam com pecadores. Para Jesus a santidade só é válida na convivência com pecadores. Jesus se sentia melhor entre os pecadores do que entre os santos. Até hoje, os santos não conseguem entender isto e se empenham em permanecer separados dos pecadores. Os pecadores, por sua vez, sentem a rejeição dos santos.

Uma religião moralista é igual um hospital sem enfermos. O hospital é uma mistura de pessoas sadias e doentes. O hospital existe em torno de doentes – a igreja, de pecadores.

Mas, na prática, não é bem assim. Os hospitais têm sua equipe de obreiros sadios, mas internam somente pessoas enfermas. A finalidade é curá-las e lhes dar alta. São devolvidas à sociedade para fazer a sua contribuição como cidadãos sadios. Não dependem do hospital para manter a saúde. Em contraste, as igrejas têm sua “equipe de santos” para atender os pecadores, mas querem internar somente os santos e mantê-los internados para sempre. Para ser internada na igreja, a pessoa precisa demonstrar que não é mais pecadora. Se recair em pecado pode ser expulsa da igreja. O pecador “curado” precisa ficar na igreja para manter a sua saúde espiritual.
A religiosidade dos “perfeitos” era pedra de tropeço para os pecadores. Nada mudou. Mesmo hoje, a tendência da religião é sacrificar a bondade em favor de práticas religiosas que alienam os pecadores dos santos. Por exemplo, os santos consideram a Ceia como o privilégio dos bons, não como remédio para os pecadores. Nas igrejas, “pecadores” são barrados do ritual que simboliza o corpo e sangue de Jesus dado pelos pecados de todo o mundo. A ceia, somente para crentes, é uma ironia! Foge do propósito de Jesus.

Jesus continua ser um desafio para as pessoas que querem ser do bem. O convite de Jesus, “Venha comigo”, ainda está de pé e aguardando quem o aceite. Temos a coragem de romper barreiras, as nossas próprias barreiras?
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Derrel Santee é missionário aposentado veja outros artigos em http://sementesbiblicas.blogspot.com

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