sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Moisés da Rocha - Símbolo da Luta pela Valorização da Cultura, Fé e Negritude

Moisés da Rocha - Símbolo da Luta pela Valorização da Cultura, Fé e Negritude




A leiga metodista Diná da Silva Branchini foi agraciada, nesta terça-feira, 26/11, com o Prêmio Benedicto Galvão, oferecido pela OAB-SP às pessoas que se destacam na luta pelos direitos da população afrodescendente.

Todavia, ela não é a primeira pessoa da Igreja Metodista a receber tal reconhecimento. Em 2012, o radialista Moisés da Rocha, membro da Igreja Metodista no Ipiranga-SP (3ª Região), recebeu o prêmio. Moisés é conhecido por seu trabalho como historiador do samba e da música popular brasileira em seu programa "O Samba Pede Passagem", transmitido pelas rádios USP FM e Rádio Capital.

Além de seu trabalho de resgate e valorização da cultura musical da raça negra, em seu trabalho como radialista, Moisés também atua na difusão da cultura musical cristã de influência africana, através do Coral Resistência de Negros Evangélicos.



"Samba e Ecumenismo

Para quem vive em São Paulo, o nome do radialista Moisés da Rocha é imediatamente relacionado a O Samba Pede Passagem, programa que, há décadas, ele apresenta pela Rádio USP/FM. Assim como anuncia as músicas, seus intérpretes e compositores, ele noticia eventos das escolas de samba, missas afro – em memória de artistas ou personalidades do mundo do samba – ou ainda, as festas em terreiros de umbanda e candomblé. O que poucos sabem é que Moisés é metodista e regente do Coral Resistência de Negros Evangélicos, também conhecido por Coral Resistência Negra. Idealizado pela pianista e cantora Nilcéia Netto, para uma apresentação em 13 de maio de 1988, na comemoração do centenário da Abolição, esse coral prosseguiu e hoje se compõe de cristãos de várias denominações religiosas. Além dos ensaios e das apresentações, seus integrantes participam também de debates sobre preconceito racial e exclusão social “além de todas as formas de discriminação enfrentadas, principalmente pelos negros, até mesmo dentro de Igrejas Evangélicas”, afirma Moisés. O repertório do Coral Resistência Negra se compõe de música clássica religiosa, canções folclóricas e populares e também de negro spirituals. “Os sentimentos no canto de trabalho, de dor e de esperança dos negros escravos americanos são similares aos nossos”. Ex-integrante da Força Internacional de Paz da ONU, no Canal do Suez, Moisés da Rocha contata que: “Quase todos os povos que aqui vivem têm suas associações e corais. Só os afro-descendentes causam espanto.” Em suas palestras, aponta como solução das mazelas sociais algo bem simples. “O cumprimento dos mandamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, da Declaração Universal dos Direitos Humanos e das Leis do País, em especial as que garantem a igualdade de oportunidades, tão descarada e hipocritamente desrespeitadas.”

Trecho de reportagem publicada no site da Revista Raça Brasil, sobre fé e negritude: http://racabrasil.uol.com.br/cultura-gente/141/imprime164125.asp


Entrevista com Moisés da Rocha publicada no site da Paróquia da Ssa.Trindade (IEAB):


Coral Resistência de Negros Evangélicos


Coral Resistência de Negros Evangélicos: Símbolo de Luta contra o Preconceito.
Trindade- Como surgiu o Coral Resistência de Negros Evangélicos? Fale também sobre teu papel como Regente.

Moisés da Rocha - O Coral Resistência de Negros Evangélicos, foi idealizado pela pianista e Cantora Nilcéia Netto, para uma apresentação cívico-religiosa, no dia 13 de Maio de 1988, por ocasião da comemoração oficial da libertação dos Escravos no Brasil. Após os ensaios, começamos a discutir o preconceito racial, a exclusão social, enfim as formas de discriminação enfrentadas, principalmente pelos negros, até mesmo dentro das Igrejas Evangélicas, sendo apresentadas, inclusive, várias situações, vários constrangimentos, todos sempre em desacordo com o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Após o referido evento, um grupo com cerca de trinta pessoas, sentiu-se despertado para a necessidade de dar continuidade do exercício, aceitando o desafio de compartilhar com outras pessoas, as nossas preocupações, dores e esperanças de transformação de nossa  sociedade, levando como lema, o combate a todo e qualquer tipo de discriminação. Meu trabalho como Regente, além da condução do Coral, tem a responsabilidade de proferir palestras, estabelecer contatos e divulgar as nossas atividades, no  âmbito nacional e internacional.

Trindade- Qual o repertório musical utilizado pelo Coral?

Moisés da Rocha- Nosso repertório é composto por música sacra tradicional e folclore. A maior parte também é de negro spiritualque caracteriza muito bem o nosso trabalho e nossa mensagem.  Damos destaque para esse último gênero, pois os sentimentos no canto de trabalho, de dor e de esperança dos negros escravos americanos são similares aos nossos. 

Trindade- Algumas pessoas ao verem o nome do Coral intitulado “Negro” acham que está sendo excludente. O que pensa você sobre isso?

Moisés da Rocha- É interessante que essa pergunta por diversas vezes tem sido feita em nossas apresentações, principalmente nos debates-diálogos que promovemos nas comunidades. A gente tem respondido sempre que, este é de negros, como poderia ser de italianos, lituanos, chineses, japoneses etc. O curioso é que quase todas as nações que em grande número de representantes tem um Coral, uma Associação, onde cantam em seu idioma natal, ensinam a língua natal. Quando surge um grupo dos afrodescendentes, há um espanto quase geral. Isto confirma a discriminação e a diferenciação, muitas vezes mal disfarçadas em todos os setores de nossa sociedade. Cantar ópera ou qualquer outro ritmo é normal, mas se tiver algum instrumento de percussão, então é coisa de macumba, do diabo e outras bobagens mais.

     O curioso não é o Coral ser integrado só por negros, mas o questionamento sobre a razão que leva uma pessoa a cantar em um Coral de Negros. A inquietação parece revelar um incômodo com a participação num grupo que manifesta elementos da cultura afrodescendente. Por que será que tal atitude incomoda tanto? Enquanto os negros estavam nas Novas Senzalas, cozinhando e fazendo a limpeza dos templos e salões sociais, lhes era permitido tomar parte no canto coral ou quarteto musical pois eram pretos mas... tinham uma voz... ou eram pretos mas... que mão prá cozinhar!

Trindade- Que contribuições o Coral Resistência de Negros Evangélicos leva para as Igrejas e para a Sociedade?

Moisés da Rocha - A franca discussão da história real dos afrodescendentes: a denúncia de que o preconceito não é privilégio de nenhum grupo, mas é exercido e muito, dentro das Igrejas Evangélicas. Contar que a Igreja sempre foi omissa e na maioria das vezes conivente com a Escravidão e com todos os preconceitos, pois ela faz parte da sociedade e não poderia ser de outra forma. Deveria ser diferente, se a Igreja atentasse de fato para o cumprimento dos mandamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, das Leis do País, da Declaração  Universal dos Direitos Humanos  e para todos os artigos que estabelecem a igualdade de oportunidades na sociedade que são descarada e hipocritamente desrespeitados. 

Trindade- Qual a importância do dia 20 de novembro, “Dia da Consciência Negra”, para a sociedade brasileira?

Moisés da Rocha- Já está se tornando comum a chacota de não negros, que agradecem pelo feriado que nós negros, em nome de Zumbi dos Palmares proporcionamos. Existe até cidades como Osasco, na grande São Paulo, onde vereadores se recusam a estabelecer em lei nesse sentido, alegando que estariam ultrapassando um número de feriados permitidos ao município.  O 20 de novembro tem de continuar sendo, não mais um dia de descanso nesta grande Senzala chamada Brasil. Tem que ser sim, um dia de macro reuniões de todos os setores da sociedade, Dia de Conscientização, de Reflexão e até de Expiação dos Pecados cometidos há tantos anos, principalmente pela hipocrisia. Pode até ser um Dia de Perdão se houver sinceridade de intenções.

Trindade- O que é preciso para participar do Coral Resistência de Negros Evangélicos?

Moisés da Rocha- Para participar do Coral Resistência de Negros Evangélicos, tem que ser afrodescendente,  ter espírito evangelístico de cantor missionário, estar disposto a combater a todo e qualquer tipo de discriminação na sociedade e, de preferência que não tenha experiência Coral. É preciso ter consciência também que o Coral não tem por finalidade promover lucros financeiros e nem preocupação com títulos, doutorados individuais. Cada integrante será apenas mais um componente, sem privilégios, com igualdade de direitos e deveres.    Muita Paz. Axé!!!
Entrevista publicada originalmente em: http://trindade.org/drupal/node/135

Reportagem sobre o programa "O Samba Pede Passagem"http://musica.uol.com.br/ultnot/2006/01/31/ult89u6238.jhtm

Parabenizamos a Diná da Silva Branchini e o Moisés da Rocha por sua atuação constante na valorização da cultura e da negritude, como expressão da fé e da luta por justiça.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Igreja e Mercado

Igreja e Mercado




E já que é para brincar de igreja como um mercado, proponho um exercício nesse texto sob essa ótica, embora, em minha opinião, levar isso a sério é abominável, a igreja é um espaço de comunhão e de divulgação do reino de Deus e jamais deve ser tratada como uma empresa, portanto, não levem meu texto ao pé da letra.

Resolvi fazer uma comparação com o mercado de motocicletas (as quais tenho grande apreço), para analisar esse mercado e numa visão inusitada traço aqui meu raciocínio.
Historicamente a igreja metodista nunca foi uma igreja de massa, e sim uma igreja de nicho de mercado, com um produto diferenciado. Difícil definir que nicho ou produto é esse, que não estão necessariamente relacionados à classe social. Diria que algumas características definem o mesmo, um deles é a pluralidade, a igreja sempre foi um local aberto discussões, com uma visão plural convivendo em um mesmo espaço, mas com respeito mútuo sem a imposição de um pensamento dominante, de acordo com a autonomia da igreja local, temos igrejas há pouco quilômetro de distância, de diferentes linhas litúrgicas, mas que se respeitam e entendem essas diferenças.

Uma segunda característica é a identidade, há aquela identificação com a instituição, pelo fato de ser conciliar e conexional, um metodista se sente metodista em qualquer lugar do mundo. Quem nunca teve a reação ao chegar em uma cidade completamente nova e ver uma igreja metodista "olha, uma igreja metodista!". No exterior, principalmente, paramos para tirar fotos ao lado da cruz e da chama.

A terceira é a conexionalidade, que diz respeito nos trás um respeito, em que quando mudamos de igreja, levamos conosco nosso "status" ou respeito de todo trabalho realizado anteriormente, recomendados pelo pastor local o que permite a "novos" membros de uma igreja local, dar continuidade no seu trabalho ministerial sem que tenha que "começar do zero". Pastores aqui não são (ou não deveriam ser) "semideuses", e tem que dar satisfação a um governo, pessoas podem questioná-los e eles ainda têm seu trabalho avaliado (o que muitos acham um absurdo), mas é mais uma peculiaridade desse nosso “mercado”, os leigos têm representatividade nas decisões da igreja.

Essas são algumas das características da igreja, e que pelo menos eu enquanto "cliente", me sinto extremamente confortável e satisfeito de participar dessa instituição. Por isso eu enxergo a Igreja Metodista historicamente como uma Harley Davidson, uma marca a qual muitos tem uma identificação profunda, o ronco do motor é inconfundível e você pode personaliza-la de uma forma a qual a sua seja a única no mundo.

Agora, se olharmos para as igrejas de massa, vamos ver que são completamente diferentes, não há nenhum espaço para questionar (ou você está na "visão" ou está fora, pastores são inquestionáveis, valadões, macedos, RR’s, Malafaias e etc, não há possibilidade de questioná-los, simplesmente, mude de igreja. Não há identidade, as pessoas que pertencem à essas igreja, não se identificam com elas batistas, mas como lagoinenses, ou tem uma identificação muito mais forte com o líder do que a instituição, a igreja do RR ou do Macedo. Essas são as Hondas CG, que vendem aos milhões, estão por toda parte, são produtos baratos e de consumo fácil (aceita cartão, parcelamentos à perder de vista), um pouco do que a gente vê aí nos cultos “fast-food”. 5 músicas, uma oração, uma pregação especial, a oferta (essencial!) e o pão com gergelim.

O que nossos líderes não compreendem, é que não apenas empresas de massa sobrevivem no mercado, mas pelo contrário, muitas deles sobrevivem durante séculos, atendendo um nicho que é extremamente fiel a ela e também é muito respeitada pelos “concorrentes”. Mas o que acontece é que nós queremos nos tornar igreja de massa, crescer quantitativamente e expulsar quem não se encaixa nesse novo modelo. O que considero uma estupidez tremenda, já que "tradicionais" também precisam ir pro céu, e se não tiver igrejas pra esse tipo de pessoas, simplesmente vamos "descartá-las"? Parece que a resposta é sim. É o mesmo que tentar lançar uma Harley Davidson popular, para vender milhões de unidades e ignorar todos aqueles que construíram a marca ao longo do tempo, o que me parece pouco provável de acontecer.

Agora eu me pergunto, por que toda essa necessidade de crescer? É simplesmente para alcançar mais vidas para Jesus ou há alguma razão econômica por trás? Pensando na perspectiva na visão do crente eu questiono: se eu tenho algumas igrejas de massa que me atendem perfeitamente, por qual razão eu vou me mudar pra metodista querendo ser grande? Ou na visão de um não cristão porque ele escolheria se converter em uma metodista se a mídia gospel os inunda com tantas outras opções mais atraentes? E as consequências ruins de temos mega igrejas?

Alguns exemplos de trapalhadas que vi de perto, e pra onde o dinheiro suado dos membros tem sido desperdiçado ao longo do tempo:

1) A 4ª região comprou um horário na rede super, num horário digamos "alternativo" sábado à tarde, com um programa de péssima qualidade editorial e mal feito, nível aqueles canais que ninguém vê "TV senado, TV justiça". Não deu outra, deixou de existir, não entenderam que para trabalhar com mídia precisam de técnica e qualidade.
2) Nomearam para a Igreja Central, um pastor "de massa", que chegou derramando óleo sobre helicóptero pela cidade, não deu outra, os membros de longa data, se mudaram para presbiterianas e batistas de linha moderada, e novos membros não vieram. Resultado vai num culto de domingo lá e encontre uma frequência, inferior até a 50 pessoas. Pelo menos foi o que eu vi na última vez que passei por lá.
3) O bispo se autonomeou pastor de uma igreja com o objetivo de fazer uma igreja de 4 mil membros numa das regiões mais carentes de Belo Horizonte, já são 7 anos que isso aconteceu e pelo que me parece, está longe disso ocorrer.
4) Lembro da meta de 1 milhão de membros em 2014 da 1ª região. Onde chegaram? Pelo menos um terço disso?

Não adianta querer ser uma Universal, Internacional do poder de Deus, Assembleia de Deus, não é nosso business. É fundamental que a Igreja encontre este lugar e preencha vazios que ainda existam, ser igual as outras, nada mais é que deixar uma outra minoria e marginalizada à palavra de Deus.

Eu me pergunto, se todas as igrejas forem iguais, quem não se adaptar a elas, está fora? Ou seja, se eu não me sentir à vontade num modelo de células, estou condenado ao inferno? Ou será necessário fundar mais outra denominação nesse mundo de opções para atender necessidades específicas? As pessoas não podem me aceitar pensando diferente sem ser um “herege” ou alguém que “semeia a discórdia” ou “atenta contra um ungido do senhor”?

Não consigo realmente compreender qual a estratégia por trás do Colégio Episcopal com essas mudanças que agora começa tentar atacar a formação dos pastores. Tudo pra mim não passa de uma grande trapalhada de gente que não sabe pensar estratégia de forma séria e nem sabe aonde quer chegar.


Você pode me afirmar que igreja, não é empresa e, portanto, não deve ser pensada assim, e eu concordo. Mas já que a “meta” é ganhar vidas (ou clientes), eu quero demonstrar que para ter sucesso, não necessariamente é bom que se tenha mais membros é a única opção possível, mas certamente não é a mais rentável. Talvez por isso não seja interessante adotar essa “estratégia”, pois querem crescer para ter mais regiões, retalhar o país para existirem mais bispos com suas regalias faturando suas dezenas de milhares de reais e mais oportunidades para pastores crescerem em suas “carreiras”, tudo isso é muito triste e aos poucos o evangelho vai se rendendo ao dinheiro todo poderoso senhor do mundo gospel da atualidade.

Pedro Calixto é leigo e membro da Igreja Metodista em Carlos Prates - Belo Horizonte -  na 4ª Região

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Leiga metodista é premiada por atuação em prol dos direitos dos afrodescendentes

Leiga metodista é premiada por atuação em prol dos direitos dos afrodescendentes





A Comissão de Igualdade Racial e o Departamento de Cultura e Eventos da OAB SP convidam para a entrega do Prêmio Benedicto Galvão 2013. O evento será realizado no Salão Nobre da OAB SP (Praça da Sé, 385 – 1º Andar), no dia 26 de novembro, às 19 horas, quando serão conhecidos os vencedores.
O  prêmio é um reconhecimento às figuras públicas que desempenharam trabalho ou esforço em prol dos direitos dos afrodescendentes brasileiros. Em 2012, entre os agraciados estiveram a atual Presidente da comissão de Igualdade Racial,  Carmen Dora de Freitas Ferreira (primeira advogada agraciada); Hédio Silva Júnior (ex-Secretário de Estado de Justiça e ex-coordenador da Comissão de Direitos Humanos OAB SP);  a  ministra Matilde Ribeiro,  da Secretaria Especial de Política da Promoção da Igualdade Racial (Seppir), e o frei David Raimundo dos Santos, líder da Educafro.
O advogado Benedicto Galvão, presidiu a Ordem de 1940 a 1941, durante o afastamento de Noé Azevedo. Benedicto Galvão é considerado o primeiro presidente negro da OAB SP. Ele nasceu pobre, no Interior do Estado, e veio para São Paulo, formou-se na escola complementar – anexa à Escola Normal da Praça da República – trabalhando como auxiliar de escritório e professor nos bairros da Bela Vista e da Liberdade. Diplomou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo, em 1907. Benedicto Galvão morreu em 13 de junho de 1943.
A leiga metodista Diná da Silva Branchini receberá o prêmio no ano de 2013 por sua atuação no Fórum das Mulheres Negras Cristãs de São Paulo, no Ministério de Ações Afirmativas da Igreja Metodista (3ª Região), nas ações da Sede Nacional da Igreja Metodista, como na assessoria para produção da Carta Pastoral do Colégio Episcopal sobre o Racismo, nos Encontros Afro-Cristãos, entre outras atuações.

Postagens relacionadas:
Ministério AA-Afro: http://metodistaconfessante.blogspot.com.br/2013/11/3-regiao-descontinua-ministerio-de.html

Encontro Afro-Cristão: http://metodistaconfessante.blogspot.com.br/2012/03/5-encontro-afro-cristao.html

Pastoral sobre Racismo: https://docs.google.com/file/d/0B5RHc0GmfrIzRFZGQWpLa3diekU/edit?usp=sharing


Notícia publicada originalmente em: http://www.oabsp.org.br/noticias/2013/11/01/9099#.UnrlEboJKEc.facebook

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Metodistas brasileiros participam da Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas - Relato de Alexandre Pupo Quintino (membro da IM em Vila Mariana - SP)

Metodistas brasileiros participam da Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas - Relato de Alexandre Pupo Quintino (membro da IM em Vila Mariana - SP)



Deus da Vida guia-nos à Justiça e à Paz.

A cada 7 anos o Conselho Mundial de Igrejas se reúne em Assembleia em algum canto dessa nossa terra habitável. Mais do que uma reunião administrativa ou um concílio de diversas denominações, as Assembleias são momentos de celebração, reflexão e desafio para todos que ali estão reunidos. A comunidade do CMI é formada por 345 igrejas, de mais de 110 países que somam um total de cerca de 500 milhões de cristãos de todo o mundo. São igrejas de tradição Ortodoxa, Anglicana, Reformada, Unida, Metodista, Pentecostal, Copta, entre outras. Além das igrejas membro, uma série de igrejas participam do conselho como observadoras, como a Igreja Católica Romana, ao lado de inúmeras organizações ecumênicas internacionais, como a Christian Aid e WSCF. Criado formalmente em 1948 o Conselho tem como meta a dedicação e o esforço para a unidade e a reconciliação das igrejas cristãs, o testemunho profético de justiça e paz, e o diálogo inter-religioso para o respeito e resolução de conflitos.



As celebrações das Assembleias ocorrem dentro de tendas para que nos lembremos de que somos um povo em movimento, uma caminhada ecumênica. Deste modo, desde a última Assembleia em Porto Alegre, 2006, o movimento ecumênico se colocou em peregrinação rumo à Coreia. Deus da Vida, guia-nos à Justiça e à Paz, foi o tema escolhido para a caminhada. A península coreana é marcada pela divisão formal desde a Guerra Fria, uma guerra que não terminou oficialmente, e um incrível crescimento do cristianismo nessas terras. Estes foram temas que motivaram tanto a preparação quanto as discussões temáticas e plenárias deste encontro. Um trem chamado “Peace Train” saiu desde Berlim, cidade que também foi historicamente dividida, em direção a Coreia. Nele, cristãos de diversos países e denominações participaram de diversos encontros e atividades que levavam uma mensagem de paz e reconciliação, enquanto viajavam de Berlim, à Rússia, à Pequim, à Seul e, enfim, Busan.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Metodistas participam de encontro ecumênico discutindo violência contra a juventude e a religião, promovido pela REJU-SP

Metodistas participam de encontro ecumênico discutindo violência contra a juventude e a religião, promovido pela REJU-SP


Com a presença de aproximadamente trinta pessoas, aconteceu neste sábado, nove de novembro, o encontro da REJU (Rede Ecumênica da Juventude) com o tema "Por que o senhor atirou em mim", debatendo violência, juventude e religião. O encontro contou com participação de jovens católicos, metodistas, presbiterianos independentes, evangélicos de diversas denominações, candomblecistas e também com pessoas não vinculadas a nenhuma tradição religiosa, no qual foram levantadas pistas sobre as possibilidades das religiões lutarem por justiça e ainda como e por que a Juventude deve ser protagonista desta luta. 




Entre as pessoas convidadas para facilitar os diálogos estava Diná da Silva Branchini, leiga metodista que coordenou por oito anos o Ministério de Ações Afirmativas Afrodescendentes da 3ª Região. Diná trouxe uma reflexão sobre violência e juventude sob a perspectiva do protestantismo. 

Além da Diná, os outros facilitadores eram Eduardo Brasileiro, da Pastoral da Juventude da Igreja Católica e da REJU, Marcelo Moraes, representando a juventude do candomblé e facilitador da REJU e Danilo Lima, do EDUCAFRO, apresentando a perspectiva dos movimentos sociais.

Fotos: https://www.facebook.com/reju.saopaulo

Informações: http://redeecumenicadajuventude.org.br/noticias-conteudo.asp?cod=1633

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Templo metodista em Buenos Aires sofre ação de vândalos

Templo metodista em Buenos Aires sofre ação de vândalos



BUENOS AIRES – A cruz de ponta cabeça, móveis revirados, tubos do centenário órgão deslocados, foi assim que ficou a Primeira Igreja Metodista desta capital, que foi invadida por vândalos. O templo está localizado à rua Corrientes, em pleno centro da capital.

Este é o segundo ataque que sofre um templo metodista na Argentina neste ano. O primeiro ocorreu no dia 27 de setembro, em Rosário. A igreja local foi incendiada. O fogo consumiu bancos, a pinacoteca, o altar, o piano e danificou aberturas.
Inaugurado em 3 de janeiro de 1843, o templo de Buenos Aires foi a primeira igreja metodista construído na América do Sul. Em 1874, a congregação inaugurou um novo edifício, pois o antigo foi parcialmente destruído.

Notícia publicada originalmente em: http://www.alcnoticias.net/interior.php?codigo_lang=24974_689

ROSÁRIO: INCENDIADO O TEMPLO METODISTA SEDE DO MEDH: http://metodistaconfessante.blogspot.com.br/2013/10/rosario-incendiado-o-templo-metodista.html

A Igreja Metodista na Argentina é historicamente envolvida com a defesa dos direitos humanos, o que motivou os ataques contra seus edifícios. Recentemente no Brasil, por ocasião do Ato Interreligioso “Pelo Dever e pelo Direito de Sepultar os Mortos”, a obra de arte "Penetrável Genet", instalada no ossário do Cemitério do Araçá também foi alvo de vandalismo. Tais atos mostram que a questão das ditaduras militares na América Latina e as violações contra os direitos humanos cometidas por elas está longe de ter sido solucionada e reforça a importância de iniciativas como as Comissões da Verdade.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Teologia no Plural - Por uma Teologia da Criação que supere os Fundamentalismos


Teologia no Plural - Por uma Teologia da Criação que supere os Fundamentalismos

Claudio Ribeiro

Introdução

O conhecimento do bem e do mal é um ‘capítulo’ de uma antiga novela. Nela, atores e atrizes de longínqua data atuaram na busca de conhecimento, de sobrevivência e de poder, quase sempre entrelaçando tais dimensões. Buscaram a verdade, com ciência e sapiência; tentaram descobrir o mistério da vida, o que está para além e para aquém dos dias; se esforçaram para explicar a realidade da vida em toda a sua complexidade e ambigüidade. Passados milhões de anos, estamos nós aqui, no mesmo enredo da vida, agora com a contribuição de uma série de consensos científicos, mas ao mesmo tempo sendo desafiados por concepções refratárias à eles, o que usual e genericamente são chamadas de fundamentalistas.

A relação da teologia com as ciências sempre foi conflitiva. Quem leu a obra O Nome da Rosa, de Umberto Eco, ou viu o filme, deve se lembrar que na Idade Média as pessoas que se aventuravam nessa relação acabavam provando do veneno amargo da morte. E se essa obra é uma representação do mundo atual, tal como sugeriu Eco, o mesmo destino, com variações, poderá ocorrer à teólogos e à teólogas que aprofundarem o debate com as ciências.O pensamento moderno, desde René Descartes (1592 –1650), foi ao mesmo tempo generoso e implacável com as visões teológicas que buscavam o fundamento racional da fé. Ao passar por esse “fogo”, tornaram-se robustas as interpretações teológicas que articularam fé e razão, igreja e sociedade, a Bíblia e as ciências e outras polaridades que anteriormente estavam separadas dicotomicamente ou “engolidas” pela religião. 

Quando o século XX chegou, já tínhamos vários e substanciais avanços nessas relações e um  amadurecimento do conhecimento científico, especialmente o que se convencionou chamar de “ciências humanas”: a sociologia, a antropologia, a história, a economia, e, posteriormente, a psicanálise. Os grupos cristãos, portanto, já possuíam elementos para compreender, ainda que provisoriamente, as razões dos males sociais, o funcionamento da sociedade, os motivos que levam as pessoas à pobreza e ao sofrimento, o surgimento do universo, os processos da evolução humana e tantas outras realidades que sempre fizeram emergir inquietações religiosas e perguntas e respostas teológicas.

Como se sabe, o campo de reflexão que articula teologia e ciências é amplíssimo e por isso não é adequado entrar nele em poucas linhas. Mesmo a relação com as ciências humanas ou sociais, por ser igualmente ampla e complexa, não deve ser tratada como um todo. Por isso, para dar uma contribuição – modesta, por suposto - nesse debate indicarei apenas alguns aspectos que considero cruciais para a teologia hoje superar as formas de fundamentalismos.A motivação das reflexões que se seguem gira em torno da complexa relação da visão evolucionista da vida com o que se convencionou a chamar de fundamentalismo. Em que a perspectiva religiosa fundamentalista, tanto no catolicismo romano como no protestantismo, desafia a elaboração de uma teologia que busca articular fé e ciências? Qual seria a contribuição possível de uma “teologia da natureza”, como formulou, entre outros, o teólogo John Haught, para a vivência de uma fé que fuja das simplificações na compreensão da vida, do fixismo histórico e do medo do futuro? 

Artigo Completo: https://www.dropbox.com/s/hqmcwuuff1emnqz/Circulo-do-Rio-criacao.pdf

Pode a Fé Tornar-se Idolatria? A atualidade para a América Latina da relação entre Reino de Deus e história em Paul Tillich. Rio de Janeiro: Mauad X, 2010.

Analisa tendências de setores da Teologia Latino-Americana da Libertação e da Teologia da Prosperidade a identificar direta e expressamente seus projetos - de inspiração socialista ou capitalista - como sendo "o" Reino de Deus, o que, teologicamente, é caracterizado como idolatria. Para tanto, utiliza-se como referencial teórico o pensamento do renomado teólogo protestante Paul Tillich, aproximando-o dos principais desafios da realidade sociocultural e política da América Latina, dos debates sobre o estágio das perspectivas marxistas no campo científico e das dimensões relativas à vivência religiosa no Continente.


http://www.livrariacultura.com.br/Produto/LIVRO/PODE-A-FE-TORNAR-SE-IDOLATRIA/22325052

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Metodistas participam de ato interreligioso “Pelo Dever e pelo Direito de Sepultar os Mortos”

Metodistas participam de ato interreligioso “Pelo Dever e pelo Direito de Sepultar os Mortos”


No dia 2 de novembro, Dia de Finados, um grupo de metodistas que incluiu os professores Luiz Carlos Ramos e Luciano Lima como também o representante da Comissão Nacional da Verdade, Anivaldo Padilha, participou de ato público em defesa do direito das famílias das vítimas de sepultarem seus mortos.  Em frente ao ossário do Cemitério do Araçá (onde estão os restos mortais encontrados numa vala clandestina do cemitério de Perus) foi celebrado um culto ecumênico que reuniu pessoas de diferentes confissões religiosas, além de representantes de movimentos sociais, todos unidos pela defesa da vida e da justiça.

O ato teve o propósito de reivindicar que o poder público, principalmente a Secretaria Nacional de Direitos Humanos, acelere o processo de identificação dos restos mortais. “Há uma paralisia inexplicável; está faltando mais vontade no processo de reconhecimento destes ossos”, declarou Anivaldo Padilha durante a cerimônia, segundo site da Arquidiocese de São Paulo.
O evento foi organizado pela Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo; Comissão da Verdade da PUC; Conselho Nacional de Igrejas Cristas (CONIC); Rede Ecumênica de Juventude (REJU); Movimento de Fraternidade de Igrejas Cristãs (MOFIC); Comitê Paulista pela Memória, Justiça e Paz; Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos; Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura do Município de SP; Comissão Nacional da Verdade Rubens Paiva; Comissão Municipal da verdade Vladimir Herzog; Subcomissão Memória, Verdade e Justiça da Câmara Federal; Associação Cultural Nelson Werneck Sodré; Conselho Latino Americano de Igrejas (CLAI); CUT Nacional – Secretaria de Políticas Sociais; CUT – SP; Fórum Ecumênico ACT Brasil; Frente de Esculacho Popular; Grupo Tortura Nunca Mais SP; KOINONIA – Presença Ecumênica e Serviço; Levante Popular da Juventude; Sindicatos dos Bancários SP; Sindicatos dos Jornalistas SP; Sindicato dos Químicos SP; Sindesp e União Geral dos Trabalhadores (UGT).

Ato de violência: obra de arte depredada 

Na manhã de domingo, 3 de novembro, seria inaugurada no Ossário Geral uma instalação artística feita em homenagem às vítimas da ditadura militar. Contudo, a obra -- denominada “Penetrável Genet”, de Celso Sim e Anna Ferrari –  amanheceu parcialmente destruída. O ataque foi descoberto logo pela manhã  do domingo, dia em que seria aberta para visitação. Foram derrubados dois monólitos de pedra de 700 kg cada um, que seriam usados para a projeção de filmes. Eles também romperam blocos de concreto e retiraram três sacos de ossos --que não faz parte dos encontrados em Perus-- e os espalharam pelo cemitério.

O artista Celso Sim e a arquiteta Anna Ferrari, no espaço da instalação da obra "Penetrável Genet", que foi vandalizada no cemitério do Araçá na véspera da abertura da peça; a inauguração foi adiada para a próxima terça-feira. 

"Vândalos atacaram o Ossário do Cemitério do Araçá, em SP, onde realizamos o Ato Ecumênico, ontem, em memória dos mortos e desaparecidos durante a Ditadura e onde seria inaugurada a instalação artística sobre o mesmo tema. Esse ato de vandalismo e de violação de túmulos só pode ter sido praticado por setores da direita desgostosos com o fato de termos dado visibilidade aos crimes da ditadura. A inauguração da instalação foi transferida para terça-feira, 5 de novembro. Temos que mobilizar o maior número de pessoas para essa inauguração. Será o momento de darmos uma resposta a essa direita criminosa", declarou Anivaldo Padilha, em sua página pessoal no Facebook.

Esse ato de selvageria só reforça a importância desse memorial e da luta pela verdade e transparência travada pela Comissão Nacional da Verdade. O respeito à memória e à vida são condições fundamentais para a consolidação do regime democrático. Que a Comissão Nacional da Verdade e todos/as aqueles/as que a apoiam, incluindo, nesse momento, os artistas responsáveis pela instalação artística depredada (uma triste, embora limitada alusão de quem teve a vida destroçada pela ditadura) sejam consolados e fortalecidos!


Liturgia do Ato Interreligioso (autoria de Luiz Carlos Ramos)

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

3ª Região Descontinua Ministério de Ações Afirmativas Afrodescendentes?

3ª Região Descontinua Ministério de Ações Afirmativas Afrodescendentes?



O Ministério AA-Afro foi criado em 2005 seguindo a tradição metodista brasileira de refletir sobre a caminhada da igreja e da sociedade e de atuar contra as práticas racistas, valorizando a cultura africana. 

Em 2005 o AA-Afro promoveu a Consulta Nacional da Igreja Metodista sobre Racismo, em conjunto com as Pastorais regionais de combate ao racismo e com a Secretaria Nacional de Ação Social (hoje extinta). Em 2006 o AA-Afro ajudou a organizar o Encontro Bi-Distrital, juntamente com a 5ª Região, no qual se produziu o documento "Carta de Piracicaba", com recomendações para o Concílio Geral. Este documento afirma: "Constatamos que, devem ser ampliadas as iniciativas que ajudem a desconstruir o preconceito e racismo, e por outro lado, valorizem a cultura, liturgia e musicalidade negra nas igrejas locais, como também nas instituições metodistas. Solicitamos que a Igreja Metodista, por meio das diversas instâncias, particularmente o corpo clérigo, apoie a criação de ministérios locais que trabalhem a superação do racismo, propiciando experiências de diversidade cultural do povo brasileiro nas igrejas locais e incentivando as ações socioeducativas e celebrações cúlticas com a inclusão de conteúdos bíblicos, históricos, teológicos e musicais da cultura afro-brasileira." 

O Ministério AA-Afro realizou, em conjunto com outros organismos ecumênicos, cinco encontros Afro-Cristãos, em geral no campus da UMESP, nos quais negros e negras das mais diversas confissões religiosas se reuniam para refletir sobre o cristianismo e o compromisso com as populações negras, indígenas e quilombolas, além de promover a espiritualidade e a liturgia de matriz africana.

http://metodistaconfessante.blogspot.com.br/2012/03/5-encontro-afro-cristao.html

No ano de 2013 o Ministério AA-Afro não recebeu nomeação de obreiras e obreiros para a continuidade do frutífero trabalho realizado até então. Em contato com o revmo.José Carlos Peres fomos informados que o Ministério AA-Afro não foi extinto, mas encontra-se "a suprir" até o ano de 2014, quando o bispo pretende encontrar um irmão ou irmã para assumi-lo. 

Todavia, no Relatório Episcopal a ser apresentado ao 41º Concílio Regional da 3ª Região, o revmo. bispo José Carlos Peres afirma não mais se justificar a continuidade do Ministério de Ações Afirmativas Afrodescendentes. 

Lamentamos e afirmamos que se constituirá um grande retrocesso caso a 3ª Região descontinue este ministério que tem atuado fortemente junto às comunidades para a construção de uma espiritualidade livre do racismo e com mais reflexão sobre a presença dos negros e negras na Igreja e sua contribuição para a formação da identidade evangélica e metodista. Também é lamentável pois tal decisão afronta de maneira direta as orientações do Colégio Episcopal, expressas na Pastoral sobre Racismo, emitida em 2011 e assinada pelos bispos e bispa da igreja, que diz o seguinte:

ORIENTAÇOES PASTORAIS
É tempo de restauração da Igreja! Para esta tarefa, convocamos nossas Igrejas Locais e Instituições Metodistas a desenvolver um movimento contra o pecado do racismo, que tem causado grandes prejuízos e sofrimentos às populações negras. Recomendamos o apoio e a promoção de ações afirmativas, como caminho para esse processo de restauração, tais como:
  1. Realizar estudos bíblicos voltados para a ação libertadora de Deus no cotidiano dos grupos historicamente desvalorizados, e sobre a presença geográfica e cultural da África na Bíblia e seu valor diante do amor de Deus.
  2. Promover campanhas de oração, atos de confissão e ações de solidariedade a movimentos sociais que lutam pela eliminação do racismo.
  3. Realizar o dia da confissão e purificação de pensamentos, palavras e atos que manifestam o pecado do racismo.
  4. Promover cultos, encontros, exposições e feiras, teatro, filmes e outras atividades que tragam à memória: 

  • ações de resistência contra o sistema escravista;
  •  personagens negros/as relevantes na história, literatura, artes, músicas;
  • personagens negros/as que contribuíram na propagação do evangelho e da Igreja Metodista.
     5. Estender a mão em solidariedade a grupos do movimento social que denunciam o racismo e intolerâncias, e promovem libertação de preconceitos inculcados, testemunhando, assim, a Graça de Deus.
     6. Promover atividades e ações nas datas nacionais e internacionais referentes à luta contra o preconceito, discriminação e racismo.
     7. Praticar ações inclusivas de pessoas negras nos diversos segmentos e níveis da Igreja, como no pastoreio, administração, educação cristã, Escola Dominical, sociedades, ministérios ...
     8. Utilizar figuras, brinquedos - bonecas pretas, indígenas, orientais, etc.-, histórias, músicas e outros símbolos que valorizam a diversidade humana e, em especial, os grupos afrobrasileiros e indígenas.
     9. Criar, na igreja local, um ministério voltado para o enfrentamento ao racismo e ao fortalecimento do grupo negro.
    10. Trabalhar, a partir dos valores do Reino de Deus, para que:
  •  as oportunidades sociais sejam distribuídas com equidade, respeitando as diferenças, promovendo igualdade de condições no acesso a oportunidades, para que todos e todas usufruam os mesmos direitos.
  •  a inferiorização e exclusão social e econômica não ocorram devido ao racismo e à discriminação étnica.

Oramos para que o reverendíssimo bispo José Carlos Peres seja revestido pelo Espírito Santo e pelo espírito de luta em favor dos marginalizados e com isso volte a apoiar um dos mais importantes ministérios voltados para a área da promoção dos Direitos Humanos na Igreja Metodista.




Baixe aqui a Pastoral sobre Racismo.