segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Recomeça nova luta pelo Poder na Igreja Metodista do Brasil

Por João Wesley Dornellas

Com extrema pontualidade, foi dada a partida pela conquista do poder em nossa Igreja. Concílios locais estão sendo convocados para eleger delegados aos concílios regionais e escolher candidatos a delegados ao Concílio Geral, que serão eleitos no final deste ano nos concílios regionais. O Concílio Geral reunir-se-á somente no ano de 2011. Os leigos constituem metade do Concílio Geral e seus votos são muito importantes.

No passado, do 2º Concílio Geral, em 1934, ao 11º, em 1978, o critério de eleição dos delegados era muito democrático, isto é, leigos elegiam os delegados leigos e os clérigos, por sua vez, elegiam os delegados clérigos. Sem aprovação do Concílio Geral de 1974, que não estudou nem discutiu o assunto, os Cânones, no entanto, por esquecimento ou por incompetência da comissão de revisão do texto e preparação para a impressão, e a complacência dos bispos, cancelou o parágrafo da lei que obrigava a duas eleições distintas. Como delegado leigo àquele Concílio Geral, tenho plena convicção de que houve má fé na retirada da lei de um dispositivo altamente democrático, retirada essa que, ao lado de outros fatores, tem contribuído para a extrema politização e luta de interesses que têm ocorrido nas últimas eleições episcopais.

Explico porquê. Pela imensa maioria que detêm no plenário dos concílios regionais, são os clérigos que acabam tendo o poder de compor a delegação ao Geral. Os leigos são absoluta minoria. Na hora da votação, é claro que os clérigos preferem eleger aquele tipo de leigo mais suscetível de seguir desejos ou imposições dos clérigos. Ou seja, aquele tipo de leigo que o Bispo Paulo Ayres já chamou, em artigo, de “leigos clericalizados”.

Os próprios sistemas de escolha muito antecipada de candidatos a delegados leigos, com candidatos de todas as igrejas locais, acabam facilitando a cooptação de leigos para dar lastro às pretensões dos clérigos. Ou seja, a representação leiga no Geral, embora legal, não é autêntica e nem representativa do laicato da Igreja.

No quinquênio 1965-1970, a função episcopal passou por séria crise, que culminou no fechamento da Faculdade de Teologia. Dos membros do Colégio Episcopal, dois haviam sido reitores dela. O próprio Concílio Geral Extraordinário, reunido em setembro daquele ano, acabou não resolvendo bem as coisas. Já em função da escolha de Dom Hélder Câmara para paraninfo dos formandos no ano de 1967, que os bispos não engoliram, o próprio ecumenismo da Igreja Metodista foi quase a knock-out, o que acabou acontecendo em Aracruz em 2006.

Motivado por diversos problemas causados especialmente pelos bispos (pela primeira vez em nossa história um bispo sofreu processo disciplinar), o Concílio Geral de 1970, que só acabou em 1971, reformou a Constituição e reduziu, em muito, os poderes episcopais, que tiveram que dividir com os leigos em Conselhos Gerais. É claro que os bispos não gostaram disto nem um pouco. E começaram a sua luta pela reconquista dos poderes perdidos. Na edição do Expositor Cristão da segunda quinzena de junho de 1981, os bispos deram o seu grito pela retomada do poder. Na realidade, pela boca torta, deformada pelo uso do cachimbo, como diz a sabedoria popular, eles não perderam tanto poder assim mas o queriam todo, sem repartir com ninguém.

A reprodução da 1ª página do “Expositor”, em que os bispos vestem a fantasia de time de futebol, mostra uma manchete que reproduz, de maneira muito criativa, o teor das entrevistas do miolo. Os bispos da foto são Paulo Ayres (1º R.E.), o goleiro, Messias Andrino (5ª), Sadi Machado (2ª), , Richard Canfield (6ª), Moacyr Louzada (4ª) e Nelson Luiz Campos Leite (3ª). Só no Concílio Geral de 1987 a Constituição foi reformada, extinta a administração por Conselhos e os bispos retomaram o poder total.

Isto é história e, como os órgãos da Igreja, ou seja, o Expositor Cristão e o site da Igreja, não discutem a questão, o JORNAL DA VILA, com o lastro de 1425 edições e quase 30 anos de atividades, abre a discussão sobre os problemas do episcopado.

O Expositor deste mês traz dois artigos a respeito do assunto. Um deles, de autoria do Bispo Honorário Nelson Luiz Campos Leite, cujo título é “Não nos deixes cair em tentação”.

Sobre a eleição de delegados ao Geral, o Bispo Nelson nos diz no artigo que “ela tem levado em conta os objetivos,a as aspirações individuais e de grupos. Infelizmente, o foco de maior atenção e atração é o da eleição episcopal”. Ele lamenta no artigo que o último Geral, em face de tantos anseios por mudança, expressos logo depois das eleições, não tenha tomado providências para criar “uma forma mais clã, transparente, justa e coerente com os princípios e objetivos do Evangelho e da Igreja Metodista”.

Ele se pergunta, um pouco ironicamente: “Isto tem ocorrido? Você crê na veracidade e sinceridade do desenvolvimento desse padrão numa eleição episcopal? Nós, que participamos do último Concílio e da última eleição, temos a consciência de que o critério estabelecido pelos Cânones foi realizado fielmente?”. O Bispo Nelson acha que há até delegados que cumprem o seu dever mas ele pergunta: “mas será maioria?”.

O Bispo faz uma série de sugestões, entre as quais a de orar como no título, “porque há muita ´tentação´ nesse processo de eleição”. Ele chega até a sugerir mudança na lei, voltando às eleições regionais”, estipuladas nos Cânones de 1971. Aquela decisão foi realmente um “castigo” aos bispos, cujas escolhas, no nível regional, representaram, mesmo simbolicamente,uma redução do seu poder e da sua força. Trouxe, contudo, o problema da grande regionalização da Igreja, dividida entre as diversas igrejas (Regiões), cada uma seguindo as idéias de seus bispos. A Igreja, por mais tentativas através dos Conselhos Gerais, acabou perdendo um pouco de sua conexionalidade.

O outro artigo sobre o assunto no Expositor de junho é do Bispo Luiz Vergílio da Rosa, da 2ª Região, que tem o título de “Considerações sobre o Episcopado”. Reafirmando que o bispo tem realmente poder, ele cita João Wesley, que nunca foi bispo e não reconhecia ao episcopado como válido, preferindo o termo superintendente, que “preconizava, no santo ministério da Palavra, há que ter o Dom, há que ter a Graça e há que ter os Frutos”.

Ele menciona o filósofo Michael Foulcaut, que dizia que “o problema não é o poder em si, mas a forma como este é exercido”.

Para o Bispo Luiz Vergílio, “a visão ideológica do poder, interposta em nosso contexto social,, tem sido uma das responsáveis pelo esvaziamento do carisma de serviço, na medida em que o prestígio da função está diretamente ligado a uma provável concentração de poder individual que alguém passa a possuir, com direito à concessão dos possíveis privilégios institucionais dele decorrentes”.

A hora é crítica na vida de nossa Igreja Metodista. São crises em cima de crises. Nossa identidade de doutrina e prática está indo para o brejo. Cada Região é uma igrejinha e tem o seu próprio “Papa”, com todo o poder e força. A opinião pública da Igreja não é ouvida e nem dispõe de meios de se expressar. Uma das melhores invenções do Metodismo, a Escola Dominical, apesar dos comentários de Frei Beto nesta edição (de 21 de junho de 2009 - Ano XXIX - Nº 1425) está em crise. Nós, que fomos pioneiros no Brasil na produção de material de estudo na Escola Domnical, nem mais revistas de escola dominical nós temos hoje. As últimas produzidas tiveram os exemplares embargados, há quase um ano (8 de julho de 2008), na Justiça. Ninguém pode sequer imaginar quando o problema será solucionado.

Nas diversas regiões, há igrejinhas também. O neo-pentecostalismo já invadiu a grande maioria delas. Doutrinas estranhas às nossas estão sendo pregadas em todo canto.. Muitos pastores, além de batizarem por imersão, não batizam crianças. Livros quase não são mais publicados. Os Sermões de Wesley estão esgotados há muitos anos. Muito poucos pastores os conhecem. Nesse sistema de poder que temos, há muitos culpados. Quase todo o mundo acha, e com certa razão, que a culpa é dos bispos. Tenho certeza de que não é só deles mas de nós todos, porque temos enfiado, como avestruzes, a nossa cabeça na areia. Kyrie Eleison!
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Fonte: http://www.metodistavilaisabel.org.br/artigosepublicacoes/descricaocolunas.asp?Numero=1641

terça-feira, 14 de setembro de 2010

CAMPANHA PRIMAVERA PARA A VIDA - Cuidar da nossa Casa Comum, a Terra




CAMPANHA PRIMAVERA PARA A VIDA

            Cuidar da nossa Casa Comum, a Terra

Vem chegando a primavera!  E convidamos você a participar da Campanha Primavera para a Vida, promovida pela Coordenadoria Ecumênica de Serviço – CESE.  A cada ano a Campanha convida as comunidades para que desenvolvam ações e debatam um tema de grande relevância.  Neste ano o tema escolhido foi o tema da Justiça Ambiental e a  proposta é que as comunidades se dediquem ao debate sobre as causas e as graves conseqüências das mudanças climáticas e a necessidade de nos educarmos para garantir a vida da nossa casa comum, o Planeta Terra.

O teólogo Leonardo Boff, em um de seus últimos textos, afirma: Vivemos tempos urgentes. São as urgências que nos fazem pensar e são os perigos que nos obrigam a criar arcas de Noé salvadoras. Estamos inconformados com a atual situação da Terra. Mesmo assim cremos que está ao nosso alcance construir um mundo do "bem viver" em harmonia com todos os seres e com as energias da natureza e principalmente em cooperação com todos os seres humanos e numa profunda reverência para com a Mãe Terra.

A CESE e a Campanha Primavera pela Vida querem contribuir para que possamos enfrentar de forma engajada e criativa esse desafio de modificarmos padrões de comportamento e consumo, bem como exigir políticas públicas que garantam justiça social e sustentabilidade ambiental.

O Lançamento nacional da Campanha será  em São Paulo e serão realizadas várias atividades:

Oficina sobre o tema “Justiça Ambiental”, com o teólogo e filósofo Leonardo Boff.
Leonardo Boff é autor de mais de 60 livros nas áreas de Teologia, Ecologia, Espiritualidade, Filosofia, Antropologia e Mística. A maioria de sua obra está traduzida nos principais idiomas modernos. Em 2001 foi agraciado com o prêmio nobel alternativo em Estocolmo (Right Livelihood Award).
Data: 24 de setembro (sexta-feira)
Horário: 19:00 horas
Local: Paróquia Santíssima Trindade – Rua Olavo Bilac, 63- Campos Elíseos – São Paulo/SP
Informações: 3667-9570 com Ester ou Larissa


Jantar beneficente, com recursos revertidos para apoio a projetos da CESE.
O Jantar será realizado logo após a oficina com Leonardo Boff e os ingressos custarão R$ 15,00.
Informações:  Aquisição dos convites pelo telefone: 3667-9570


Celebração de Lançamento Nacional da Campanha Primavera para a Vida
A Celebração congregará igrejas e organizações parceiras da CESE, que partilharão suas iniciativas para uma sociedade sustentável.  A celebração contará com uma especial participação das crianças!
Data: 25 de setembro (sábado)
Horário: 10:00 horas
Local:Paróquia Santíssima Trindade, 63- Campos Elíseos – São Paulo
Informações: 3667-9570 com Ester ou Larissa

O que é a CESE?
Criada em 1973, a CESE já apoiou com recursos técnicos e financeiros, quase 10.000 iniciativas populares em todo o Brasil, melhorando a qualidade de vida de mais de oito milhões de pessoas.  Entidade com caráter ecumênico, a CESE é constituída por cinco igrejas: Católica Apostólica Romana, Episcopal Anglicana do Brasil, Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Presbiteriana Independente do Brasil e Presbiteriana Unida do Brasil.  A CESE apóia iniciativas nas áreas de direitos humanos, meio ambiente, desenvolvimento econômico, saúde popular, comunicação e cultura.

Quem são as pessoas beneficiadas pela CESE?
Os projetos apoiados pela CESE priorizam as pessoas que se encontram abaixo da linha da pobreza.  São pequenos agricultores, extrativistas, trabalhadores sem terra, povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais, moradores de rua, sem teto, moradores de periferias, desempregados, catadores de material reciclável. Mais de 60 % dos beneficiários são mulheres.  Crianças, adolescentes e jovens em situação de risco merecem especial atenção pó parte da CESE, bem como a população negra.

Como participar da Campanha?
As comunidades podem desenvolver várias atividades com esta temática, ajudando também a tornar a CESE e o seu trabalho mais conhecidos. Podem ser realizados:
§         Cultos e celebrações com a temática ambiental;
§         Palestras, oficinas e grupos de estudo para aprofundamento do tema da Justiça Ambiental, convidando representantes de Igrejas, movimentos sociais ou entidades ambientalistas;
§         Feiras e apresentações artísticas ou outros eventos culturais, arrecadando recursos para apoiar o serviço de Projetos da CESE;
§         Cafés da manhã, quermesses e rifas com renda revertida para o Serviço de Projetos da CESE.

Eliana Rolemberg
Coordenadora Executiva da CESE.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Inquisição moderna

RELIGIÃO

Inquisição moderna

Acusada de bruxaria e expulsa, pastora metodista ganha ação por danos morais na Justiça

 








Eliane Brum

Eliad Dias dos Santos sofre há três anos uma perseguição religiosa que lhe tirou trabalho, sustento e amigos. Pastora metodista há 14 anos, ela escolheu atuar na área social, junto às mulheres de rua. Em setembro de 2001, quando trabalhava na Comunidade Metodista Povo de Rua, em São Paulo, foi expulsa pelo então bispo da região, Adolfo Evaristo de Souza, depois de um encontro com prostitutas em que contava sobre a Inquisição e a caça às bruxas. Na carta em que comunicava o 'afastamento compulsório' de Eliad - sem direito a processo, defesa e julgamento -, o bispo justificou a decisão pela 'identificação' da pastora com 'ideologias radicais' e 'defesa e ênfase da mulher como bruxa'. Mais tarde, voltou atrás na expulsão, mas a manteve sem nomeação e subsídio (salário). Depois de esperar sete meses por uma reparação, Eliad entrou na Justiça. Em março, a Igreja Metodista foi condenada a pagar cem salários mínimos à pastora por danos morais. Não pagou. Preferiu recorrer e manteve Eliad no limbo. Desta vez, os bispos entenderam que ela havia incorrido em outra transgressão: o Colégio Episcopal determinou que os membros da igreja que entrarem na Justiça contra a instituição 'serão exonerados compulsoriamente'.


O advogado da pastora, Luiz Roberto Saparolli, vai ingressar nesta semana na Justiça Eclesiástica com uma ação de inconstitucionalidade. 'A igreja tem de se submeter à legislação civil', critica. 'Qualquer pessoa tem o direito de entrar na Justiça e a garantia de que não será punida por isso. Não estamos nos Anos de Chumbo.'

Todas as tentativas de acordo extrajudicial terminaram em fracasso até agora, com acusações de intransigência de ambas as partes. 'Não estamos denegrindo a imagem da pastora', disse a ÉPOCA o bispo João Alves de Oliveira Filho, presidente do Colégio Episcopal. 'O bispo que a afastou por bruxaria falhou ao tomar a decisão sem passar por todos os trâmites previstos pela igreja. E ela também falhou ao não esgotar as possibilidades internas e entrar na Justiça.' O próprio bispo-presidente, que afirmou considerar a acusação de bruxaria uma 'tolice', admite que rejeitou a queixa da pastora. 'Eu achei inepta, mas ela poderia ter recorrido à comissão geral, o nosso STF, em vez de entrar na Justiça', justifica. Procurado por ÉPOCA, o bispo Adolfo não quis dar entrevista.

Aos 38 anos, Eliad está alquebrada. 'Me tiraram tudo. Me deixaram sem salário, sem o trabalho em que acredito e botaram a comunidade contra mim. Eu não durmo porque não sei como vou comer no dia seguinte ou pagar a mensalidade da escola da minha filha', desabafa. 'O que pode ser pior que isso hoje em dia? Só falta me botarem na fogueira.' Eliad recusou todas as negociações em que a igreja lhe pediu para se retratar. Passou a sofrer de hipertensão. Mestre em Teologia e História, há três anos ela vive da ajuda de amigos e de trabalhos temporários - até como faxineira. 

No encontro em que Eliad falou sobre a Inquisição, as mulheres leram juntas uma poesia: 'Sou uma bruxa? É claro que sou! Eu e todas as mulheres que, como eu, questionam o óbvio e não compactuam com as injustiças, mas não quero queimar na fogueira de uma sociedade hipócrita...'. Depois, comeram bolo de cenoura e tomaram chá de mate com cravo. No relatório que chegou ao bispo, além da descrição da suposta bruxaria, membros da igreja demonstravam seu incômodo porque a pastora falara sobre 'aborto' e 'orgasmo'. 'Ela disse que a mulher não tem de ser submissa ao homem', denunciou uma colega no documento. Ao acusar Eliad, o bispo apontou para um adesivo no carro da pastora: 'Bruxa a bordo'.

A Inquisição, que durou do século XII ao XIX, foi instituída pela Igreja Católica para julgar os hereges - entre eles, aqueles que praticavam magia. O caso mais famoso do período medieval foi a francesa Joana D'Arc, queimada viva. Mas a caça às bruxas não foi restrita aos católicos. Tribunais protestantes, como o dos anglicanos de Salem, nos Estados Unidos, no século XVII, perseguiram e mataram feiticeiros com igual empenho. 'A mística do saber feminino e a sexualidade indomável entram como uma questão programática do movimento feminista', aponta Laura de Mello e Souza, professora do Departamento de História da Universidade de São Paulo. 'Mas a caça às bruxas é um fenômeno histórico mais amplo, que não se restringe à perseguição das mulheres. Já, hoje, acusar alguém de bruxaria é sem pé nem cabeça.' 

Eliad pertence a um grupo ecumênico de mulheres que se dedica ao que se convencionou chamar de teologia feminista: incorporar no estudo da Bíblia a experiência das mulheres. Foram elas que trouxeram ao debate religioso temas incômodos como o aborto e a sexualidade. Suas teses tiveram mais força nos anos 80 e parte dos 90, mas, assim como a Teologia da Libertação, perderam espaço no confronto com as correntes pentecostalistas e carismáticas que cresceram entre protestantes e católicos. Para as teólogas feministas, Eliad é a vítima extrema de um embate mais profundo travado no coração das igrejas cristãs. Ao se levantar contra uma decisão arbitrária da igreja, ficou sozinha, expondo as fissuras do movimento.

'A Eliad sofreu uma inquisição moderna', diz a teóloga Yury Orozco, do Católicas pelo Direito de Decidir, o mais importante grupo religioso feminista do país. 'Sua heresia foi confrontar sua igreja com temas novos.' Em 1995, a freira Ivone Gebara foi condenada ao silêncio pelo Vaticano por ter se manifestado publicamente em favor da descriminação do aborto. 'Vivemos um retrocesso e muitas de nós, que foram ativas no passado, recuaram e silenciaram, a ponto de se negar a testemunhar em favor de Eliad', diz a pastora luterana, mestre em Ciências da Religião, Haidi Harschel. 'Hoje estamos na marginalidade, em nome de uma religião de mercado, individualista, que demoniza o corpo e os movimentos sociais', aponta a doutora em Bíblia e pastora metodista Nancy Cardoso Pereira. 'A Eliad teve mais coragem que a maioria de nós.'

ELIAD DIAS DOS SANTOS
Maurilo Clareo/ÉPOCA


 Formação - Mestre em Teologia e História pela Umesp 

 Atuação - Pastora metodista e militante feminista, trabalha com prostitutas e mulheres de rua 

 Punição - Afastada por 'bruxaria', depois de falar sobre a Inquisição para um grupo de mulheres



 http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT757593-1664,00.html

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O caso Belém e a carta solicitando ação pastoral ao revmo.Bispo Adolfo

Desde o ano de 2004, o bispo da REMA vem promovendo uma campanha de uniformização na Igreja Metodista segundo seus critérios de santidade, e consequentemente há perseguições contra todos os que se desalinham com suas concepções de igreja. Seu comportamento não visa defender as posturas, decisões e orientações da Igreja Metodista, mas sim tolher a qualquer custo a ação de irmãos e irmãs que atuem no movimento ecumênico.


A Igreja Metodista da Pedreira é uma igreja com mais de três décadas de existência, referência na ação social da cidade, na atuação em prol dos direitos humanos e do diálogo ecumênico. Inclusive, no ano de 2005 seu pastor era o coordenador do conselho ecumênico regional. Contudo, devido aos problemas de manutenção da Metodista do Umarizal, após várias conversas e intervenções do bispo, houve uma fusão das igrejas, originando a Igreja Metodista Central de Belém. 


Ambas as igrejas, devido a suas constituições históricas e formação teológica, eram muito diferentes. A Metodista da Pedreira conhecia os documentos metodistas, realizava a Escola Dominical usando as revistas oficiais, tinha projetos sociais, era de periferia, mas não crescia satisfatoriamente em número de membros. Já a Metodista do Umarizal era uma comunidade formada por uma dissidência da Igreja Batista, localizada num bairro nobre, tendo muita dificuldade de entender sobre o funcionamento e a doutrina da Igreja Metodista, mas com um grande potencial evangelístico. 


 Este foi critério, o da possibilidade de dar, em progressão geométrica, crescimento numérico ao trabalho metodista na cidade, que motivou o plano de repressão total ao “jeito de ser metodista” da igreja da Pedreira. O bispo também se baseou nos novos rumos do metodismo brasileiro pós o último Concílio Geral. Segundo as próprias palavras do revmo.Adolfo, o metodismo praticado pela igreja da Pedreira era o “deserto” do metodismo brasileiro, “agora o metodismo está chegando à Terra Prometida”, logo era tempo de profundas mudanças.


 Deu-se início à repressão e expurgo de  qualquer rastro do metodismo considerado “atrasado”, “humanista”, “liberal”, “ecumênico”, da “teologia da libertação” e que não se traduzia em crescimento. Foi nomeado em 2008 o pastor João Coimbra, um ex-pastor batista, trazido ao metodismo pelo também ex-pastor batista que iniciou a igreja do Umarizal. Sua missão deveria ser contribuir para unidade daquelas duas realidades metodistas tão diferentes que optaram por trabalharem juntas, numa só comunidade. Porém, percebeu-se que o trabalho do rev.João Coimbra era o de impor a visão hegemônica e sufocar a espiritualidade existente na Igreja Metodista da Pedreira.

Entre as medidas repressivas aconteceu a cassassão de mais da metade dos membros da CLAM da IMCB. Como tal ato viola frontalmente os Cânones da Igreja Metodista, recorreu-se ao expediente de convocar o Concílio Local. Após duas sessões do Concílio Local, ambos com a presença do revmo.Bispo Adolfo Evaristo, a cassassão dos membros da CLAM não foi aprovada. Mas a situação de perseguição inviabilizou a possibilidade de que aproximadamente dez famílias continuassem a participar da vida comunitária na IMCB, passando a existir um grupo de metodistas exilados e peregrinos, expulsos de sua própria terra e lar.

Em outubro de 2009 um grupo de metodistas reunidos em Belisário expressaram sua preocupação em relação à situação em questão e redigiram uma carta pedindo ao bispo Adolfo Evaristo sua ação pastoral, amorosa e conciliatória, para que todos os membros da Igreja Metodista Central em Belém pudessem exercer suas vocações e vivência cristã em paz, harmonia, sob o pastoreio de Cristo. A carta foi enviada em 23 de novembro de 2009 e permaneceu sem resposta.

Em março de 2010 o professor Saulo Tarso Cerqueira Baptista, um dos membros originais da Igreja Metodista da Pedreira, foi excluído da sua condição de Suplente do Conselho Superior de Administração da Rede Metodista de Educação, a pedido do bispo da REMA e do SD do distrito de Belém, medida aprovada no Concílio Regional da REMA que não contou com a presença do acusado (Saulo) e nem lhe deu o canônico e democrático direito à ampla defesa.

Tem sido amplamente divulgado na REMA e na Igreja Metodista Central em Belém a intenção de excluir do rol de membros da igreja os irmãos e irmãs que, devido a ação pastoral repressiva e opressora, foram forçados a deixarem a comunidade. Em virtude de tal situação, a carta solicitando a ação pastoral foi novamente enviada ao revmo. Adolfo em 2 de agosto de 2010, desta vez recebendo a curta resposta do bispo presidente da REMA de que tal situação é de cunho interno e que está sendo resolvida internamente. Se a expulsão de membros da Igreja Metodista que são ativos, participam das instâncias regionais e gerais da Igreja, trabalham nos ministérios locais e nas instituições de ensino da Igreja Metodista se concretizar, um dos mais negros capítulos da história da Igreja Metodista terá sido escrito.

A Igreja Metodista é conexional, conciliar e episcopal. A autoridade episcopal em nossa igreja não tem o caráter monárquico como o episcopado exercido na Igreja Católica. Nem o escopo de sua atuação é ilimitado como em igrejas neopentecostais, cuja institucionalização não está consolidada e, portanto, é passível de ser administrada sob os moldes de empresa, com donos e gerentes. O episcopado na Igreja Metodista é uma função extraordinária, exercida através do poder emanado da própria igreja de maneira democrática e representativa que os elegem nos Concílios Gerais. Estes por sua vez formados por delegados eleitos nos Concílios Regionais, que representam todas as igrejas de suas regiões. As igrejas locais elegem seus delegados através de Concílios Locais que são as assembléias formadas por todos os membros leigos ativos na comunidade local. Em última análise os bispos e bispa foram escolhidos pela membresia leiga e clériga de toda a Igreja Metodista, não para representar esta ou aquela Região, mas para representar a Igreja Metodista como um todo. Desta forma entendemos que está havendo uma extrapolação da função episcopal, como ela é compreendida no metodismo brasileiro, em seus documentos, cânones e história.

 Segue abaixo o texto da carta solicitando a ação pastoral ao revmo. Adolfo Evaristo de Souza.

Solicitação de ação pastoral episcopal  

Revmo. Bispo Adolfo Evaristo de Souza

Região Missionária da Amazônia



Segue novamente correspondência anteriormente enviada em 23 de novembro de 2009, a qual não obtivemos resposta até o presente momento.


Prezado Bispo:

Entre os dias 31 de outubro e 2 de novembro do corrente um grupo de líderes clérigos e leigos esteve reunido em Belisário, na Zona da Mata mineira, com o objetivo de discutir a caminhada de nossa amada Igreja, á luz de seus documento e bases históricas, na busca da valorização da identidade metodista.

Foram momentos riquíssimos, onde também pudemos tomar conhecimento e discutir muitas práticas que vêm sendo adotadas em igrejas locais diversas, inquestionavelmente distantes de nossa base doutrinária.

Também tivemos o privilegio de receber um representante da Igreja Metodista no Bairro da Pedreira, o irmão Tony Vilhena, da cidade de Belém-Pa e é esse o motivo que nos leva a dirigirmos ao Reverendíssimo Bispo, pois nos preocupou o testemunho a nós apresentado, que entendemos representar o pensamento da liderança daquela comunidade de fé.

Tivemos uma clara impressão de que não está havendo respeito àqueles queridos irmãos, que se mantêm coerentes na linha de pensamento e ação metodista, principalmente em relação à defesa das causas sociais e nas práticas ecumênicas que nos caracterizam ao longo de nossa história.

Dessa forma, solicitamos ao prezado Bispo, a adoção de ações amorosas que possam vir contornar as crises ali existentes, restaurando a harmonia entre aqueles irmãos animando-os a prosseguir nos projetos de implantação do Reino de Deus naquele sofrido local.

Antecipadamente agradecidos pela atenção que será dispensada a esse nosso pedido, subscrevemos.

Fabio Martelozzo Mendes
Coordenador do Grupo Metodistas Confessantes
 

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Carta de solicitação de informações ao revmo.Roberto Alves

A Igreja Metodista é conexional, conciliar e episcopal. A autoridade episcopal em nossa igreja não tem o caráter monárquico como o episcopado exercido na Igreja Católica. Nem o escopo de sua atuação é ilimitado como em igrejas neopentecostais, cuja institucionalização não está consolidada e, portanto, é passível de ser administrada sob os moldes de empresa, com donos e gerentes. O episcopado na Igreja Metodista é uma função extraordinária, exercida através do poder emanado da própria igreja de maneira democrática e representativa que os elegem nos Concílios Gerais. Estes por sua vez formados por delegados eleitos nos Concílios Regionais, que representam todas as igrejas de suas regiões. As igrejas locais elegem seus delegados através de Concílios Locais que são as assembléias formadas por todos os membros leigos ativos na comunidade local. Em última análise os bispos e bispa foram escolhidos pela membresia leiga e clériga de toda a Igreja Metodista, não para representar esta ou aquela Região, mas para representar a Igreja Metodista como um todo.

Desta forma, dentro de um espírito de democracia, conciliarismo, conexionalidade e respeito, conexionalismo refletido inclusive no próprio colégio episcopal, que tem bispos que foram presbíteros ativos de regiões atuando como supervisores em outras regiões que não as suas de origem, os Metodistas Confessantes, reunidos em Belisário (MG) expressaram sua preocupação com fatos que supostamente estariam acontecendo na Quarta Região e procuraram o bispo presidente da Quarta Região com o intuito de esclarecer e solucionar dúvidas e mal-entendidos. A correspondência foi enviada, juntamente com cópia para o bispo presidente do Colégio Episcopal, no dia 23 de novembro de 2009. Após não haver resposta a carta foi reenviada no dia 02 de agosto de 2010 desta vez com cópia a todo o Colégio Episcopal e até o momento não houve resposta ou manifestação.

Causa tristeza e preocupação ver que o conciliarismo e conexionalismo que faz parte da herança wesleyana desde os primórdios de nossa denominação esteja aos poucos dando lugar a um modelo de episcopado que prescinde do diálogo, da inter-responsabilidade e da presunção de que o poder emana de Deus através das instâncias democráticas canônicas. Ainda mais em nosso metodismo brasileiro que não reconhece no bispo a autoridade monárquica vista em outras denominações e confissões cristãs mas o vê como um pastor-presbítero desempenhando extraordinariamente a função de supervisor.

Segue abaixo a cópia da carta enviada em 23/11/2009 e reenviada em 02/08/2010. 


São Paulo, 23 de novembro de 2009.







Revmo. Bispo Roberto Alves de Souza

4ª Região Eclesiástica


Prezado Bispo:


Entre os dias 31 de outubro e 2 de novembro do corrente um grupo de líderes clérigos e leigos esteve reunido em Belisário, na Zona da Mata mineira, com o objetivo de discutir a caminhada de nossa amada Igreja, á luz de seus documento e bases históricas, na busca da valorização da identidade metodista.

Foram momentos riquíssimos, onde também pudemos tomar conhecimento e discutir muitas práticas que vêm sendo adotadas em igrejas locais diversas, inquestionavelmente distantes de nossa base doutrinária.

Trouxe preocupação aos que ali estiveram presentes informações de que alguns pastores estariam condicionando a presença de leigos no exercício de ministérios e docência de classe de Escolas Dominicais de algumas igrejas locais á participação no projeto EMPACTO.

Se verdadeira tal prática não tem amparo canônico e contraria orientação já emanada do Reverendíssimo Bispo Presidente do Colégio episcopal, através de correspondência expedida nesse sentido.

Tem dessa forma o presente ofício o objetivo de alertar ao prezado Bispo para tal fato para que possam ser evitadas situações constrangedoras que apenas contribuem para a divisão do corpo de Cristo.

Antecipadamente agradecidos pela atenção que será dispensada a esse nosso ofício, agradecemos.


Fabio Martelozzo Mendes
Coordenador do Grupo Metodistas Confessantes




C/c - Bispo João Carlos Lopes
Presidente do Colégio Episcopal da Igreja Metodista

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Para que todos sejam um



Para que Todos Sejam Um - A perspectiva metodista para a Unidade Cristã

Baixe a Carta Pastoral do Colégio Episcopal sobre ecumenismo e unidade cristã.
Aqui

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Manifesto ao 19º Concílio Geral da Igreja Metodista

Manifesto ao 19º Concílio Geral da Igreja Metodista

À Igreja Metodista Reunida no 19º Concilio Geral
 
"Se alguém está em Cristo, é nova criatura. As coisas antigas passaram; eis que uma realidade nova apareceu. Tudo isso vem de Deus, que nos reconciliou consigo por meio de Cristo, e nos confiou o ministério da reconciliação. Pois era Deus quem reconciliava com ele mesmo o mundo por meio de Cristo, não levando em conta os pecados dos homens e colocando em nós a palavra da reconciliação" (II Co 5.17-19).
 
“A reconciliação do mundo em Jesus Cristo é a fonte da justiça, da paz e da liberdade entre as nações; todas as estruturas e poderes da sociedade são chamados a participar dessa nova ordem. A Igreja é a comunidade que exemplifica essas relações novas do perdão, da justiça, e da liberdade, recomendando-as aos governos e nações como caminho para uma política responsável de cooperação e paz.”(CREDO SOCIAL , III - A ORDEM POLÍTICO-SOCIAL E ECONÔMICA).
 
Amados/as irmãos/ãs, saúde, graça, paz e bem! 
  
Sabemos que o 18º Concílio Geral da Igreja Metodista realizado em 2006, deliberou a retirada da Igreja Metodista de organismos ecumênicos de que a Igreja Católica Apostólica Romana participasse como membro. Por considerarmos que esta decisão fere princípios fundamentais do Evangelho e da tradição Metodista, defendemos veementemente que o 19º CG anule essa decisão, por entender que ela afronta não tão somente o testemunho histórico do Metodismo de espalhar a "santidade bíblica por sobre a terra, a começar pela Igreja" mas também a vontade de nosso Senhor Jesus Cristo. Além disso, ela insere a Igreja anacronicamente em um ambiente de exclusão de pessoas por seu credo, ferindo princípios civis já consagrados pelos avanços da vida moderna de respeito aos direitos humanos.
 
Ademais, é sabido que Nosso Senhor Jesus Cristo intercedeu ao Pai não só por seus discípulos, mas por todos que viessem a crer nele, quando disse: "A fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles nós; para que o mundo creia que tu me enviaste" (João 17.21) 
  
O artigo número cinco, dos Artigos de Religião do metodismo expressa que "As Santas Escrituras contêm tudo que é necessário para a salvação, de maneira que o que nelas não se encontre, nem por elas se possa provar, não se deve exigir de pessoa alguma para ser crido como artigo de fé, nem se deve julgar necessário para a salvação".
 
Entendemos que as Santas Escrituras expõem ser parte do projeto salvífico de Deus, revelado em Jesus Cristo, que persigamos a unidade da Igreja e que a divisão desta é um escândalo à Fé Cristã pois "há uma só fé, um só Espírito e um só Batismo (Ef. 4,5). 
 
O Plano de Vida e Missão, adotado em 1982, ao tratar da Herança Wesleyana e ao expressar os Elementos Fundamentais da Unidade Metodista, afirma ser "o metodismo parte da Igreja Universal de Jesus Cristo" e que ele "procura preservar o espírito de renovação da Igreja dentro da unidade conforme a intenção da Reforma Protestante do século XVI e do Movimento Wesleyano na Igreja Anglicana do século XVIII, que, por circunstâncias históricas, resultaram em divisões. Por isto, dá sua mão a todos cujo coração é como o seu e busca no Espírito os caminhos para o estabelecimento da unidade visível da Igreja de Cristo (Jo 17.17-23)".
 
No sermão 39, "O Espírito Católico", fundamentado em 2 Rs 10.15-16, João Wesley enfatiza as expressões: "Tens tu reto o coração para comigo, como o meu o é para contigo? ...Então dá-me a mão." Salienta que, ter o "coração reto" não significa ter as mesmas opiniões, as mesmas formas de culto, concordância sobre o modelo de estrutura eclesiástica, sobre as formas de batismo ou de celebração da Ceia do Senhor, entre outros. A rigor, não exige nada em termos de ritos, práticas e costumes que exteriorizem quaisquer tipos de posturas comuns; o que se exige é sentimento de compromisso de amor a Deus e à humanidade. Ele chega a dizer: "Se não podemos pensar igual por que não podemos amar igual?"
 
Entendemos que "unidade visível" não significa a reunião de todas as Igrejas em uma única estrutura eclesiástica e nem a adoção de posturas hegemônicas em questões de ritos ou dogmas, mas uma capacidade dialogal típica da que foi defendida por João Wesley, de forma mais intensa, após a sua experiência de 24 de maio de 1738, alicerçada, entre outros, em Mt 5.45-48, que desafia os seguidores(as) de Jesus a uma prática parecida com a do Pai, que envia o sol e a chuva sobre todos(as): "bons e maus, justos e injustos"...Se amardes os que vos amam, que recompensa tendes?...Se saudardes somente os vossos irmãos , que fazeis de mais?
 
O Plano de Vida e Missão reitera ainda que nossa opção ecumênica, além de ser obediência ao mandamento de Cristo, é resultado prático da vivência na frente missionária, onde todos são irmanados na fé apesar das diferenças teológicodoutrinárias. Ou seja, o ecumenismo nasce da fé em missão pois ao indicar como uma da área de atuação a de Promoção da Unidade Cristã, conceitua que: “A busca e vivência da unidade da Igreja, como parte da Missão, não é optativa, mas uma das expressões históricas do Reino de Deus. Ela procede do Senhor Jesus Cristo e é realizada por meio do Espírito Santo, pela rica diversidade de dons, ministérios, serviços e estruturas que possibilitam aos cristãos trabalhar em amor na construção do Reino de Deus até a sua concretização plena (Jo 10.17;1.17-23; 1 Co 1.10-13; 12.4-7, 12 e 13; Ef 4.3-6; Ef 2.10-11).”
 
Pelo exposto, confessamos que nossa incapacidade de obedecer à decisão do 18º CG, não decorre de indisciplina ou insubmissão, mas da liberdade à qual somos chamados e que em Cristo nos foi outorgada. Ela nos constrange a declarar que "Um cristão é senhor livre sobre todas as coisas e não está sujeito a ninguém. Um cristão é servidor de todas as coisas e sujeito a todos" (Da Liberdade Cristã, Martinho Lutero). Assim sendo, pedimos que "mantenhamos, entre nós, laços de paz, para conservar a unidade do Espírito. Há um só corpo e um só Espírito, assim como a vocação nossa nos chamou a uma só esperança: há um só Senhor, uma só fé, um só batismo. Há um só Deus e Pai de todos, que está acima de todos e está presente em todos" (Ef. 4.3-6).
 
Os abaixo assinados representam somente uma parte dos Metodistas Confessantes. Muitos pastores e pastoras não o assinam devido à possibilidades de represálias que têm ocorrido em algumas de nossas regiões eclesiásticas.  
 
• PAULO SILAS JORGE DE LARA Igreja Metodista Em Água Fria - 3ª RE.
• Paola Vargas Barbosa - Igreja Metodista Em Goiabeiras, Vitória/ES 4a RE.
• Fabio Martelozzo Mendes - Congregação Em Santana De Parnaíba/Igreja
Metodista Em Itaberaba - 3ª Região.
• Tony Welliton Da Silva Vilhena - Igreja Metodista Central Em Belém / REMA
• Francisco Thiago De Almeida – Franca/SP 5ª Região
• Lucas Lima Camargo Escobar Bueno – Sorocaba – SP 3ª RE
• Jaider Batista Da Silva, Igreja Metodista Do Bairro Santa Helena Em Governador
Valadares, MG.
• Elza Maria Robin Zenkner - Presbítera (Aposentada) - 2ª Região
• Elena Alves Silva - Pastora Na Igreja Metodista Em Jardim Colorado - 3ª RE
• João Luiz De Barros Teixeira - Presbítro - 1ª Regiao
• Carla Pereira Nonato – Igreja Metodista Em Monte Belo – 3ª Região
• Isaias Laval - Água Fria - SP
• KELLER APOLINARIO ROSA DA SILVA- IGREJA METODISTA DE CONSELHEIRO
PENA
• Adahyr Cruz
• Dalva Dianim Berzoini Igreja Metodista Em Bela Aurora - Juiz De Fora - 4ª
Região
• Cibele Paradela - Igreja Metodista De Botafogo - Rio De Janeiro - RJ
• Arthur Emílio Dianin - Igreja Metodista De Bela Aurora - Juiz De Fora/MG
• Anivaldo Padilha, Leigo, Igreja Metodista Em Vila Mariana, São Paulo, 3a.
Região.
• Clésio De Oliveira Paradela - Igreja Metodista Em Venda Nova-BH (MG)
• Darlene Barbosa Schützer - Catedral Metodista De Piracicaba.
• Saulo De Tarso Cerqueira Baptista, Igreja Metodista Central De Belém, Pará.
• Octavio Alves Dos Santos Filho - Pastor Na Igreja Metodista No Itaim Bibi (SP)
• Sydney Farias Da Silva
• Diná Da Silva Branchini, Membro Igreja Metodista Em Suzano,São Paulo- 3RE
• Paulo Barbosa - Igreja Metodista em Goiabeiras – Vitória – ES
• Cléber De Oliveira Paradela
• Miriam Vargas Barbosa Da Igreja Metodista Em Goiabeiras – Vitória – ES
• Cristina Engels Rodrigues, Membro Da Igreja Metodista No Ipiranga
• Messias Valverde - Presbítero 4ª Região
• Carolina Cislaghi Rivero - Catedral Metodista De Piracicaba.
• Dilson Julio Da Silva
• Washington Luiz Silva Santos - Membro Leigo Da Igreja Metodista Em
Aricanduva.
• Sérgio Marcus Pinto Lopes - Presbítero
• Dilene Fernandes De Almeida, Presbítera, Igreja Metodista Em Guaianazes, São
Paulo, 3a RE
• Juarez Reinaldo De Souza Lima - Igreja Metodista Em Água Fria 3ª RE
• Erika Schützer - Igreja Metodista Central De Piracicaba.
• Emília Maria Garcia Dos Santos, Membro Leigo Da Igreja Metodista No Itaim
Bibi.
• Jair Alves - Pastor Metodista Em Santo Estevão
• Wesley Silva dos Santos, leigo da Igreja Metodista em Vila Medeiros (SP)
• Rev. Luciano José de Lima, pastor na Igreja Metodista em Jundiaí (SP).
• James William Goodwin – 4ª Região
• Francisco Cetrulo Neto
• Cilas Ferraz de Oliveira - Presbítero - Izabela Hendrix - Belo Horizonte-MG
• Eunice Nazareth Nonato, Igreja Metodista Bela Vista – Governador Valadares,
MG
• Martinho Luthero de Souza Junior, I.M. em Salgado Filho - BH, IV Região
• Waldecy Louback da Cunha - Igreja Metodista em Goiabeiras – Vitória – ES
• Marcelo Pereira Louback - Igreja Metodista em Goiabeiras – Vitória – ES
• Marislene Pereira Louback - Igreja Metodista em Goiabeiras – Vitória – ES
• Elias César Louback - Igreja Metodista em Goiabeiras – Vitória – ES
• Wagner Silva dos Santos
• Raquel Moraes Gaia - Igreja Metodista Central em Belém
• Jesus Anacleto Rosa, Presbítero aposentado- 3RE
• REV. Robert Stephen Newnum – 6ª RE
• Maria Newnum – 6a RE
• Victor Cláudio Paradela Ferreira - membro da Igreja Metodista em Bela Aurora -
Juiz de Fora – MG
• Klaus Schützer - Igreja Metodista de São Carlos-SP
• Rudolf Schützer - Igreja Metodista Central de Piracicaba
• Eloisa Geraldi - Catedral Metodista de Piracicaba_SP
• Julio Augusto Toledo Veiga - Catedral Metodista de Piracicaba – SP
• Victor José Ferreira - Igreja Metodista de Botafogo Rio de Janeiro – RJ
• Paulo Roberto Ramos Caiuá (Membro da Catedral Metodista de Piracicaba)
• Gérson Mendes Ferreira - Igreja Metodista Central de Campinas.
• Nicanor Lopes – Pastor da IM em Jardim Pacaembu – Campinas - 5ª. Região
Eclesiástica
• Leila de Castro Louback Ferraz - Igreja Metodista Izabela Hendrix - Belo
Horizonte - MG (4a RE)
• SILVIA EUNICE BORGHI CEPEDA GIUSTI - Igreja Metodista Central de
Campinas
• Filipe F. Ribeiro Maia, 5 RE, Piracicaba, SP.
• Sílvia Vilhena Antunes Amaral - Igreja Metodista Izabela Hendrix
• Yara Lígia Pacini - Igreja Metodista Central de Campinas.
• Sheila Christine Freire de Matos Hussar, membro da Catedral Metodista de
Piracicaba.
• Susana Fernandes Ribeiro Maia - Catedral Metodista de Piracicaba- SP. 5ª RE
• Augusto Campos de Rezende Igreja Metodista Izabela Hendrix
• Alexandre Bomfim Rodrigues - Igreja Metodista do Izabela Hendrix BH
• Gerson Mattos. Leigo da Igreja Metodista em Arthur Alvim.
• Shirlei Debussi Pissaia - Igreja Metodista Central de Piracicaba
• Marcos Seir Andrino - Igreja Metodista Central Campinas SP - 5a Região
• Bernardeth Talasse Andrino - Igreja Metodista Central Campinas SP - 5a Região
• Rev, Luiz Ferraz dos Santos-pastoral AMAS-Catedral Metodista - Piracicaba.
• Tiago Bicudo
• Débora Bicudo de Faria – Igreja Metodista Central de Campinas
 
Aqueles e aquelas que desejarem subscrever o presente manifesto poderão fazê-lo
através da petição online no seguinte endereço:
http://www.ipetitions.com/petition/manifesto19cg/