Consolidar, avançar e agir na busca pela valorização da identidade metodista.
sábado, 14 de novembro de 2009
ENCONTRO CAIPIRA BELISÁRIO: Devocional 1/11/2009
.Acolhida: Adonias
.Leitura 1: Maria – “De manhã ouves a minha voz, quando o sol nasce, eu faço a minha oração e espero a tua resposta” (Sl 5.3)
.”Adoração”- Hino 74 HE.
.Leitura 2: Prof. Cecília: Mt 6.5-15.
.Reflexão dialogada sobre o texto lido: Coordenador: Onofre de Freitas.
.”Vigiar e Orar”: Hino 472 HE.
. Momentos de Oração em Duplas
.”A Certeza do Crente” Hino 388 HE
.Bênção: Conduze-nos
Da morte para a vida
Da falsidade para a verdade,
Do desespero à esperança,
Do temor à confiança.
Conduze-nos
Do ódio ao amor
Da guerra à paz.
Que a paz plenifique nossos corações,
Nosso mundo,
Nosso universo.
ENCONTRO CAIPIRA DE BELISÁRIO Culto de Abertura: 31/10/2009
*Em amor somos acolhidos(as): Cléber Paradela.
*Cântico
Estamos aqui, Senhor,
Viemos de todo o lugar,
Trazendo um pouco do que somos,
Pra nossa fé partilhar,
Trazendo o nosso louvor,
Um canto de alegria,
Trazendo a nossa vontade,
De ver raiar um novo dia.
Estamos aqui, Senhor,
Cercando essa mesa comum,
Trazendo idéias diferentes,
Mas em Cristo somos um,
E quando sairmos daqui,
Nós vamos para voltar,
Na força da esperança,
E na coragem de lutar.
*Em fé invocamos a Deus: Clésio- “Eu te invoco, ó Deus, pois tu me respondes; inclina-me os ouvidos e acode às minhas palavras...Perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade” (Sl 17.6 e 145.18).
*INVOCAÇÃO hino 75 HE
*Em comunidade adoramos a Deus: Adahyr: “Vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor que nos criou. Ele é o nosso Deus, e nós, povo do seu pasto e ovelhas de sua mão...Tributai ao Senhor filhos de Deus, tributai ao Senhor glória e força. Tributai ao Senhor a glória devida ao seu nome, adorai ao Senhor na beleza da santidade” (Sl 95.6 e 29.1-2).
*Cântico: Hino 68 HE
*Momentos de Adoração a Deus: expressões orantes de adoração.
*Cântico: Ao Único (CPR, 1-4)
Ao único que é digno de receber
A honra e a glória, a força e o poder
Ao Rei Eterno, Imortal, invisível mas Real
A Ele ministramos o louvor
Adoramos a Ti ó Rei Jesus
Invocamos o Teu nome
Nos rendemos aos teus pés
Consagramos todo o nosso ser a Ti.
*Em humildade e confiança confessamos nossos pecados: Delma – “Das profundezas clamo a ti, Senhor. Escuta, Senhor, a minha voz; estejam alertas os teus ouvidos às minhas súplicas. Se observares Senhor, iniqüidades, quem, Senhor, subsistirá? Contigo, porém, está o perdão, para que te temam” (Sl 130.1-4).
*Cântico: Hino 245 HE
*Oração silenciosa de Confissão
*Declaração de fé na graça perdoadora de Deus: Hino Maravilhosa Graça
Maravilhosa graça! Maior que o meu pecar!
Como poder cantá-la? Como hei de começar?!
Trouxe-me alívio à alma, e vivo em toda a calma,
Pela maravilhosa graça de Jesus!
Graça! Quão maravilhosa graça!
Como o firmamento, é sem fim!
É maravilhosa, é tão grandiosa,
Tão sublime e doce para mim!
É maior que a minha vida inútil,
Mais profunda que o imenso mar.
A Cristo vamos, pois, louvores dar!
A Deus honrar!
Maravilhosa graça! Traz vida perenal!
Por Cristo perdoado, vou à mansão real.
Sei que hoje sou liberto, vivo de Deus bem perto,
Pela maravilhosa graça de Jesus!
Maravilhosa graça! Quão ricas bênçãos traz!
Por ela Deus salvou-me, deu-me perdão e paz!
Salvo, sim, em verdade, por toda a eternidade,
Pela maravilhosa graça de Jesus!
*Leitura Responsiva do Salmo 46: Dirigente: Dalva
*Em gratidão louvamos a Deus: Arthur – “O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, não o encobriremos a seus filhos; contaremos à vindoura geração os louvores do Senhor, e o seu poder, e as maravilhas que fez” (Sl 78.3-5).
*Hino “Castelo Forte” (HE 206)
*Oração de louvor e ação de graças: Pr. Moisés Abdon Coppe.
*Em esperança somos edificados por Deus: Nicinha - “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as cousas, pelo qual também fez o universo” (Hb 1.1-2).
*A Palavra da Vida – Hino 140 HE
*Leitura Bíblica e mensagem: Pr. Sérgio Arantes Pinto.
*Em disponibilidade a Deus dedicamos-lhe nossas vidas: Hino 420 HE.
*Oração: Denilson
* DOXOLOGIA
Justo és Senhor em teus santos caminhos,
E, Santo em tuas obras todas (2X)
Mui, perto estás, Senhor, de todos,
De todos os que te invocam em verdade!
Aleluia! Aleluia!
*Bênção Apostólica: Pr. Sérgio Arantes Pinto.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
O Encontro de Belisário
O Encontro foi um trem bão demais.
O culto de abertura foi muito bom, tendo o Rev. Sérgio Arantes como pregador
Todas as mesas forma excelentemente bem conduzidas. Moisés, Jaider, Arthur, Messias, forma "show de bola". Pinheiro (JF) e Mírian (minha esposa) na cozinha também fizeram um trabalho legal Jaider e Cetrulo tiveram problemas com o peso dos carros no retorno. Nádia e Regina ganharam alguns indesejáveis quilinhos por aqui. O grupo decidiu que deveríamos ir para o templo metodista no domingo. Procurei dois líderes leigos, já que não era dia da vinda do pastor e eles concordaram. Foi MUUUUUUIto bom. A turma pode rever um IM rural, com direito até à presença de um bêbado. (Jaider havia falado na véspera sobre o antigo modelo de IM que nós perdemos, que tinha até lugar para bêbado). Levamos a nossa liturgia impressa e Ramon foi o pregador. Maravilhoso culto. Delma Paradela esteve o tempo todo do Encontro no teclado.
Como encerramento passamos às tomadas de posição. Foi o E AGORA? Sobre isso não vou me antecipar. Tivemos a Profa. Dalva Dianin como relatora e vamos deixar para passar isso de forma oficial, através da Comissão Organizadora. O Encontro serviu também para tomarmos conhecimento que há muita mais gente descontente e querendo mudanças. Muito mais do que podemos imaginar. Vamos falando, muito mais animados do que antes.
Cléber Paradela
Tivemos também uma participante do Rio, uma de Angra dos Reis, um de Ubá, outro de BH, (além de Jaider e da simpática Nádia). três de Cataguases, em tempo parcial. Cetrulo e Regina de V. Velha, além da galera de JF.
Prá quem não ia relatar muito....
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Quem somos nós? O que pretendemos?
Por Jaider Baptista
Passando informações sem pressa, sem rancor, o palestrante apresentou ao grupo presente ao Encontro de Belisário que quem sabe o que diz não precisa ganhar no grito, porque quando uma parte julga ganhar, ambas perdem. Todos precisam ganhar, recuperar almas, somar forças se quiserem, realmente, fazer diferença.
Segundo Jaider, não foi o que ocorreu no último Concílio Geral, em que as decisões não refletiram a vontade da maioria e assim todos perderam, o que levou um grupo de descontentes a se relacionar via internet, num primeiro momento para desabafos , mas logo depois começaram a buscar propostas de restauração da identidade metodista. Esse grupo passou a compartilhar, conviver, orar junto, autodenominando- se CONFESSANTES. Tomaram por empréstimo a terminologia dada aos protestantes alemães que decidiram não apoiar o governo nazista de Hitler, mesmo pagando um alto preço pela decisão.
Informou que decorrido pouco mais de um ano foi realizado um primeiro encontro em São Paulo, agora o segundo em Belisário, com o desejo de que outros venham a acontecer.
O palestrante apresentou uma profunda revisão histórica do Movimento Metodista, paradoxalmente, um movimento nascido dentro de uma universidade, o que explica a marcante disciplina, e atinge as minas de carvão, com pregações ao ar livre.
Relembra que o metodismo foi um movimento de renovação dentro da igreja anglicana e que a Igreja Metodista somente foi organizada depois da morte de João Wesley, sendo que hoje a Igreja Anglicana reconhece a contribuição da I. Metodista, tanto que João Wesley tem seu dia marcado no seu calendário.
O que pautava esse movimento?
EXPERIÊNCIA PESSOAL - intransferível com JESUS. Isso explica a característica acolhedora da I. Metodista. Cada um tem a sua experiência, singular, pessoal.
BUSCA DA SANTIFICAÇÃO - desenvolvimento constante da relação com Deus e com o próximo.
A GRAÇA DE DEUS - age em todo o tempo e apesar das circunstâncias.
Assim, o pensamento da I. Metodista é o de acolhimento. O que vier a mim, de maneira nenhuma lançarei fora.
Metodismo é acolhimento, inclusão, piedade, misericórdia, disciplina e oração, era assim que as comunidades metodistas que se formaram pelos cantões do nosso país se sustentavam. E a porta sempre estava aberta para aquele bêbado que, atraído pelos ecos de um coral ou pelos belos hinos, chegava falando disparates, mas era logo abraçado por um irmão ecônomo e levado para um banco e banquete, se houvesse. E sentia-se a sua falta quando ele não aparecia.
Com os atuais shows de fé estamos perdendo essas características, a Bíblia, a Escola Dominical, os cultos domésticos estão sendo esquecidos. É nisso que a comunidade de fé se sustenta. Grupos fechados constituem um perigo, como os chamados gadistas._
Outra característica que a Igreja Metodistas vem perdendo são aquelas que geram os atos de misericórdia, tão presente no movimento metodista wesleyano levando o trabalhismo inglês a se declarar fruto do movimento metodista. Isso pode ser facilmente percebido diante da grave situação de violência, corrupção e abandono da nossa sociedade, sem que a Igreja Metodista faça qualquer diferença.
A base da Igreja anteriormente era essencialmente leiga. Pastores davam assistência a diversas igrejas e pontos de pregação, não se prendendo a nenhuma delas. Sob a liderança de leigos todos oravam, pregavam, cantavam, visitavam, enfim,, era realmente uma igreja participativa.
Durante a exposição foi destacada a postura aberta com que a Igreja Metodista escreveu a sua história, citando a aproximação da Maçonaria para a aquisição de imóveis quando o objetivo era o de sua expansão, o acolhimento das escolas metodistas aos alunos de outras nacionalidades, excluídos em função da perseguição aos judeus excluídas, etc
Como relatora, depois de tantos esclarecimentos e do conhecimento de tantos nobres princípios que não podem ser perdidos, mas aprimorados, com certa amargura me pergunto: sobreviverá essa igreja genuína, discípula de Jesus, que ama e acolhe ?
A resposta pode ter vindo na noite de domingo no culto na Igreja Metodista em Belisário, onde sentimos fortalecer a nossa esperança ao participarmos de um gostoso culto numa igrejinha acolhedora, dinâmica nos cânticos pela congregação e pelo lindo grupo de juvenis, acompanhados por violão e flautas, para onde um casal caminha com três filhos por três quilômetros, sob a chuva, para dele participar, onde um bêbado teve o seu acolhimento .
Nessa esperança caminharemos certos de que as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
De como chegamos a Belisário
O Encontro Caipira em Belisário, para a turma de Juiz de Fora, começou com uma aventura. Dá até pra contar em capítulos e sorver cada um. Pois se teve até fragoso alcantil com sabor de mel passando pela doçura da jabuticaba, tudo isso regado à comida mineira do Pinheiro.
Só relatar? Nem pensar... Belisário, com a global D. Nina, uma igrejinha singela sempre esperando... esperando. ..., mas com um grupo de juvenis que canta com a alma, um bêbado que entra porque encontrou a porta aberta, já fez e continua fazendo a história desse metodismo em terras mineiras, que é brasileiro, wesleyano... e não desiste nunca.
Caía uma chuva fina quando saímos daqui numa sprinter, capitaneados pelo Arthur, resguardados pelo pastor Moisés e Messias. Até Itamburi, tudo bem. O rali começou mesmo nos 30 km que faltavam pra chegar a Beli. Aliás, uma placa já avisava: Aqui termina o compromisso do governo estadual.Mas o Cléber logo chegou com sua camionete para nos socorrer.Fizemos baldeação numa Kombi. Na estrada de terra, caminhão parado, carro caído numa vala, tudo escorregando que nem quiabo. Há qto tempo não enfrentava uma situação dessas!
Nossos valorosos homens, metodistas de barro e raiz, arregaçaram as mangas, ops, as calças e solidarizaram- se com quem necessitava de ajuda...amassaram o barro. Qualquer alusão aos pastores e missionários que se enveredaram pelos lamaçais de nossas precárias estradas para implantar essa igreja que alguns ou muitos têm dado pouco valor é desnecessária. A imagem por si só diz tudo.
E lá chegamos. Maravilhosa recepção com faixa e tudo. Cléber, Miriam, D. Nina; Na cozinha, Pinheiro, Cibele e outros já com um delicioso frango com quiabo quase no jeito.Estreitamos abraços, conhecemos e reconhecemos amigos da rede. Chovia. Chovia muito. Eram bênçãos sem medida caindo sobre nós.
Acomodação, almoço caipira,hora do ”quimo” e bocas à obra:feitas as apresentações, um delicioso culto de abertura com a liturgia preparada pelo rev. Messias deu início aos trabalhos.Destaco a participaçãode todos na liturgia. A mensagem inspiradora, baseada em Filipenses 3 12 a 16 foi trazida pelo rev.. Sérgio Arantes.
A seguir Jaider,com firmeza, criatividade e expressividade, apresenta o tema:Quem somos nós? O que pretendemos? Depois rev.. Messias , mto bem embasado,desenvolve o tema Que Metodismo é Esse? Essas apresentações rendem, mediada pelo Arthur, uma plenária acalorada até quase meia-noite. É lógico que paramos para jantar, cafezinho, tudo mto mineiramente. Mas detalhes dessa útima parte só no próximo capítulo.
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Gaditas: eles são pela guerra
Várias igrejas evangélicas, inclusive algumas metodistas, têm destacado textos bíblicos que citam a antiga tribo dos gaditas como inspiração para a espiritualidade dos dias de hoje. É importante, no entanto, conhecer a história da tradição dessa tribo.
O adjetivo gadita vem do nome Gad, uma palavra semítica ocidental. No Antigo Testamento, a raiz gd foi usada com dois significados:
1) Como nome próprio: Gad era um dos filhos de Jacó e Zelfa (Gn 30,10-11), que viria a dar o nome da tribo de Gad, que se estabeleceu a oeste do rio Jordão, cuja extensão ia do rio Arnon até ao sul do lago Quinerete (Tibérias). Localizada fora de Canaã, essa tribo estava em constante conflito com os povos fronteiriços. Daí as suas qualidades guerreiras, exaltadas nas bênçãos de Jacó (Gn 49,19) e de Moisés (Dt 33,20-21).
2) Gad também tinha o significado de “fortuna” ou “sorte”. Alguns estudiosos sugerem que o termo gad tem seu significado nas palavras de Lia: E disse Lia: bagad, Afortunada! E chamou o seu nome Gad (Gn 30,11; conforme Is 65,11).
O uso da palavra gad com o sentido de afortunado era, provavelmente, o mais corrente. No âmbito secular, a palavra gad é usada como uma interjeição, ou seja, uma expressão para demonstrar um sentimento, como “Que sorte!”, conforme Gn 30.11. O autor deste texto fornece um valioso testemunho que pode apontar p ara o significado mais correto e original desta palavra que é sorte. Nesse caso, a palavra gad perde toda a força teológica. A sorte, segundo a Bíblia, não tem muito a ver com a ação de Deus.
Uso religioso da palavra Gad.
Gad é um deus cananita. O livro de Isaías menciona o nome gad referindo-se a uma divindade. Mas quanto a vós que abandonais a Javé, que vos esqueceis do meu monte santo, que preparais uma mesa para gad, que ofereceis misturas em taças cheias a Meni (Is 65,11).
Gad era também o nome de um profeta. Antes de se tornar rei de Israel, um profeta com o nome de Gad atuou condenando o censo do povo (2Sm 24,10-17; 1Cr 21,7-17), recomendando a construção de um altar (2Sm 24,18-25; 1Cr 21,18-32) e participando da organização do culto levita (2Cr 29,25-29).
O significado teológico de Gad.
Há, possivelmente, duas possíveis vertentes do significado de gad que passaram para a história bíblica. Provavelmente, a palavra gad ganhou relevância em vista do seu significado, sorte. É sabido que o conceito de prosperidade, como sucesso financeiro, trouxe preocupação aos profetas bíblicos. Essa idéia exerceu uma forte pressão na teologia bíblica, conforme as preocupações do profeta Jeremias (12,1-6) e do salmista (Sl 49). Vivendo entre povos que acreditavam na manipulação dos deuses, para obter sucesso e prosperidade na vida, os líderes israelitas tiveram grandes dificuldades para instruir o povo sobre a inutilida de dessa crença, entre os israelitas.
Entretanto, o significado de guerreiro é, certamente, a caracterização que mais exerceu pressão junto ao povo, no período pós-exílico. Essa caracterização tem sua base na “bênção de Jacó” (Gn 49,19). Todavia, na “bênção de Moisés”, a fama de tribo “guerreira” deixa de ser, assim, caracterizada, e passa a ser “forte e destemida” como uma leoa: E para Gad ele diz: Bendito aquele que dá espaço a Gad! Como uma leoa, ele habitará; E destroçará o braço e o alto da cabeça. E ele verá as primícias para si. Eis que! Lá estava escondida a porção do legislador, E ele veio a ser cabeças do povo, A justiça de Javé ele fará, E os seus julgamentos (para) com Israel (Dt 33,20-21). Na “bênção de Moisés”, a tribo de Gad perde o nome de guerreira, mas não deixa de ser valente na defesa dos seus interesses. Sua luta tem a ver com a justiça do Senhor, isto é, ação de Deus que salva e traz bem-estar para o povo.
A re-significação do nome Gad no período grego.
Apesar da tribo de Gad ter desaparecido, a tradição gadita renasceu no período pós-exílico, na Obra Historiográfica do Cronista, que reúne os seguintes livros: 1 e 2 Crônicas, Esdras e Neemias. Esta é uma obra de redação tardia que dá elevado destaque a Davi. Vivendo num cenário totalmente desfavorável – seja político e econômico ou social e religioso – os judeus concentravam os seus sonhos no messias forte e guerreiro para superar todas as adversidades impostas pelos gregos. Davi é “homem de Deus” (2Cr 8,14), modelo de fidelidade (2Cr 7,17).
Carecendo de valores materiais e força espiritual para superar as limitações, o Cronista re-escreveu a história de Israel até os dias de Esdras. É tempo de buscar e valorizar os grandes nomes do passado: a figura de Aarão é resgatada e transformada em símbolo dos sacerdotes e Davi é transformado no ideal do homem piedoso. Isso incentivou os defensores da guerra a buscarem, no passado, a indomável figura dos guerreiros gaditas. Partidário dessa idéia, o cronista assim escreveu: Eram heróis valorosos, homens de guerra prontos para combater que sabiam manejar o escudo e a lança. Tinham o aspecto de leões e, quanto à agilidade, pareciam gazelas das montanhas... Esses eram filhos de Gad, chefes de batalhão; um correspondia a cem, se fosse pequeno; a mil se fosse grande... (1Cr 12,9-16).
Conclusão
Na literatura do Antigo Testamento (e também no Novo Testamento), a tribo de Gad não desempenhou um papel significativo na história e na teologia bíblica. Apesar de ser qualificada como uma tribo guerreira (Gn 49, 19), Gad foi derrotada pelos amonitas, em meados do século IX AC, desaparecendo-se do cenário histórico.
A razão pela qual o Historiador Cronista resgatou a figura dos gaditas pode ser vista de vários ângulos. No período pós-exílico também foi recuperada a figura de Aarão. Seus descendentes assumiram o controle do Segundo Templo. Contudo, é fundamental que o intérprete da Bíblia leve em consideração pelo menos dois detalhes esclarecedores: (a) A editoração da Obra Historiográfica do Cronista deu-se, provavelmente, no século III aC. (b) Dentro de sua hermenêutica, a vitória do povo de Deus viria somente através de uma batalha que incluía, entre outros elementos, a força espiritual. É sabido que Israel não mais se ergueu como nação.
Destaco que nessa mesma época um crente javista escreveu uma poesia que se transformou num hino dos peregrinos que iam periodicamente às festas, em Jerusalém. Há muito que habito com o que odeia a paz. Eu sou pela paz.... Eles são pela guerra (Sl 120,6-7). Diante da opção pela volta dos guerreiros, como os gaditas, o livro de Salmos registra esta opinião contrária: Eu sou pela paz.... Eles são pela guerra.
A sociedade e parte das comunidades evangélicas estão produzindo nos jovens uma mentalidade de sucesso a todo custo, com forte incentivo à violência. Será que a idéia dos “guerreiros gaditas” é o melhor modelo de espiritualidade para os dias de hoje? Os evangelhos silenciam sobre a opção “gadita”.
Texto adaptado da pesquisa feita pelo pastor Tércio M. Siqueira, professor da área de Bíblia, da Faculdade de Teologia da Universidade Metodista de São Paulo.
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Brotando esperança na semente da unidade
Aconteceu noite de 24 de outubro, na 1ª Igreja Presbiteriana Independente de Belém, no Estado do Pará, a celebração da Primavera para a Vida. A Campanha Primavera para a Vida é promovida nacionalmente pela Coordenadoria Ecumênica de Serviço – CESE, desde 2001, abordando temas de relevância para a reflexão e ação das igrejas e arrecadação de fundos nacionais que apoiarão projetos sociais de entidades e organizações populares. O tema deste ano foi Direitos e Justiça.
A celebração contou com a participação de irmãos e irmãs das igrejas Presbiteriana Independente, Católica, Anglicana, Presbiteriana Unida, Metodista, Quadrangular e Assembléia de Deus. Também marcaram presença as representações do Instituto Universidade Popular (UNIPOP), Movimento Evangélico Progressista (MEP), Associação Amazônica de Ciências Humanas e da Religião (ACER), Centro de Estudos Bíblicos (CEBI), Pastoral da Juventude (PJ) e Pastorais Sociais.
No Ato Penitencial, Thiago Reis, da Pastoral da Juventude, lembrou que a PJ, em conjunto com várias entidades, promovera o Dia Nacional da Juventude com a temática “Contra o extermínio da juventude, na luta pela vida!”. Enquanto igreja de Cristo, pedimos perdão por não garantirmos a vida e os direitos de nossa juventude, o que coloca o Brasil em 5º colocado entre os países com as maiores taxas de homicídio juvenil no mundo. Na certeza de sermos envolvidos/as pela misericórdia do Nosso Deus, saímos comprometidos/ as com as lutas e causas da juventude contra a violência e pelo direito à vida.
A estudante de teologia Viviane Salgado fez a leitura do Evangelho de Mateus, capítulo 25, versículos 31 a 46. Neste texto, momentos antes de ser entregue aos seus torturadores, Jesus fala aos discípulos sobre como Deus faz justiça e como podemos cooperar. Foi muito tocante a citação poética do Revdo Leobran, da 2ª IPI de Belém, embalando a música “Que estou fazendo se sou cristão”, de autoria de João Dias de Araújo. Em seguida, Revdo. Marcos Barros, anglicano, e o Revdo. Cláudio Lísias aprofundaram os ensinamentos e reflexões que o texto nos trás.
Fonte: www.redecaic. blogspot. com
Tony Vilhena
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Movimento dos Metodistas Confessantes
