Encontro Presencial dos Metodistas Confessantes – 28 e 29/05/2011
DEPOIMENTO SOBRE PERSEGUIÇÕES AOS METODISTAS EM BELÉM
Saulo Baptista
Baixe aqui a apresentação em Power Point.
São Paulo, 28 de maio de 2011.
A perseguição à comunidade metodista em Belém se reporta aos últimos 15 anos, mais ou menos, mas tem a ver com as características mesmas do metodismo, que procuramos viver aqui em Belém do Pará. Vou relatar os fatos principais, que permitem uma compreensão da nossa realidade:
1. A Igreja em Belém foi fundada por um casal de missionários aposentados, Agnes e Will Rogers, há 30 anos, sem que houvesse interesse da área geral, pois não estava prevista como estratégia missionária. A obra em Belém teve a mesma origem da Igreja Metodista em Natal (RN), ou seja, foi resultado de dedicação do casal Rogers. Em menos de um ano, com a direção e sustentação divina, eles implantaram este trabalho em bairro pobre, a Pedreira, com prioridade para atender crianças pobres. Era uma igreja de crianças, que, aos poucos foi crescendo com pessoas de outras idades.
2. Depois, vieram pastores com a chama metodista muito viva. Um deles, Antonio Margarido Mendes, liderou a construção do templo. Ele, a esposa e a família, são sempre lembrados com muito carinho, no bairro, pelas obras de misericórdia e piedade. Esta vinha sendo a marca da nossa identidade até sermos pressionados a deixar o espaço do templo da Pedreira.
3. Depois da aprovação do Plano de Vida e Missão da Igreja, tivemos a bênção de receber o casal Francisco e Regina Cetrulo, com filhos ainda pequenos. Eles enfatizaram todas as orientações desse documento da Igreja. Houve momentos em que construímos barracos para pessoas empobrecidas, com madeira arrecadada no próprio bairro. Fazíamos isto em mutirão, como tarefa prática da Escola Dominical e, à noite, celebrávamos a vitória de praticar o evangelho em forma de serviço para pessoas que nem sequer gostavam da Igreja.
4. Com o documento Dons e Ministérios, aprendemos a servir voluntariamente, sem disputa de cargos nem jogo político, a não ser a política do serviço e nada mais. Foi outra marca que aprendemos com o Francisco e o casal que o sucedeu, pastor Antonio Carlos Teles e Jacqueline, junto com sua filha e filho também pequenos.
5. Na mesma época desses pastores Francisco e Toninho, intensificamos uma atuação ecumênica no bairro, com a Igreja Luterana e uma Paróquia Católica. Logo, rapidamente, este testemunho de unidade na diversidade se espalhou por outros bairros de Belém. Foi relevante que o padre católico holandês, João Maria, tenha conseguido atrair, a partir dessa experiência ecumênica, uma Assembléia de Deus do bairro para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, quando nós, metodistas e luteranos não acreditávamos que isto fosse possível. Depois dessa experiência, tem havido práticas de ecumenismo muito interessantes em toda a cidade de Belém e arredores. Pode-se dizer que as sementes viraram árvores, com o Conselho Amazônico de Igrejas Cristãs e surgimento mais recente do Comitê Interreligioso. (Não dá para relatar aqui toda a riqueza dessas práticas, que já duram mais de 20 anos).
6. Entre outras obras desse período, em nossa Igreja Metodista, tivemos o funcionamento de um Cursinho Pré-Vestibular, criado pela comunidade do bairro, com o apoio da Igreja, o qual aprovou 25% de alunos em universidades públicas, no ano do seu funcionamento. Também operamos uma marcenaria, administrada pela Metodista e Luterana, mas tendo como mestres o pastor Antonio Teles e o João Paulo, membro da nossa igreja.
7. Quando chegou o primeiro bispo, Rozalino, que assumiu porque o eleito, rev. Lino se recusou a assumir, começaram as dificuldades da nossa comunidade.
8. O bispo Rozalino acolheu um grupo dissidente da Igreja Batista Central de Belém (da Convenção Batista Nacional, portanto, do ramo renovado dos batistas) que veio com um líder respeitado, o pastor Aluísio Laurindo. Nós estávamos sem pastor e o bispo queria que o rev. Aluísio assumisse nosso pastorado, mesmo sendo recém chegado de outra denominação evangélica. Decidimos que era melhor o grupo recém chegado formar outra igreja local, mesmo que permanecêssemos, temporariamente, sem pastor. O bispo aceitou a decisão da Igreja, mesmo que não fosse esta sua preferência. Diante desta decisão, foi criada a Igreja do bairro Umarizal, que depois construiu um templo no bairro Telégrafo, com apoio de ofertas missionárias. Depois da criação dessa igreja, nós, da Pedreira, passamos a ser mais discriminados, porque éramos ecumênicos e muito voltados para as questões sociais, segundo a visão do bispo Rozalino e dos sucessores, Davi Ponciano e Adolfo Evaristo.
9. Ainda na gestão do bispo Rozalino, foi feito um processo de escolha de um pastor para a Igreja da Pedreira, através da Coordenação de Ação Missionária, na Sede Nacional. Ficamos sabendo que já havia sido selecionado um casal de pastor e pastora que se identificava com as características da nossa Igreja, mas o processo foi interrompido, contrariando os trâmites legais, e foi enviado um pastor, com características carismáticas, através de um acordo entre o bispo Rozalino e o bispo Paulo Lockman. Sentimos esta decisão como uma imposição, mas acolhemos o pastor. Foi uma convivência difícil, porém respeitosa. Assim como foi respeitosa a convivência com outros pastores(as) que vieram depois, mesmo sabendo que a missão deles(as) era eliminar nossas características e implantar uma igreja com ênfase carismática.
10. Tivemos um período de ênfase na liturgia, principalmente quando ficamos sem pastor, por cerca de um ano. As famílias se reuniam, durante a semana, de acordo com uma escala, e traziam celebrações muito criativas. Estávamos pondo em prática o que já havíamos aprendido em oficinas de liturgia. Quando voltamos a ter pastor, todos, com exceção do atual (João Coimbra), acharam excelente essa prática e a mantiveram. Essas experiências litúrgicas eram vivências importantíssimas na caminhada da igreja, até sermos proibidos pelo pastor atual e pelo bispo, de continuarmos com as equipes de liturgia. Normalmente, seguíamos o ano litúrgico e os hinos e leituras do Hinário Evangélico. Também utilizávamos cânticos de fora do hinário, mas dentro da temática do culto. Não descuramos, também, de trazer conteúdos e cânticos que nos ligassem à realidade atual, com propósitos proféticos.
11. O bispo Davi Ponciano não concordava com a linha da nossa Igreja, mas nos respeitava. Todas as ações dele eram de apoio à Igreja do Umarizal-Telégrafo. Tudo que ele pôde conseguir, inclusive financeiramente, foi carreado para aquela Igreja. Nós vivíamos a míngua, mas conseguíamos viver assim, porque sempre fomos fiéis ao ideal do “povo chamado metodista”, conforme sempre o entendemos.
12. Quando o bispo Davi faleceu, o bispo João Alves acumulou o Campo Missionário da Amazônia com a Presidência do Colégio Episcopal e a 3ª Região. Apesar de todas essas funções, ele sempre nos compreendeu e nos apoiou. Foi o melhor bispo que nós tivemos aqui na região amazônica, porque respeitava as igrejas locais e era sensível à nossa condição de amazônidas. Ele nunca tentou impor uma cultura alienígena sobre nós, como tem sido feito por outras lideranças.
13. A partir do bispo Adolfo, este enviou uma pastora e um pastor com um só propósito: moldar a igreja de Belém para aquilo que ele entende como santidade. Para justificar essa intervenção, ele escreveu que somos ligados ao Movimento Ecumênico Internacional e à Teologia da Libertação. Ponderamos que sempre praticamos o que está escrito nos documentos da Igreja Metodista, mas ele insistiu em nos rotular de coisas que nunca foram preocupação dos membros, até porque alguns nem sequer conhecem essas teorias e vivem a simplicidade da fé metodista como aprenderam, ao longo dos anos, em nossa pequena igreja.
14. A partir de 2008, a liturgia passou a ser totalmente elaborada e conduzida pelo pastor João Coimbra e, algumas vezes, pela esposa, que também é pastora. Havia um grupo de pessoas capacitadas, inclusive com formação teológica metodista, que, nos outros pastorados, pregavam, eventualmente, além de participarem, de modo bem ativo, das liturgias. Todos que estávamos nessa situação fomos cerceados e não mais no foi permitido participar, como fazíamos antes.
15. A situação se agravou quando o bispo verificou que a igreja do bairro Telégrafo que eles haviam fundado a partir da dissidência batista, foi definhando, ao longo dos anos, após a saída do seu fundador.
16. Quando a comunidade do Telégrafo já estava com poucos membros ativos (menos de dez), o bispo Adolfo trouxe esses remanescentes para se congregarem conosco, mas sob a condição de serem dissolvidas as duas igrejas e criada uma nova igreja, com o título de Igreja Metodista Central. Aceitamos, imbuídos do propósito de ceder à vontade do bispo, como sinal de paz, e para acolhermos os irmãos recém-chegados, que eram muito necessitados do conhecimento do metodismo. Oferecemos, inclusive, todos os espaços que eles quisessem ocupar na CLAM. E eles o fizeram.
17. O bispo chegou a dizer, para muitos membros ouvirem, que nenhum projeto nos moldes que ele sonhava iriam prosperar, enquanto a Igreja Metodista da Pedreira existisse. Razão pela qual, ele estava dissolvendo as duas igrejas e formando uma nova. Também deu ênfase na necessidade de começarmos uma nova história, esquecendo nosso passado, como se isto fosse possível.
18. Tínhamos convicção que nossas práticas seriam assimiladas pelos irmãos recém-chegados do Telégrafo, caso eles fossem expostos a elas, porque eram as práticas metodistas que tanto inspiravam todos nós. Alguns pastores que vieram para a Pedreira, com a determinação encomendada de nos moldar para as práticas neo-pentecostais que eles praticavam, saíram convencidos que praticávamos o metodismo em consonância com tradições e documentos oficiais e passaram a adotar, espontaneamente esse modo de ser metodista.
19. Não havíamos percebido que o bispo estava iniciando ali, em 1º de janeiro de 2008, uma intervenção violenta para nos massacrar como metodistas remanescentes da Igreja da Pedreira. E foi o que aconteceu. A partir daí, foram vários os fatos que comprovam esse estado permanente de agressões, como, por exemplo: anulação de um concílio da Igreja da Pedreira, através de um ATO DE GOVERNO, porque foi aprovada a criação de um grupo de trabalho para coordenar nossa participação no Fórum Mundial de Teologia e Libertação e no Fórum Social Mundial. É curioso que as mulheres de Global Ministries, da Igreja Metodista Unida dos EUA, nos pediram que formássemos essa equipe de apoio. Fizemos todo o trabalho de apoio, mas o bispo anulou o concílio que criou essa equipe.
20. Verificando que não tinha maioria nos concílios locais, nem na CLAM, o pastor passou a usar de artifícios autoritários, para impor sua vontade em ambos os espaços citados. Não tendo conseguido, recorreu a um instrumento chamado DECLARAÇÃO PASTORAL para nos suspender dos ministérios e cargos que ocupávamos. A alegação usada foi de que paramos de entregar os dízimos, nos últimos meses. De fato isto é verdade, porque, pelo menos no meu caso, fiquei com problema de consciência de entregar o dízimo para fomentar o arbítrio e a violência, através de um projeto que exclui e persegue pessoas. Não considero que o projeto do pastor e do bispo seja um projeto de santidade, mas, apenas um projeto de poder, que exige, a todo custo, a submissão e subserviência dos que quiserem segui-los.
21. Para completar este relato, peço que os metodistas confessantes leiam ou releiam as denúncias que o Tony Vilhena já apresentou, porque ali estão detalhados outros fatos da ação do pastor e do bispo.
Acolhida na Igreja Metodista de Bela Aurora em Juiz de Fora (MG)
Depois que o grupo de metodistas ecumênicos ficou sem espaço na Igreja Central de Belém, resolvemos manter nossa união, reunindo cada sábado na casa de um dos integrantes. Não queríamos reunir no domingo, para não caracterizar que estávamos formando outra igreja. Todavia, com o passar do tempo, ficou claro que as manhãs de domingo eram a melhor opção para todos.
O tempo foi passando e ouvimos que seria possível, com base nos Cânones, pedirmos desligamento da Igreja Central de Belém e, de modo concomitante, pedirmos acolhida em outra igreja metodista. Os cânones são bem explícitos que nenhum pastor pode impedir a liberdade do membro que tome esta iniciativa.
Logo surgiram duas igrejas da região metropolitana de São Paulo como possíveis alternativas para esta operação, porém mediante cautelosas análises. Enquanto essas análises aconteciam, o pastor Moisés e alguns líderes da Igreja em Bela Aurora acenaram de forma muito decidida para nos receberem.
Logo aceitamos e estabelecemos contatos para marcar a data de nossa acolhida, com viagem e programação para estarmos presentes no fim de semana de 27 e 28 /11 /2010. Foram dois dias de muita alegria, programação intensa e demonstrações de carinho, solidariedade, intenso amor dos mineiros pelos paraenses. Há um relato de 15 páginas sobre esses momentos inesquecíveis, que muito me inspiraram ao relê-lo para preparar este testemunho.
A partir dessa nossa integração na Igreja de Bela Aurora, temos sido visitados, uma vez por mês, pelo pastor Moisés, que confessa estar com o coração dividido entre seu rebanho de Bela Aurora e de Belém. Ele tem visitado cada membro de Belém, cuidado dos que sofrem, servido a ceia no cultos e nas casas dos que não podem estar presentes por motivo de doença. Enfim, temos pastor, que nos ama, à semelhança de uns poucos que já tivemos.
Damos glória a Deus pelas bênçãos da presença do pastor Moisés conosco, mas temos que registrar as ameaças e o processo que foi aberto contra ele pelo pastor da Igreja Central de Belém, sob orientação do bispo Adolfo. O processo foi encaminhado ao bispo da 4ª região e está em andamento. (Não temos os pormenores dessa ação truculenta, mas estamos orando e apoiando o pastor Moisés, da forma que podemos fazer, com depoimentos escritos para ele utilizar em sua defesa).
De todo este relato, quero tirar uma lição, com um viés de quem estudou ciência política e que não admite o autoritarismo, principalmente quando ele é praticado usando o nome de Deus.
A Igreja Metodista está sendo destruída por um projeto autoritário de conseqüências imprevisíveis
Irmãos e irmãs,
Sabemos que instituições não costumam ser democráticas, salvo no discurso que pregam e em alguns momentos espasmódicos.
No caso da Igreja Metodista, temos momentos de democracia, porém, com base no que vem acontecendo, desde o último Concílio Geral e devido à proximidade dos Concílios Regionais e do próximo Geral, esses fragilíssimos momentos de democracria estão ameaçados pelo autoritarismo que impera nos interregnos entre os eventos conciliares. Diante deste fato ameaçador, escrevi e reitero abaixo um texto que toma por base os fatos que vêem ocorrendo em Belém. Sou um dos que está suspenso de exercer seus dons na igreja local, por medida imposta pelo pastor, com aval do bispo. Estou proibido de ministrar aulas na Escola Bíblica Dominical.
Leiam o texto a seguir. Fico na expectativa que reajam ao seu conteúdo.
Sabemos que instituições não costumam ser democráticas, salvo no discurso que pregam e em alguns momentos espasmódicos.
No caso da Igreja Metodista, temos momentos de democracia, porém, com base no que vem acontecendo, desde o último Concílio Geral e devido à proximidade dos Concílios Regionais e do próximo Geral, esses fragilíssimos momentos de democracria estão ameaçados pelo autoritarismo que impera nos interregnos entre os eventos conciliares. Diante deste fato ameaçador, escrevi e reitero abaixo um texto que toma por base os fatos que vêem ocorrendo em Belém. Sou um dos que está suspenso de exercer seus dons na igreja local, por medida imposta pelo pastor, com aval do bispo. Estou proibido de ministrar aulas na Escola Bíblica Dominical.
Leiam o texto a seguir. Fico na expectativa que reajam ao seu conteúdo.
A prática episcopal de "santidade" na Região Missionária da
Amazônia
Como todos têm sido informados pelo Tony Vilhena, principalmente, o trabalho de Igreja Metodista em Belém (Pará), construído em 30 anos, com muito amor, está sendo destruído pelas ações truculentas dessa nova onda de "santidade". ("Santidade" é o termo que o bispo daqui usa para denominar e justificar seu projeto de intervenção violenta na comunidade local).
Pois bem, como testemunha e vítima dessas ações, posso declarar que a pior coisa que esse grupo faz é tomar de assalto os espaços democráticos da Igreja Metodista do Brasil para destruir a democracia que permite a eles terem liberdade de atuar. Adolfo Hitler e os nazistas fizeram isto na Alemanha. Há outros exemplos históricos e todos nos apontam para a necessidade de entender a gravidade dessa prática, porque o resultado é destruição espiritual, moral, emocional e física de muitas vidas. Não sei como dimensionar o que está acontecendo na Região Missionária da Amazônia, mas hoje vejo os obreiros que restaram como verdadeiros zumbis, dirigidos de forma ególatra e autocrática por quem não tem capacidade para estar à frente de obra tão importante. Esses obreiros e obreiras não são de todo inocentes, pois alguns têm o mesmo DNA do autoritarismo, outros são tomados pelo medo de perder o "emprego" e muitos deles e delas são vítimas da própria ignorância. Vários deles não eram metodistas e tiveram formação no fundamentalismo de origem batista e pentecostal.
Infelizmente, o pior colonialismo é o interno. O Brasil acostumou-se a assaltar a Amazônia, através de grupos estranhos a ela. O mesmo tem acontecido neste caso da REMA. Não vêm para cá pessoas que amam outros seres humanos e que desejam estudar e compreender a complexidade, diversidade e riqueza do nosso povo. Os que vêm estão imbuídos do propósito de roubar, matar e destruir. É assim que funciona o distrito industrial e a zona franca sediados em Manaus. Os projetos instalados para o "desenvolvimento" da Amazônia são projetos para saquear a região. As hidrelétricas servem para transferir energia em blocos descomunais para as transnacionais do alumínio. Nós não precisamos dessas hidrelétricas. Poderíamos ter soluções com turbinas pequenas e médias, que dispensam barragens, em harmonia com nossa grande rede de cursos dágua, sem a necessidade de agredir o ambiente. As soluções implantadas aqui são projetadas fora da região, por quem está a serviço de grandes capitalistas que não têm compromisso algum com o povo da Amazônia. O mesmo raciocínio e a mesma prática estão sendo efetivados nessa obra da Igreja Metodista recente, feita aqui na região, embora existam especificidades do trabalho missionário que não estou esmiuçando neste meu desabafo. Aliás, a Igreja Metodista não fez obra missionária na Amazônia. Ela apenas veio a reboque das ondas migratórias, imposta pelos militares que criaram os fracassados projetos de colonização (tipo Polonoroeste, em Rondônia).
Resumindo: a questão central de que estamos sendo vítimas é a destruição do espaço democrático, por quem usa da democracia e o faz para destruir essa mesma democracia. É exatamente isto que esse grupo da nova "santidade" está implantando na nossa Igreja, por esses brasis afora.
Mais sobre o Quarto Encontro Confessante:
Relato do Encontro Nacional Confessante: http://metodistaconfessante.blogspot.com/2011/05/relato-do-encontro-presencial.html
Pois bem, como testemunha e vítima dessas ações, posso declarar que a pior coisa que esse grupo faz é tomar de assalto os espaços democráticos da Igreja Metodista do Brasil para destruir a democracia que permite a eles terem liberdade de atuar. Adolfo Hitler e os nazistas fizeram isto na Alemanha. Há outros exemplos históricos e todos nos apontam para a necessidade de entender a gravidade dessa prática, porque o resultado é destruição espiritual, moral, emocional e física de muitas vidas. Não sei como dimensionar o que está acontecendo na Região Missionária da Amazônia, mas hoje vejo os obreiros que restaram como verdadeiros zumbis, dirigidos de forma ególatra e autocrática por quem não tem capacidade para estar à frente de obra tão importante. Esses obreiros e obreiras não são de todo inocentes, pois alguns têm o mesmo DNA do autoritarismo, outros são tomados pelo medo de perder o "emprego" e muitos deles e delas são vítimas da própria ignorância. Vários deles não eram metodistas e tiveram formação no fundamentalismo de origem batista e pentecostal.
Infelizmente, o pior colonialismo é o interno. O Brasil acostumou-se a assaltar a Amazônia, através de grupos estranhos a ela. O mesmo tem acontecido neste caso da REMA. Não vêm para cá pessoas que amam outros seres humanos e que desejam estudar e compreender a complexidade, diversidade e riqueza do nosso povo. Os que vêm estão imbuídos do propósito de roubar, matar e destruir. É assim que funciona o distrito industrial e a zona franca sediados em Manaus. Os projetos instalados para o "desenvolvimento" da Amazônia são projetos para saquear a região. As hidrelétricas servem para transferir energia em blocos descomunais para as transnacionais do alumínio. Nós não precisamos dessas hidrelétricas. Poderíamos ter soluções com turbinas pequenas e médias, que dispensam barragens, em harmonia com nossa grande rede de cursos dágua, sem a necessidade de agredir o ambiente. As soluções implantadas aqui são projetadas fora da região, por quem está a serviço de grandes capitalistas que não têm compromisso algum com o povo da Amazônia. O mesmo raciocínio e a mesma prática estão sendo efetivados nessa obra da Igreja Metodista recente, feita aqui na região, embora existam especificidades do trabalho missionário que não estou esmiuçando neste meu desabafo. Aliás, a Igreja Metodista não fez obra missionária na Amazônia. Ela apenas veio a reboque das ondas migratórias, imposta pelos militares que criaram os fracassados projetos de colonização (tipo Polonoroeste, em Rondônia).
Resumindo: a questão central de que estamos sendo vítimas é a destruição do espaço democrático, por quem usa da democracia e o faz para destruir essa mesma democracia. É exatamente isto que esse grupo da nova "santidade" está implantando na nossa Igreja, por esses brasis afora.
Mais sobre o Quarto Encontro Confessante:
Relato do Encontro Nacional Confessante: http://metodistaconfessante.blogspot.com/2011/05/relato-do-encontro-presencial.html