quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Credo

Credo
Rev. Sergio Arantes Pinto

Creio num Deus único, onipotente, onisciente, onipresente, justo, verdadeiro e amoroso, criador do universo, céus, terra, astros, e tudo o que neles há; Sua essência é sem corpo, infinito, ocupando mais do que toda a sua criação e da qual é pai (Gn. 1 - 2).

Creio num Deus que não faz acepção de pessoas (Dt. 10: 17; Rm. 2: 11); Todos são seus filhos e o seu desejo é que todos aceitem o seu chamado para viverem em fé, cooperação em amor, suportando uns aos outros, como o próprio Deus o faz conosco (Lc. 15: 11 - 32).

Creio num Deus que chamou um homem, Abrão e lhe disse que nele seriam abençoadas todas as famílias da terra (Gn. 12: 1 - 3); Por meio de todas essas famílias abençoadas, a terra e o universo também seriam abençoados e restaurados à condição de “muito bons” (Mt. 28: 18 - 20; Ez. 18: 30 - 32; I Tm. 2: 1 - 6).

Creio em Deus que, em Jesus Cristo, se fez palavra, criou todas as coisas e como Deus Salvador, se encarnou para viver, como humano, o grande amor de Deus, dando a sua própria vida imaculada por todo o mundo, para a redenção de toda a humanidade (Jo. 1: 1 - 5; 10 - 14).

Deus é Espírito Santo, edificador, sustentador e consolador da sua obra em Cristo (Jo. 14: 16 - 28).

O Deus trino vive eternamente, sem princípio nem fim; A ele tudo é sujeito, até o próprio tempo, pois ele o criou (Gn. 21: 33; Is. 9: 6; 26: 4; Mq. 5: 2; Sl. 90: 4; II Pd. 3: 8).

Creio que a Igreja, o novo Israel, não salva, mas é a comunidade que aceita o chamado de Deus para proclamar e viver a sua mensagem de amor e salvação; Comunidade que é santa e pecadora, pois constituída de pecadores arrependidos, que é sempre perdoada e santificada por Deus em Cristo (Mt. 11: 27 - 30; 16: 18; Mc. 16: 14 - 18; Jo. 6: 66 - 69; Gl. 3: 13 - 14; 5: 1 - 6).

Creio que os descendentes de Abraão, segundo a carne, esqueceram-se dessa bênção para a qual foram chamados e que eles não só se esqueceram, mas atolaram-se na desobediência, no pecado e aceitaram deuses falsos durante toda a sua caminhada, com raríssimas exceções. Mas Deus não desistiu do seu intuito de ter filhos à sua imagem e semelhança; Deus é capaz de converter a maldição em bênção; Creio que Deus pode salvar quem quiser, independente de qualquer julgamento humano. (Gn. 50: 20; Ex. 33: 19; Ed. 13: 2; Is. 45: 6 - 7; Lm. 3: 38; Am. 3: 6).

Creio que Deus, na sua pré-ciência, por incapacidade total da humanidade, havia planejado que ele mesmo seria o autor e consumador da fé salvadora do ser humano (I Co. 12: 4 - 7, 11, 18; Cl. 1: 13 - 20; Hb. 2: 5 - 11; 4:14 - 16).

Creio que o homem e a mulher sempre foram, são e serão pecadores e incapacitados de produzir salvação. São seres dependentes, por natureza e, no máximo, podem, como imagem e semelhança de Deus, raciocinar e aceitar, de graça, a salvação. A aceitação da salvação é uma escolha que não faz dele um deus, ser perfeito, nem o capacita a andar como Deus quer que ele viva (II Cr. 6: 36; Ec. 7: 20; Sl. 143: 2; Rm. 3: 10, 23).

Creio que todos os homens e mulheres pecaram e estão destituídos da graça de Deus; Que é necessário, para a salvação, que o ser humano aceite e confesse a sua situação diante de si mesmo, diante de Deus e diante do seu semelhante, na sinceridade do seu coração, para que a graça de Deus se torne eficaz e haja transformação real em sua vida (Lv. 26: 40 - 45; Dn. 9: 4 - 19).

Creio que só a graça de Deus pode capacitar o ser humano para que ele viva a vida completa; Só a graça de Deus pode trabalhar, com a vontade do homem e da mulher, para que eles ajam como seres criados à imagem e semelhança do Criador. Ele quer que todos sejam salvos, mas não impõe seu querer à vontade do homem ou da mulher (Ef. 2: 1 - 16; 4 - 5: 1).

Creio que homens e mulheres não são justificados por obra, pois tudo de mal que fazem só serve para sua condenação e tudo de bem que fazem não passa de sua obrigação, pois para isso foram formados (Lc. 17: 10); Foram criados para a glória de Deus, para serem embaixadores e cooperadores com Deus e com seu semelhante, com a natureza e com todo o universo; Agindo corretamente trabalham a sua felicidade e a do seu próximo; Agindo erradamente trabalham a sua infelicidade e a do seu próximo.

Creio que a Bíblia é inspirada por Deus e foi escrita por homens que receberam a sua revelação, mesmo sem entenderem bem o que Deus lhes estava transmitindo. Por essa razão a Bíblia é sempre nova, dizendo aquilo que é necessário para o viver de cada um e para o viver em comunidade. Ela descreve a vida de povos e em especial a vida do povo de Israel, demonstrando as falhas e as possibilidades humanas. Descreve a história da salvação programada pelo próprio Deus (II Tm. 3: 14 - 17; 4: 1 - 5); I Pd. 4: 11; II Pd. 1: 19 - 21).

Creio que a Bíblia evidencia a forma como a humanidade não deve andar e a forma como deve viver; Ela mostra o amor, a justiça, o poder e a misericórdia de Deus e toda a imperfeição daqueles e daquelas que nunca serão Deus, mas que receberam o direito de serem imagem e semelhança de Deus.

Creio que a Bíblia não pode fazer a humanidade se tornar santa, mas ela sinaliza o caminho, a verdade e a vida; As leis, os exemplos e a história que ela apresenta não modificam a vida da humanidade, mas oferecem a maneira pela qual o ser humano pode aceitar a vida plena em Cristo.

Jesus não condenou as pessoas nem os relacionamentos entre as pessoas por elas serem diferentes ou pensarem de forma diferente. Ele denunciou o erro e mostrou a única forma de se ter vida plena. Procurou estar com todos para possibilitar o viver comum.

A fé que Jesus pregou é includente, pois Deus quer que vivamos como seus filhos, como irmãos. Quer que seja vivida a cooperação e a comunhão e não a concorrência, a massificação ou o individualismo.

Creio que o Deus Trino, Pai, Filho e Espírito Santo, não faz acepção de pessoas, nem de associação de pessoas, nem de órgãos, nem de instituições, nem de povos, nem de raças, nem de governos. Ele quer a redenção de toda a humanidade e de toda a terra; Ele nunca perguntou para saber e, mesmo, sabendo nunca deixou de se relacionar com as diversas seitas, denominações, magistrados, levitas, sacerdotes, saduceus, fariseus, publicanos e reis (Ed. 6: 1 - 12; 7: 11 - 26; Is. 44: 28; 45: 1; Jr. 27: 5 - 7, 19 - 22; 29:7; 43:10) e povos; Seus apóstolos relacionaram-se com reis, governadores, procônsules de quaisquer religiões; Deus não muda.

Jesus não tornou mal por mal, mas ensinou a amar os inimigos (Lc. 6: 27 - 36). Ele teve inimigos, mas não se tornou inimigo de ninguém. Foi capaz de dizer: “Pois quem não é contra nós é por nós” (Mc. 9: 40).

O evangelho de Jesus, que é o meu evangelho, é de paz (Jo. 14: 27; 16: 33). Paz Shalom, capaz de transformar vidas, órgãos, instituições, governos, mesmo dos “incrédulos” e “idólatras”. Ele é poder, que vem do Espírito Santo sobre todos, todas e todas as coisas.

No passado ele foi capaz de agir no império egípcio, assírio-babilônico, grego e romano e, contra tudo e contra todos, transpassando as barreiras da impiedade dos césares, fez a Bíblia e a Igreja vir por toda a terra e chegar até nós.

Deus, em Wesley, foi capaz de se sobrepor à Igreja da Inglaterra e aos responsáveis pelo Estado Anglicano e fazer uma nova Inglaterra. Não por força e nem por violência (Zc. 4: 6), mas simplesmente proclamando e vivendo as boas novas de salvação, tanto humanas como eternas.

Creio que sou Israel, povo escolhido de Deus, Igreja, comunidade daqueles e daquelas que foram chamados e aceitaram viver para testemunharem a boa nova de salvação de todo ser humano e, com este, proclamar a redenção de toda a terra (Rm. 2: 1 - 16; Gl. 3: 6 - 29).

Creio que na Igreja de Cristo não há lugar para descompassos humanos resolverem problemas espirituais. O viver comum submisso a Cristo, mesmo com os erros que toda a humanidade tem, conduz à salvação eterna; Não fomos chamados para julgar os outros, muito menos para cercearmos a liberdade de ninguém. Isto é problema da má política e da injustiça humana.

Creio que o Espírito Santo, que é o Espírito de Deus presente em nós e ao redor de nós, é quem nos conduz, quando deixamos, a toda verdade, quer estejamos ou não associados a instituições humanas de caráter religioso, filosófico, político, científico, educacional, social ou tecnológico.

Creio que no Reino de Deus, que começa com a Igreja de Cristo, os valores têm de ser os de Deus, que sempre deu liberdade aos homens e mulheres para escolherem o seu próprio caminho (Mt. 15: 17 - 18).

Creio que a Igreja zela por um caminho ético, segundo os mandamentos de Deus, mas deixa aos seres humanos escolherem seus caminhos. Não impõe a sua ética, nem aos humanos e nem às suas instituições. Zela pela apresentação da vontade de Deus, mas não cerceia a liberdade de escolha de cada um, nem do todo (Tt. 2: 11 - 15).

Creio que o cristão está aberto ao diálogo com toda a humanidade, quer individualmente, quer comunitariamente, pronto a dar a razão de ser da sua fé, sem tolher a liberdade de escolha de quem quer que seja. Ele está pronto a testemunhar a sua fé e a conseqüente felicidade que Deus lhe concede de entender, aceitar e viver o evangelho de Cristo Jesus. Ele confia que o Espírito Santo age na sua vida e na vida daqueles que estão ao seu redor, inclusive nas instituições, para conversão e salvação; Ele sabe que sozinho nada pode, mas que o Espírito de Deus pode todas as coisas. Por isso ele se coloca humildemente nas mãos do Espírito para que este realize a obra de Deus (Lc. 12: 1 - 12; Tt. 3: 1 - 11).

Por isso sou cristão, metodista e ecumênico.

Juiz de Fora, 31 de agosto de 2006.
Rev. Sergio Arantes Pinto.


Um comentário:

Anônimo disse...

Olá.. como consigo ter ctt com o Sr. Sergio Arantes Pinto? sou uma Sobrinha neta, neta de Anna M° Arantes Viveiros, que esta em Busca de Noticias de seu Primo. Se puderes ajudar, Muito Obrigada desde já.. Carla Viveiros